segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O que esperar do cenário político do Brasil em 2017

 

Cinco cientistas políticos e analistas compartilham suas previsões para o cenário político em 2017; confira





EXAME.com convidou cinco analistas para traçar previsões para o cenário político em 2017.  Veja o que eles disseram:



 

Não descarte a hipótese de eleição indireta


Quem diz:  Marcelo Issa, sócio-diretor da Pulso Público
Certamente, haverá ainda muita turbulência. A permanecerem as recentes e recorrentes divergências entre as instituições, em especial entre os poderes Legislativo e Judiciário, pode-se até mesmo vir a se estabelecer uma efetiva crise institucional. As perspectivas decorrentes dos conteúdos das delações premiadas que devem emergir em 2017 agravam e reforçam essa possibilidade. Esses conteúdos devem provocar também a substituição de uma quantidade expressiva de ministros ainda nos primeiros meses do ano.

Caso a conjuntura da economia não apresente sinais de recuperação, o setor produtivo pode vir a retirar o apoio às equipe econômica do governo Temer. Ademais, a proliferação de denúncias de corrupção contra o presidente e seus ministros devem intensificar a oposição da opinião pública à permanência do governo e pode fazer aumentar a frequência de manifestações nas ruas.

Nesse contexto, a fragilização do governo, a piora do cenário econômico e a insatisfação popular podem atingir tamanha intensidade que, embora resistente à renúncia, em função da proteção que o cargo oferece contra o processamento por crimes cometidos antes do mandato, o presidente pode ver-se constrangido a realizá-la.

Não se pode descartar, portanto, a hipótese de eleição indireta para presidente no próximo ano nem tampouco, embora mais improvável, o chamamento de eleição direta pelo Congresso para chefia do Executivo por meio de emenda constitucional. Por outro lado, entende-se que a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Poder Judiciário em caráter definitivo é variável verossímil apenas em caso de agravamento  substancial da crise econômica e que, de qualquer modo, não teria resolução provável em 2017.

 

Saudade do tempo em que pedalada era “crime de responsabilidade”


Quem diz: Carlos Ranulfo Melo, professor titular do Departamento de Ciência Política da UFMG
A essa altura tornou-se evidente que o afastamento de Dilma não foi o remédio para nossos males. O episódio contribuiu, é certo, para recompor as relações entre Executivo e Legislativo, mas seu impacto foi nulo se considerarmos a crise econômica, o fosso aberto entre a sociedade e o mundo político, e as tensões provocadas pela Lava Jato.

Na economia, as previsões otimistas foram abandonadas. O Congresso aprofundou seu desgaste. E o Supremo, ao relevar a afronta de Renan em nome da “governabilidade”, acabou também pagando o seu preço.

Pior ainda, o presidente da República foi envolvido, juntamente com seus braços direito e esquerdo, e todo o núcleo dirigente do PMDB, no caixa 2 e propinoduto da Odebrecht – pelo seu impacto, a delação vazada deixa saudade do tempo em que pedalada fiscal foi batizada de “crime de responsabilidade”.

Se antes do vazamento a rejeição ao governo havia subido, pode-se imaginar o que vem por aí. De um lado, a turma de verde e amarelo vai ficando sem ter para onde correr. De outro, aqueles que mais dependem do Estado e sua rede de proteção social vão começando a perceber, ao somar a PEC 55 e a proposta de reforma da Previdência, que a conta da austeridade lhes será enviada.

Pergunta óbvia: com que legitimidade políticos envolvidos em tenebrosas transações dirão ao cidadão que ele terá que trabalhar, se houver emprego, e contribuir muito mais para garantir sua aposentadoria?

A crise não vai passar em 2017. Nem sequer sabemos quanto irá durar o governo. Isso vai depender da Lava Jato e dos humores da sociedade, para não falar do TSE. Por isso já se ouve dizer que ruim sem Temer, pior sem ele. Mas se sobreviver, o governo será fraco. Mais ainda, será uma farsa.

 

2017: um ano decisivo para alianças políticas


Quem diz: Antônio Flávio Testa, professor da Universidade de Brasília (UnB)
Tudo indica que 2017 será um ano difícil para o cenário político do Brasil. Como os indicadores mostram que a economia não está reagindo e que o nível de recessão é profundo, a insatisfação social e dos servidores públicos deve aumentar no próximo ano.

Politicamente falando, o governo federal tende a enfraquecer por ter uma base de sustentação frágil, mesmo com maioria no Congresso. Além disso, é importante frisar que as delações dos executivos da Odebrecht e o avanço nas investigações da Operação Lava Jato devem amplificar a turbulência no mundo político e é possível que o governo de Michel Temer não se sustente. Muita gente ainda será presa e condenada.

O fato é que 2017 será um ano decisivo para se estabelecer alianças políticas. Nesse contexto, é possível prever a chegada de novos candidatos no estilo da ex-ministra Marina Silva, pretensos ao estilo “salvador da pátria”. Ainda assim, a situação estará muito indefinida e teremos sérias crises pela frente.

 

A base aliada do governo será posta à prova já em fevereiro


Quem diz: Thiago Vidal, consultor da Prospectiva
Os grandes destaques de 2017 serão as eleições para a presidência das duas casas do Congresso, que ocorrerão em fevereiro. No Senado, a disputa parece caminhar para um consenso em torno do senador Eunício Oliveira (PMDB/CE), líder do partido e braço direito de (PMDB/AL).

A eleição na Câmara, por sua vez, colocará à prova a capacidade do governo de manter sua base coesa. Quatro parlamentares despontam como favoritos: (PTB/GO), um dos principais expoentes do “centrão” e relator do impeachment de Dilma Rousseff; Rogério Rosso (PSD/DF), líder do partido na Câmara; Marcos Montes (PSD/MG), correligionário de Rosso e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA); e Rodrigo Maia (DEM/RJ), atual presidente e nome preferido do Palácio do Planalto.

Ainda que parte dos nomes abandonem a disputa, a fragmentação da base governista a dois meses do pleito evidencia as dificuldades que Michel Temer deve enfrentar. Para evitar uma cisão ainda maior entre seus aliados, é possível que o presidente aloque insatisfeitos do “centrão” e dos partidos tradicionais (PMDB, DEM, PSDB, PPS, PSB) em cargos ministeriais, como já fez ao convidar o deputado Antonio Imbassahy (PSDB/BA) para a secretaria de Governo, no lugar de Geddel Vieira Lima (PMDB/BA).

A acomodação de forças não será fácil e caso não consiga estabilizar sua base aliada, Temer deve atravessar 2017 com turbulências políticas. O maior impacto, neste caso, tende a ser a votação da reforma da previdência.

Alguns fatores agravam esse cenário. A delação premiada dos executivos da Odebrecht, por exemplo, deve envolver onze ministros, além de cem congressistas, muitos dos quais aliados importantes do Executivo. O desgaste político de Temer somado a sua baixa popularidade e ao pessimismo em relação à economia pode levar o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] a cassar o mandato do presidente, provocando eleições indiretas, o que ainda não ocorreu por causa da acentuação da crise política que isso geraria.

 

Prepare-se para fatos que não estão no radar


Quem diz: Lucas de Aragão, sócio da Arko Advice
Vai ser um ano truculento. A Lava Jato não vai parar. Podemos esperar a queda de ministros e situações bem constrangedoras para o governo Temer. Mas, de forma geral, a tendência predominante é de que Temer termine o mandato.

Temer não irá recuperar sua popularidade no ano que vem, mas isso não significa que ele irá perder o controle de seu mandato. O principal risco para a governabilidade continua sendo a Lava Jato e as ruas.

Eu acredito que vai ser um ano muito tenso politicamente. Vão existir muitos problemas que não estão no radar de ninguém, como a questão o Marcelo Calero e do Geddel. Ninguém esperava.

No primeiro semestre, a delação da Odebrecht vai produzir poucos fatos, mas muitos rumores que deixarão a situação muito intranquila.

A Reforma da Previdência não vai ser uma vitória tranquila como foi a PEC do Teto. Ela vai provavelmente sofrer mudanças, principalmente na Câmara. No Senado, tende a ter uma tramitação mais tranquila. Já a reforma política não deve trazer grandes mudanças. Afinal, reforma política é que nem carnaval: tem todo ano.

Nubank pode fechar as portas se BC confirmar mudança amanhã


Cofundadora afirma que medida, como vem sendo ventilado em Brasília, vai representar o fim do negócio.




Brasília – Um dos emissores de cartão de crédito que mais crescem no País, o Nubank ameaça fechar as portas se o Banco Central confirmar, nesta terça-feira, 20, uma mudança drástica no prazo de pagamento das vendas aos lojistas.

A cofundadora da empresa, Cristina Junqueira, afirma que reduzir de 30 para 2 dias o prazo, como vem sendo ventilado em Brasília, vai representar o fim do negócio.

A intenção de mudar o prazo foi oficializada na quinta-feira pelo presidente Michel Temer e pelo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante lançamento do pacote para impulsionar a economia.

Atualmente, quando um consumidor paga algo com cartão, o lojista leva 30 dias para receber – prazo maior que o visto em outros países, como os EUA, onde a demora é de dois dias. Para o governo, o encurtamento do processo vai favorecer o varejista e contribuir para a retomada da atividade.

O problema, segundo Cristina, é que a mudança trará um custo adicional para todos os emissores de cartões de crédito, do Nubank aos bancos maiores, que dominam o mercado.

A diferença é que o Nubank e os emissores menores não têm a mesma capacidade de financiamento de gigantes como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander.

“Atualmente, um cliente que usa o cartão pagará a fatura, em média, 26 dias depois. Assim, o Nubank, como emissor, receberá o dinheiro apenas após este prazo”, explica Cristina. “Com o dinheiro, pagamos o adquirente (operador do cartão), que leva mais dois ou três dias para pagar o varejista. Isso dá o prazo de 30 dias”, descreve.

A receita do Nubank, que já emitiu mais de 1 milhão de cartões desde 2014, vem de um porcentual descontado do valor repassado ao lojista, de aproximadamente 5%. Cerca de 1,5% fica para o Nubank e o restante para a adquirente (como Cielo, Rede e GetNet) e para a bandeira (como Mastercard e Visa).

Se o prazo for encurtado para dois dias, alega Cristina, o Nubank terá de pagar o adquirente antes mesmo de receber o pagamento da fatura pelo cliente. Para isso, será preciso pegar recursos no mercado.

“Mudar dramaticamente, reduzir o prazo para dois dias, isso seria apocalíptico para a gente”, diz Cristina. Segundo ela, mesmo que o prazo fosse reduzido para 15 dias, e não dois, o Nubank não teria como sobreviver.

“Nós já fizemos algumas simulações. Com dois dias é apagar a luz e fechar a porta. Com 15 dias, a gente precisaria de quase R$ 1 bilhão de capital adicional do dia para a noite.”

Cristina afirma não ver espaço para conseguir, no mercado brasileiro, uma capitalização deste valor no curto prazo. “E, mesmo que os outros bancos emprestassem o dinheiro, eu não tenho margem para pagar o custo mensal da dívida”, diz. “Hoje, meu custo de capital é bem mais alto que 1,5%.”

Na terça-feira, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, deverá anunciar medidas ligadas ao crédito e a outras áreas de atuação da instituição. Questionado neste domingo, 18, pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a respeito das mudanças na área de cartões, o BC não se pronunciou.

No mercado financeiro, analistas acreditam que a redução do prazo de pagamento de lojistas pode ser fatal não apenas para alguns emissores, mas também para adquirentes menores.

Há ainda preocupação com a operação de cartões de alguns varejistas que não possuem parceria com grandes bancos, como a Renner. Questionada, a empresa não se pronunciou.

O Estado apurou que a questão do prazo para pagamento aos varejistas está sendo estudada e que o governo pode optar por mudanças nos juros do rotativo do cartão de crédito, e não necessariamente no prazo para pagar o varejista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Arezzo adota novo “estilo” para crescer



Enquanto a maior parte do varejo batalha para fechar no azul, a Arezzo continua exibindo expansão de receita






São Paulo – Há pouco mais de três anos, quando recebeu do seu pai o comando da Arezzo & Co., o maior desafio de Alexandre Birman era lidar com o próprio sucesso da rede de calçados e acessórios. Logo depois da abertura de capital, em 2011, a empresa virou uma “queridinha do mercado”, com crescimento acima da média e grande expectativa de valorização de suas ações.

Desde que assumiu – dado o contexto de retração da economia -, Alexandre tem resistido à prova de fogo. Enquanto a maior parte do varejo batalha para fechar no azul, a Arezzo continua exibindo expansão de receita (no terceiro trimestre, o avanço foi de 10%), aumento de lojas e forte geração de caixa.

Para fazer o grupo avançar, Alexandre transformou a empresa criada por seu pai nos anos 70. A estratégia reúne o reforço do modelo “fast fashion” (com coleções rápidas vendidas a preço cheio), a criação de novas marcas e canais de venda e ainda a aposta no mercado externo, considerado o grande desafio da companhia.

De 2013 para 2015, a Arezzo passou de 12 para 21 lançamentos ao ano. A maior agilidade foi alcançada com a adoção de um sistema de controle que permite à empresa saber o que cada franqueado tem no estoque. “Com isso, só abastecemos o que foi vendido e conseguimos aumentar o giro das coleções, ou seja, fazer com que os lojistas vendam mais, tendo menos estoque”, explica Birman.

“Ele tem a ousadia que o grupo precisa agora”, diz Guilherme Affonso Ferreira, conselheiro independente da companhia. “O Anderson (Birman) já foi muito longe, ao sair da garagem e criar uma empresa do tamanho da Arezzo. O Alexandre é o segundo salto da companhia.”

Para Alexandre, no entanto, é difícil separar a sua gestão da do seu pai. “Somos parceiros há muito tempo. E hoje, na presidência do Conselho, ele continua muito ativo na definição dos rumos da empresa.”

Entre os acertos do executivo, dizem analistas, está a transformação da Arezzo em uma companhia multimarcas, que engloba ainda Schutz, AnaCapri, Alexandre Birman e Fiever. Juntas, essas marcas já respondem por quase metade do faturamento.

O grupo ampliou também os canais de venda. Até 2013, só a Schutz tinha e-commerce. Hoje, todas as marcas estão no online e as vendas desse segmento passaram de menos de 1% para 7%.

Para analistas, o posicionamento das marcas no público A/B, menos suscetível à crise, e a postura cautelosa da Arezzo na hora de se endividar serve de proteção em momento de economia fraca. “Com mais dinheiro em caixa do que dívida, ela consegue focar no negócio, enquanto boa parte do varejo está tendo de gastar energia para driblar problemas financeiros”, diz um executivo de um banco.

Ambicioso na expansão, Birman não vê espaço para ousadia em assuntos financeiros. “Uma empresa de moda não pode trabalhar alavancada. A moda, por si só, já é um risco grande a correr.”As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Moro aceita denúncia, e Lula vira réu pela 5ª vez


Denúncia envolve a compra de terreno para a construção da sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista em São Bernardo do Campo






O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, aceitou denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, 19. Agora, Lula se torna réu pela quinta vez em ações penais nas Operações Lava Jato, Zelotes e Janus.

Também viraram réus nesta ação o empresário Marcelo Odebrecht, acusado da prática dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro; Antonio Palocci e Branislav Kontic, denunciados pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e Paulo Melo, Demerval Gusmão, Glaucos da Costamarques, Roberto Teixeira e Marisa Letícia Lula da Silva, acusados da prática do crime de lavagem de dinheiro.

Lula é apontado como o responsável por comandar “uma sofisticada estrutura ilícita para captação de apoio parlamentar, assentada na distribuição de cargos públicos na Administração Pública Federal”.

A denúncia aponta que o esquema foi instalado nas mais importantes diretorias da Petrobras, mediante a nomeação de Paulo Roberto Costa e Renato Duque para as diretorias de Abastecimento e Serviços da estatal, respectivamente.

Por meio do esquema, diz a denúncia, estes diretores geravam recursos que eram repassados para enriquecimento ilícito do ex-presidente, de agentes políticos e das próprias agremiações que participavam do loteamento dos cargos públicos, bem como para campanhas eleitorais movidas por dinheiro criminoso.

Nesta denúncia, a propina, equivalente a percentuais de 2% a 3% dos oito contratos celebrados entre a Petrobras e a Construtora Norberto Odebrecht S/A, totaliza R$ 75.434.399,44.

Este valor foi repassado a partidos e políticos que davam sustentação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Progressista (PP) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), bem como aos agentes públicos da Petrobras envolvidos no esquema e aos responsáveis pela distribuição das vantagens ilícitas, em operações de lavagem de dinheiro que tinham como objetivo dissimular a origem criminosa do dinheiro.

Parte do valor das propinas pagas pela Construtora Norberto Odebrecht S/A foi supostamente lavada mediante a aquisição, em benefício do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do imóvel localizado na Rua Dr.

Haberbeck Brandão, nº 178, em São Paulo (SP), em setembro de 2010, que seria usado para a instalação do Instituto Lula. O acerto do pagamento da propina destinada ao ex-presidente foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci, com o auxílio de seu assessor parlamentar Branislav Kontic, que mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht, auxiliado por Paulo Melo, a respeito da instalação do espaço institucional pretendido pelo ex-presidente.

A compra desse imóvel foi realizada em nome da DAG Construtora Ltda., mas com recursos comprovadamente originados da Construtora Norberto Odebrecht, em transação que também contou com a interposição de Glaucos da Costamarques, parente de José Carlos Costa Marques Bumlai, sob a orientação de Roberto Teixeira, que teria atuado como operador da lavagem de dinheiro.

O valor total de vantagens ilícitas empregadas na compra e manutenção do imóvel, até setembro de 2012, chegou a R$ 12.422.000,00, como demonstraram anotações feitas por Marcelo Odebrecht, planilhas apreendidas na sede da DAG Construtora Ltda. e dados obtidos em quebra de sigilo bancário, entre outros elementos.

Além disso, parte das propinas destinadas a Glaucos da Costamarques por sua atuação na compra do terreno para o Instituto Lula foi repassada para o ex-presidente na forma da aquisição da cobertura contígua à sua residência em São Bernardo de Campo (SP).

De fato, R$ 504.000,00 foram usados para comprar o apartamento vizinho à cobertura do ex-presidente.

A nova cobertura, que foi utilizada pelo ex-presidente, foi adquirida no nome de Glaucos da Costamarques, que atuou como testa de ferro de Luiz Inácio Lula da Silva, em transação que também foi concebida por Roberto Teixeira, em nova operação de lavagem de dinheiro.

Na tentativa de dissimular a real propriedade do apartamento, Marisa Letícia Lula da Silva chegou a assinar contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques, datado de fevereiro de 2011, mas as investigações concluíram que nunca houve o pagamento do aluguel até pelo menos novembro de 2015.

Ao todo, Lula é alvo de cinco denúncias: duas da Lava Jato, no Paraná, uma na Operação Zelotes, uma na Operação Janus e uma no âmbito da Lava Jato, em Brasília.



Brasil deve crescer já no 1º trimestre de 2017, diz Meirelles

 

 

Em relação ao PIB, disse o ministro, trata-se de um cenário em que fica cada vez mais claro que haverá retomada da economia




 
 
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (19) que trabalha com a expectativa de que o Brasil já tenha crescimento no primeiro trimestre do ano que vem.

Segundo o ministro, se a comparação for feita entre o último trimestre de 2017 com o último trimestre de 2016, a pasta já prevê mais de 2% de crescimento.

Meirelles fez a declaração ao comentar a projeção de instituições financeiras de queda do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) para 2017, em que a expectativa de crescimento foi alterada de 0,70% para 0,58%, na nona redução consecutiva.

Em relação ao PIB, disse o ministro, trata-se de um cenário em que fica cada vez mais claro que haverá retomada da economia.

“Nossa expectativa é que o Brasil já esteja trabalhando com crescimento no primeiro trimestre de 2017.” Ele reconheceu que o crescimento médio do ano está em um patamar baixo e que o mercado revisou isso “um pouquinho para baixo”.

“Mas é muito em função dessa queda pronunciada do PIB este ano, inclusive no quarto trimestre”, ressaltou Meirelles, após participar de evento da Receita Federal na Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro.

O ministro lembrou que as projeções do PIB são uma média de 2017 contra a média de 2016. “E como [em] 2016 caiu muito, quando começar o crescimento de 2017, começará de uma base baixa.”

Ele explicou que a média contra a média caracteriza-se por ter baixo crescimento pequeno, mas ressaltou que, se for comparado o último trimestre de 2017 com o último trimestre de 2016, já pode ser previsto mais de 2% de crescimento, quarto trimestre contra quarto trimestre.

“Portanto, isso é que vai ser percebido, em última análise, pela população brasileira: a melhora na margem, isto é, a melhora trimestre a trimestre, chegando ao final do ano com um crescimento importante, se compararmos o último trimestre de 2017 com o último trimestre de 2016.”

 

Inflação


Meirelles também afirmou que a queda de inflação projetada pelo mercado financeiro é uma “evolução esperada”.

O mercado financeiro passou a projetar inflação dentro da meta este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 6,52% para 6,49%.

A meta de inflação é 4,50% e limite superior de 6,50%. A estimativa para o índice caiu pela sexta vez seguida, segundo o Boletim Focus, feito com base em pesquisa do Banco Central a instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.

“Temos uma evolução esperada, de um lado, a queda da inflação, resultado não só dos projetos de ajuste fiscal que colaboram na formação da expectativa de inflação, mas também do trabalho do Banco Central. Tudo isso faz com que estejamos num processo continuado de convergência da inflação, da expectativa de inflação para a meta. Isso está dentro do esperado”, disse o ministro.Crise
Henrique Meirelles destacou que a crise herdada pelo governo Temer é enorme: um déficit público de R$ 170 bilhões, uma recessão “que é a maior da história do Brasil”.

“Não devemos subestimar isso. Estamos tomando as medidas necessárias, por meio de emenda constitucional para enfrentar os gastos públicos, reforma da Previdência, mudanças fortes na postura de combate à inflação, uma agenda de aumento da produtividade do Brasil, anunciada na semana passada.”

De acordo com o ministro, é um projeto extenso de recuperação da economia brasileira, em que se parte de uma base muito baixa.

“É a maior crise e recessão do Brasil desde que o PIB brasileiro começou a ser medido no início do século passado.”

Na última quinta-feira (15), o ministro anunciou, ao lado do presidente Michel Temer, uma série de medidas para estimular a recuperação econômica.

“A boa notícia é que as medidas estão sendo aprovadas e sendo anunciadas e que o Brasil vai crescer o ano que vem”, completou Meirelles.

Itaipu reassume a liderança mundial em geração





O recorde se soma ao título de maior produção de energia acumulada

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Itaipu reassume a liderança mundial em geração de energia



Aos dez minutos do sábado (17), a Itaipu Binacional atingiu 98.800.319 megawatts-hora (MWh) e desbancou a usina de Três Gargantas, na China. A marca foi alcançada 13 horas depois que a Itaipu superou seu recorde de 98,6 milhões de MWh, registrado em 2013. O recorde mundial em geração anual de energia se soma ao título que Itaipu já detinha: o de maior produção acumulada. Desde a entrada em operação de sua primeira unidade geradora, em maio de 1984, há 32 anos e sete meses, Itaipu já produziu mais de 2,4 bilhões de MWh, energia suficiente para atender a demanda do mundo inteiro por 40 dias.

Na próxima quarta-feira (21), Itaipu deve atingir outra meta inédita: 100 milhões de MWh. Esse volume de produção jamais foi imaginado por aqueles que projetaram e construíram a usina, na década de 1970. Colocado como meta a partir de 2012, naquele mesmo ano Itaipu bateu seu recorde histórico, com 98,2 milhões de MWh, superado já no ano seguinte, com a produção de 98,6 milhões de MWh.

O diretor técnico executivo da Itaipu, Airton Dipp, afirma que os dois títulos representam não apenas um status, mas significam que a usina traz ainda mais benefícios ao Brasil e ao Paraguai. A produção maior deste ano, destaca, fez com que aumentasse a participação de Itaipu nos mercados do setor elétrico brasileiro e paraguaio. “Hoje, Itaipu responde por 18% do consumo nacional, quatro pontos percentuais a mais do que o registrado no ano passado, e por 82% da demanda do Paraguai, ante 76% em 2015”, conta. 


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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Ecovix entra com pedido de recuperação judicial no RS


A Ecovix afirmou que o Banco Brasil Plural e o escritório Felsberg Advogados vão assessorá-la no processo de recuperação judicial

 




São Paulo – A Ecovix Engevix Construções Oceânicas e cinco subsidiárias fizeram pedidos de recuperação judicial no Rio Grande do Sul, pressionadas por dívida de 8 bilhões de reais e queda na demanda por navios.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a Ecovix afirmou que o Banco Brasil Plural e o escritório Felsberg Advogados vão assessorá-la no processo de recuperação judicial.

“A Ecovix registrou dívidas no valor de 8 bilhões de reais e uma situação de caixa residual”, afirmou a empresa em comunicado.

UnitedHealth, dona da Amil, compra grupo Ana Costa


A dona da Amil também incorporou o plano de saúde Ana Costa Saúde, com cerca de 110 mil beneficiários






São Paulo – O UnitedHealth Group Brasil anunciou hoje a compra do Hospital Ana Costa e da operadora Ana Costa Saúde, de Santos.

Segundo a companhia, que faz parte de um dos maiores grupos de saúde do mundo e é dona da Amil no Brasil,  “a operação está alinhada à estratégia de investimento constante em serviços de saúde de qualidade do UnitedHealth Group Brasil”.

A aquisição ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o processo será concluído após a aprovação.

A dona da Amil também incorporou o plano de saúde Ana Costa Saúde, com cerca de 110 mil beneficiários. A Amil é hoje a maior operadora de saúde do país, segundo a ANS, com 5,9 milhões de clientes.

O grupo adquirido surgiu justamente como um plano de saúde, na década de 1970, inicialmente voltado a empresas. A partir de 1982, expandiu a sua atuação e passou a oferecer planos individuais ou familiares. 

Hoje, atua nas cidades de Santos, Guarujá, Cubatão, São Vicente e Praia Grande.

O grupo Ana Costa detém ainda 2 hospitais, com cerca de 700 médicos, e 9 centros assistenciais, que continuarão a oferecer serviços médico-hospitalares aos seus clientes na região da Baixada Santista.


Governo anuncia pacote de medidas econômicas


Refinanciamento de dívidas, criação de registros unificados e mudança nos limites do BNDES estão na lista; Meirelles não estimou impacto sobre crescimento






São Paulo – O governo anunciou hoje um pacote de medidas microeconômicas para estimular o crescimento.


Financiamento e crédito


Uma das medidas é a regularização de passivos tributários por pessoas físicas e jurídicas para dívidas vencidas até 30 de novembro.

Meirelles notou que isso é para pagamento do que não seria pago, e por isso não implica em subsídios.

Também está na lista uma tentativa de reduzir o spread bancário com a criação, por medida provisória, de um ambiente centralizado com registro de duplicatas mercantis e se elas foram usadas como garantia de outra operação.

Isso aumenta a segurança de credores, e com isso estimula a oferta de crédito para micro e pequenas empresas com taxas de juros mais baixas, segundo a apresentação.

O governo também quer distribuir 50% do resultado do FGTS apurado após todas as despesas do fundo inclusive com subsídio para habitação. Os valores serão incorporados nas contas dos trabalhadores.

Outra ideia é eliminar gradualmente a multa de 10% sobre o saldo do FGTS nos casos de demissão sem justa causa.

Dyogo Oliveira, ministro do Planejamento, anunciou que o limite de faturamento que permite acesso ao crédito do BNDES para micro, pequenas e médias empresas passa de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões.

Já o limite do Cartão BNDES passou de R$ 1 milhão para R$ 2 milhões. Tudo isso, segundo o ministro, deve ter efeito na liquidez disponível para as empresas.


Meios de pagamento


O governo também pretende enviar por medida provisória a permissão da diferenciação de preço entre vários meios de pagamentos (como cartão de crédito), o que é hoje barrado por lei.

Dentro de aproximadamente 10 dias, será anunciado um modelo também para reduzir o prazo de pagamento do credenciador de cartão de crédito para o lojista.

Outra determinação é que as máquinas de cobrança sejam compatíveis com todas as bandeiras, acabando com a exclusividade.


Cadastros


Foi anunciado um aperfeiçoamento do cadastro positivo, que permite ao credor analisar o histórico da pessoa, com adesão automática e exclusão apenas após solicitação.

Meirelles também anunciou a implementação de uma rede nacional de cadastro para facilitar o registro e legalização de empresas e negócios, integrando o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) com outros bancos de dados.

A meta é reduzir o tempo para abrir ou fechar uma empresa de 30 dias (ou até 100 nos grandes centros) para 5 dias.

Também nesse sentido vai a criação, nos próximos 12 meses, de um portal de Comércio Exterior que tem como meta reduzir em 40% o tempo gasto com importação e exportação de mercadorias.


Pacote político


“Não temos uma estimativa de qual é o impacto disso”, disse Meirelles em relação ao efeito do pacote sobre o crescimento.

O presidente Michel Temer disse que as medidas estão relacionadas com “crescimento, produtividade e desburocratização” e que algumas dependem de aprovação legislativa.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) também estão presentes no anúncio.

O pacote é visto como uma forma de mudar a agenda do governo diante de um cenário de crise política com a delação da Odebrecht e estimular a economia diante da persistência de dados negativos.

“Isso não foi pensado recentemente, faz parte de um programa (…) É algo bem pensado e lançado na hora certa”, disse o ministro Meirelles justificando o timing do anúncio.

A promulgação da PEC de teto de gastos e o envio da reforma da Previdência ao Congresso foram notados por Temer e por Meirelles como movimentos positivos e pré-condições para o crescimento.
 
Veja mais sobre o Pacote de medidas econômicas apresentado pelo governo.

Petrobras assina contrato de financiamento com banco chinês


Petrolífera também assinou um acordo comercial com outras três empresas chinesas




São Paulo – A Petrobras assinou na quinta-feira contrato de financiamento com o China Development Bank (CDB) no valor de 5 bilhões de dólares pelo prazo de 10 anos, como parte do Termo de Compromisso divulgado em 26 de fevereiro, informou a estatal em comunicado nesta sexta-feira.

Na mesma data, a petrolífera assinou acordo comercial com três empresas chinesas – China National United Oil Corporation, China Zhenhua Oil e Chemchina Petrochemical -, no qual se compromete a fornecer um volume total de 100 mil barris de óleo por dia pelo prazo de 10 anos, conforme o documento.


“A crise institucional brasileira chegou a um estágio perigoso", diz Lamachia



 





Brasília – O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, comentou nesta quinta-feira (15) a atual situação política do país. Durante entrevista, ao ser questionado sobre a conjuntura atual do Brasil, Lamachia fez um alerta a crise institucional existente no Brasil.

“A crise institucional brasileira chegou a um estágio perigoso, em que os Poderes do Estado começam a extrapolar de seus limites e invadir a jurisdição do outro. Não são fatos isolados que levam a essa avaliação, mas atos recorrentes, que envolvem os três Poderes. A Constituição determina que sejam independentes e harmônicos, o que pressupõe que cada qual cumpra o papel que lhe está determinado e que cultivem amplo diálogo. Não está ocorrendo, e o ambiente de confronto fragiliza o Estado democrático de Direito”, disse o presidente nacional da OAB.

“É hora de reconciliarem-se entre si – e com a sociedade, que tem dado mostras eloquentes de sua insatisfação. A conjunção de crise política e econômica agrava o quadro e pede providências imediatas por parte dos que têm o dever de manter a paz social. O Conselho Federal da OAB, no seu papel de porta-voz da sociedade civil, clama por bom senso e diálogo. Não é hora de medir forças, mas de somá-las em prol da restauração da credibilidade das instituições. Sem ela, a democracia não se sustenta e abre-se espaço para a ação nefasta dos agitadores e dos que investem no caos”, afirmou Lamachia.