segunda-feira, 30 de março de 2015

Em meio a crise energética, Brasil vai doar usina à Bolívia




Rodolfo Goulart sabatino/Thinkstock
Energia
Anne Warth, do Estadão Conteúdo
André Borges, do Estadão Conteúdo
Lisandra Paraguassu, do Estadão Conteúdo


Brasília - Em meio a uma crise de energia sem precedentes no país e em busca de fontes alternativas para evitar um racionamento, o governo brasileiro vai gastar R$ 60 milhões para reformar e doar uma usina térmica para a Bolívia. O Ministério de Minas e Energia está nas tratativas finais para viabilizar a negociação.

A usina térmica Rio Madeira pertence à Eletronorte, uma das empresas do grupo Eletrobras. Inaugurada em 1989, ela foi uma das responsáveis por abastecer os estados de Rondônia e Acre por 20 anos. Com potência de 90 megawatts, o empreendimento fica em Porto Velho (RO) e é capaz de fornecer energia para uma cidade de 700 mil habitantes.

Segundo uma fonte, a usina precisa passar por uma "recauchutagem geral" para entrar novamente em operação. Antes de doá-la, a Eletronorte vai converter a usina para gás natural, combustível abundante na Bolívia.

Essa reforma, com o transporte e montagem na Bolívia, custará R$ 60 milhões. O dinheiro já foi transferido pelo governo para a Eletronorte, responsável pela reforma. Uma usina térmica nova, com capacidade de 100 MW, custa hoje em torno de R$ 100 milhões.

A transação está prestes a ser concluída pela estatal e depende apenas de um sinal verde do Ministério de Minas e Energia. A doação da usina faz parte dos compromissos bilaterais assumidos entre os dois países.

A térmica Rio Madeira foi desativada em outubro de 2009, quando o Estado de Rondônia foi conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e passou a ser abastecido por hidrelétricas, que produzem energia mais barata.

Em janeiro de 2014, a fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) constatou que a usina, embora desligada, tinha condições de operar parcialmente. Seu prazo de concessão acabava apenas em 2018. No entanto, "devido ao alto custo de operação, esta dificilmente seria despachada".

Por essa razão, a Aneel declarou os bens da usina como "inservíveis à concessão de serviço público". 
Em 2010, cada megawatt-hora (MWh) produzido pela usina custava R$ 846,98. Atualmente, a térmica mais cara em operação no Brasil é a de Xavantes, também a movida a óleo diesel, com custo de operação de R$ 1.167 por MWh.

A conclusão da Aneel deu aval para a continuidade das negociações, que agora estão em fase final. Segundo uma fonte da Eletrobras a par do assunto, trata-se de uma "térmica de qualidade ruim", por isso o Brasil não faria questão de ficar com a planta.

Por meio de nota, o Ministério de Minas e Energia informou que o acordo teve como objetivo "promover a cooperação energética com a Bolívia". O ministério disse que a transferência de R$ 60 milhões foi autorizada por meio da Medida Provisória 625/2013.

O ministério informou ainda que os trâmites necessários para operacionalizar o acordo deveriam ser informados pela Eletronorte. Já a empresa declarou que o governo deveria se pronunciar sobre o assunto, já que se trata de uma negociação internacional.

O pedido de doação da termelétrica foi feito diretamente pelo presidente boliviano, Evo Morales, em uma reunião bilateral com Dilma Rousseff - a primeira entre os dois - durante a primeira Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos (Celac), na Venezuela, em dezembro de 2011.

No encontro, Evo explicou à presidente os problemas de energia e os apagões constantes enfrentados por seu país e pediu ajuda. Apesar de ser um dos maiores produtores de gás do mundo, a Bolívia não tem os equipamentos para transformá-lo em energia elétrica.

Dilma prometeu ceder então à Bolívia a termelétrica Rio Madeira, que estava sem uso no Brasil, mas que precisava ser reformada. O contrato seria de empréstimo por 10 anos, renováveis. Na prática, no entanto, o empréstimo se transformaria em uma doação, já que o custo de devolver a usina para o Brasil dificilmente compensaria.

A política de boa vizinhança, no entanto, tem por trás não apenas também necessidade de garantir a boa vontade dos bolivianos. Maior fornecedor de gás ao Brasil, o governo da Bolívia já aumentou duas vezes o preço do metro cúbico enviado ao país, mas garante o abastecimento de outros usinas brasileiras.

Além disso, o Brasil quer viabilizar a construção de uma hidrelétrica binacional, na divisa entre os dois países. Trata-se de um projeto antigo e discutido há anos pelos dois governos, sem ter nenhuma decisão prática até hoje.

O governo ainda terá que elaborar um memorando de entendimento para fazer a cessão formal à Bolívia, o que só deve acontecer quando a usina estiver pronta para ser enviada aos bolivianos. O ato também é enxergado como uma forma de melhorar a imagem do Brasil em La Paz, abalada desde a fuga do senador Roger Pinto Molina da embaixada brasileira, ajudado pelo diplomata Eduardo Sabóia.

A Bolívia continua sofrendo com apagões, especialmente no interior do país, para onde deve ser enviada a termelétrica do Rio Madeira.

Os planos do Alibaba para dominar as vendas online no Brasil


Bloomberg
Alibaba
Site popular: a cada dia, 18 mil novos brasileiros ingressam na plataforma
 
 

São Paulo - O Brasil já é um dos principais mercados compradores do grupo Alibaba. Agora, a empresa quer ajudar o país a também vender mais para a China.

Com ações para ajudar vendedores, parcerias exclusivas e medidas para melhorar a logística, o grupo quer dominar o comércio eletrônico no Brasil. 

“Queremos que, cada vez mais, marcas e empresas brasileiras entrem na China”, diz Pamela Munoz, diretora de comunicação do Grupo Alibaba, em entrevista exclusiva à EXAME.com.

Ainda sem uma filial no Brasil, Pamela veio ao país buscar parceiros locais para melhorar vendas e, principalmente, aumentar a rapidez com que os produtos são entregues.

Iniciativas que facilitem as compras no AliExpress também estão nos planos. O lançamento de um cartão pré-pago, em conjunto com a Visaé uma delas. 

Feita especialmente para os brasileiros, a novidade pode ser usada em diversas lojas pelo mundo que aceitem a bandeira e surgiu depois de uma pesquisa sobre hábitos de pagamento e compra no Brasil. 


Entre os três mais


Tanto empenho em crescer por aqui tem um motivo muito claro: o potencial do negócio brasileiro.

O Brasil é hoje um dos três maiores mercados para o AliExpress – voltado à exportação. Ele disputa o pódio com Estados Unidos e Rússia em termos de usuários ativos.

A cada dia, 18 mil novos brasileiros ingressam na plataforma. Desde o início da operação do site chinês, cinco anos atrás, mais de 6 milhões de pedidos foram feitos.

Ao lado do Sebrae, a empresa também busca informar sobre as melhores práticas para vender para a China. Para divulgar as suas plataformas, “educar é melhor do que só fazer marketing”, diz Pamela.

Segundo a diretora, um dos obstáculos para o comércio com o país ainda é a infraestrutura. Por isso, a empresa está debatendo com os Correios uma possível parceria para compartilhamento de dados.

Em julho do ano passado, as duas companhias firmaram um acordo para melhorar os procedimentos de logística entre o Brasil e a China. O objetivo é ajudar as pequenas empresas do país a venderem seus produtos na China por meio do AliExpress.

Além disso, o grupo chinês também considera um acordo com o governo brasileiro. Segundo Pamela, já há parcerias com os governos nos Estados Unidos, Chile e Argentina, para trazer produtos desses países a China.

Falsificados

 

O Alibaba recebeu uma advertência da agência de qualidade de produtos da China, que pediu que o grupo prestasse mais atenção na procedência das mercadorias ofertadas em seus sites.

Além disso, a companhia de Jack Ma recebeu acusações de vendas que podem ter sido feitas apenas para inflar o faturamento e aumentar o volume de vendas do grupo chinês.

Para recuperar a confiança nos produtos chineses, a empresa está investindo em segurança digital. Segundo Pamela, ela trabalha ao lado de grandes marcas, como Burberry, Louis Vuitton, Nike, entre outras, para identificar o comércio de produtos falsos.

Centenas de pessoas também foram contratadas para identificar e retirar do site vendedores que falsificam suas vendas.

Porém, combater esses atos criminosos “é uma batalha sem fim”, diz Pamela.

Investimentos em Mobile

 

Depois do IPO histórico, ano passado, a empresa acelerou seus investimentos. As últimas aquisições do grupo de Jack Ma apontam um caminho: a empresa aposta no mundo mobile.

O investimento de US$ 200 milhões no Snapchat e a compra de parte de uma fabricante chinesa de smartphones são alguns dos exemplos.

Ela também possui um aplicativo de mensagens e um de streaming de televisão. De acordo com Pamela, esses investimentos visam aumentar o tempo de permanência do consumidor no ambiente do grupo Alibaba.

A estratégia é investir nas maneiras pelas quais o consumidor interage com a marca. “Queremos que a pessoa permaneça mais tempo no nosso ambiente, para se tornar um consumidor em potencial”, afirma a executiva.

Levy nega ser difícil trabalhar com Dilma: "Não é verdade"


REUTERS/Paulo Whitaker
Joaquim Levy
O ministro da Fazenda Joaquim Levy
São Paulo - Diante de centenas de empresários reunidos em São Paulo, o ministro Joaquim Levy recebeu um "voto de confiança" e disse que "vai precisar dele" para conversar no Congresso.

No almoço-debate organizado pelo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) no hotel Grand Hyatt, o ministro disse que "o que nós temos de fazer agora não é algo que o governo possa fazer sozinho em Brasília. É um trabalho de toda a sociedade e de todos os poderes.” 

Levy também comentou a polêmica de sua frase sobre a presidente Dilma Rousseff, que na sua visão foi "quase um truísmo".

Ele disse que era uma escolha focar na primeira parte ("o desejo genuíno da presidente de endireitar as coisas") ou na segunda ("o fato de que nem tudo acontece como a gente gostaria").

Quando o mediador João Dória Jr. disse, mais cedo, que "não era fácil ser ministro de Dilma", Levy rebateu: "Não é verdade!". Depois, na coletiva, o ministro negou qualquer divergência com a presidente.

Levy partiu do evento direto para Brasília, onde terá uma reunião no fim da tarde com Renan Calheiros, presidente do Senado. O ministro tem se engajado pessoalmente nas negociações com o Legislativo para aprovar o ajuste e evitar a criação de novas despesas.


Ajuste e crescimento


O evento em São Paulo serviu para Levy delinear o caminho das pedras do ajuste fiscal e da retomada do crescimento.

Ele destacou que a reorientação da política econômica é uma resposta também ao ambiente externo, diante do fim do super ciclo das commodities e das políticas anti-crise nos países desenvolvidos: "O cenário mudou. Nossa capacidade de fazer anti-cíclico se esgotou." 

No curto prazo, Levy citou como medidas necessárias voltar ao realismo tarifário, trazer as despesas correntes para o nível de 2013, rever gastos (“aquilo que se faz em qualquer empresa de tempos em tempos”) e aumentar a receita para evitar perda de controle da dívida pública.

Isso inclui também reverter parte das desonerações da folha de pagamento: “É o que a Lei de Responsabilidade Fiscal manda (...) mas não criamos nenhum imposto e tomara que a gente não precise".

No médio e no longo prazo, o ministro citou reformas na tributação e na poupança e ampliação da participação do setor privado em concessões, entre outras iniciativas:  “Para sermos competitivos, temos que ser mais produtivos. E perdemos produtividade nos últimos anos”. 

Ele também disse que o câmbio desvalorizado abre novas oportunidades para a produção: “Vamos ver mais industrias atendendo a demanda interna, o que não se vê há muito tempo”.

Levy também reconheceu os riscos: não prosseguir no ajuste, perder o grau de investimento, criar novas despesas sem previsão de receita e colocar novas restrições à concorrência.

“Se evitarmos esses riscos, temos certeza que rapidamente passaremos dessa parte de ajuste e entraremos em um novo período de crescimento muito significativo”, disse o ministro.

BNDES lucra R$ 8,594 bilhões em 2014




Vanderlei Almeida/AFP
Prédio do BNDES no Rio de Janeiro
BNDES: auditoria fez a ressalva de que o valor está aumentado em R$ 1,6 bilhão
Vinicius Neder, do Estadão Conteúdo
 
Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 8,594 bilhões em 2014, alta de 5,4% em relação a 2013, mas a KPMG, auditoria independente que aprovou o balanço financeiro, fez a ressalva de que o valor está aumentado em R$ 1,6 bilhão.
Os dados estão em relatório publicado na edição desta segunda-feira, 30, do Diário Oficial da União (DOU).

As ressalvas da KPMG se devem ao registro de perdas de R$ 2,6 bilhões com a participação societária do banco na Petrobras. 

O BNDES diz no relatório sobre o investimento na Petrobras: "em 31 de dezembro de 2014, seu valor de mercado, apurado com base na cotação das ações em bolsa de valores, apresentava desvalorização em relação ao respectivo custo de aquisição".

Assim, a administração do BNDES estimou os R$ 2,6 bilhões como "perda permanente", mas não abateu o total do valor de seu lucro, valendo-se de uma brecha aberta pela Resolução 4.175, editada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro de 2012. 

A resolução isenta o BNDES de fazer a baixa contábil em ações transferidas pela União "para aumento de capital", permitindo que seja feita somente quando os papéis forem vendidos. Pelas regras contábeis, todo o valor das perdas deveria ser reduzido do lucro.

Segundo o relatório publicado hoje, "parcela da perda de R$ 2,6 bilhões por redução ao valor recuperável, no montante de R$ 1,0 bilhão líquido dos efeitos tributários, foi reconhecida no resultado do exercício de 2014 e R$ 1,6 bilhão, líquido dos efeitos tributários, relativo às ações abrangidas por essa resolução, foi mantido no Patrimônio Líquido na conta de ajuste de avaliação patrimonial".

Diante disso, a KPMG registrou a ressalva de que "o lucro líquido individual e consolidado do semestre e exercício findos em 31 de dezembro de 2014, está aumentado em R$ 1,6 bilhão, líquido de efeitos tributários".

Além disso, os auditores independentes fizeram a ressalva de que a perda de R$ 2,6 bilhões foi determinada pelo BNDES por intermédio de "avaliação econômico-financeira" e, devido "à falta de divulgação, pelo emissor das ações, de demonstrações financeiras revisadas ou auditadas", não foi possível "obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para algumas premissas utilizadas".
O ativo total do BNDES encerrou o ano em R$ 877,219 bilhões. A carteira de participações societárias, administrada pela BNDESPar, alcançou R$ 63,360 bilhões, queda de 27,8% em relação a 2013. 

O banco de fomento detém 17,24% de participação no capital da Petrobras. Essa fatia encerrou 2014 valendo R$ R$ 22,483 bilhões, queda de 40,4% em relação aos R$ 37,725 bilhões de 2013 e um tombo de 44,2% ante o valor de setembro do ano passado (R$ 40,310). Com a queda do patrimônio, o Índice de Basileia do BNDES recuou para 15,9% em 2014, ante 18,7% em dezembro de 2013, ainda dentro dos limites definidos pelo Banco Central (BC).

Sonho do Brasil no pré-sal pode acabar, diz FT


Corrupção na Petrobras seria o principal motivo para o pessimismo
Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br
 


Em um novo editorial, o jornal britânico Financial Times destacou que as perspectivas para o setor de petróleo no Brasil são "sombrias" e que podem atingir o pré-sal. Há dúvidas de que o Brasil se torne um dos cinco maiores produtores de petróleo do mundo em 2020, ideia que foi lançada logo após a descoberta do pré-sal, em 2007.


"Analistas e executivos do setor dizem que a exploração do pré-sal pode ser a maior vítima da crise que aflige a Petrobras, juntamente com o sonho de se tornar uma das cinco maiores produtores mundiais de petróleo do mundo em 2020 no Brasil", destacou o FT.


O jornal ressalta que, enterrado sob uma camada de sal de até dois quilômetros de espessura no fundo do mar ao largo da costa sudeste do Brasil, as descobertas do pré-sal são estimadas para conter pelo menos tanto quanto os quase 60 bilhões de barris de petróleo no Mar do Norte. A descoberta provocou euforia quando os primeiros grandes depósitos foram descobertos em 2007, segundo o texto do editorial.


Contudo, após ouvir analistas, o jornal ressalta que o robusto programa de investimentos da Petrobras na camada do pré-sal pode "não ser mais viável". Além do escândalo de corrupção, a queda do preço de petróleo também pode inviabilizar a produção de petróleo no pré-sal, uma vez que o ponto de equilíbrio para a produção é de US$ 45 o barril.


"Se a Petrobras, que detém quase um monopólio sobre a produção do petróleo e gás no Brasil, for forçada a cortar seus investimentos no pré-sal, os efeitos seriam sentidos muito além da indústria", alertam analistas ouvidos pelo FT. Assim, fundos de pesquisa e desenvolvimento e até escolas e hospitais no Brasil poderiam ser privados de bilhões de dólares prometidos a eles a partir dos lucros do pré-sal e royalties.


Além disso, embora as empresas chinesas pudessem preencher algumas das lacunas na indústria, a crise na Petrobras já está batendo na estagnada economia do Brasil. Há perda de empregos no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, estados que são base da cadeia de construção naval do Brasil, ressalta o jornal. 

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Sonho do Brasil no pré-sal pode acabar, diz FT

Corrupção na Petrobras seria o principal motivo para o pessimismo

Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br
Em um novo editorial, o jornal britânico Financial Times destacou que as perspectivas para o setor de petróleo no Brasil são "sombrias" e que podem atingir o pré-sal. Há dúvidas de que o Brasil se torne um dos cinco maiores produtores de petróleo do mundo em 2020, ideia que foi lançada logo após a descoberta do pré-sal, em 2007.
"Analistas e executivos do setor dizem que a exploração do pré-sal pode ser a maior vítima da crise que aflige a Petrobras, juntamente com o sonho de se tornar uma das cinco maiores produtores mundiais de petróleo do mundo em 2020 no Brasil", destacou o FT.
O jornal ressalta que, enterrado sob uma camada de sal de até dois quilômetros de espessura no fundo do mar ao largo da costa sudeste do Brasil, as descobertas do pré-sal são estimadas para conter pelo menos tanto quanto os quase 60 bilhões de barris de petróleo no Mar do Norte. A descoberta provocou euforia quando os primeiros grandes depósitos foram descobertos em 2007, segundo o texto do editorial.
Contudo, após ouvir analistas, o jornal ressalta que o robusto programa de investimentos da Petrobras na camada do pré-sal pode "não ser mais viável". Além do escândalo de corrupção, a queda do preço de petróleo também pode inviabilizar a produção de petróleo no pré-sal, uma vez que o ponto de equilíbrio para a produção é de US$ 45 o barril.
"Se a Petrobras, que detém quase um monopólio sobre a produção do petróleo e gás no Brasil, for forçada a cortar seus investimentos no pré-sal, os efeitos seriam sentidos muito além da indústria", alertam analistas ouvidos pelo FT. Assim, fundos de pesquisa e desenvolvimento e até escolas e hospitais no Brasil poderiam ser privados de bilhões de dólares prometidos a eles a partir dos lucros do pré-sal e royalties.
Além disso, embora as empresas chinesas pudessem preencher algumas das lacunas na indústria, a crise na Petrobras já está batendo na estagnada economia do Brasil. Há perda de empregos no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, estados que são base da cadeia de construção naval do Brasil, ressalta o jornal.

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Empresas do sul podem ser alvo da Operação Zelotes



Lista divulgada pelo Estadão traz algumas das maiores companhias da região
Marcos Graciani
graciani@amanha.com.br





A edição de sábado (28) do jornal O Estado de S. Paulo apontou os nomes de 29 empresas (veja lista aqui) que fariam parte da relação de 70 grupos investigados pela “Operação Zelotes”. A investigação anunciada pela Polícia Federal na semana passada denuncia a formação deorganizações criminosas que atuariam junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF (foto) manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos. Segundo a Polícia Federal, estão no alvo da “Zelotes”, além de grandes empresas, cerca de 15 escritórios jurídicos e de consultoria. As manobras envolveriam pagamento de propinas a membros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, uma espécie de tribunal administrativo da Receita Federal, para obtenção de decisões favoráveis a empresas bancos que sustentam dever menos do que o fisco lhes cobra. A PF sustenta já ter comprovado um prejuízo ao erário da ordem de R$ 5,7 bilhões, e cogita que o montante das perdas sofridas pela Receita Federal pode chegar a R$ 19 bilhões.

Na lista parcial divulgada pelo “Estadão” (veja relação abaixo) constam grandes companhias com sede na região sul, como o Grupo Gerdau (que contesta no âmbito do CARF débitos no valor de R$ 1,2 bilhão) e o grupo RBS – que tenta obter na via administrativa da Receita redução de R$ 150 milhões de um total de débitos de R$ 672 milhões, de acordo com valores publicados na reportagem.
O Grupo RBS informou que "desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal". A Gerdau também afirmou que não foi contatada por nenhuma autoridade pública a respeito da Operação Zelotes. "A empresa reitera que possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos", informou, por meio de nota.

No caso da fabricante de ônibus Marcopolo, os débitos que estão sob investigação poderiam chegar a R$ 260 milhões, informou a reportagem de sábado de O Estado de S. Paulo. No caso do Grupo Évora, o valor das dívidas que a empresa estaria procurando reduzir, no recurso ao CARF, chegaria a R$ 48 milhões.

A catarinense Brasil Foods ainda estaria sob investigação. Por essa razão, não é possível ainda estimar o valor do débito. A Brasil Foods afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto e que suas atividades sempre se pautaram pelo cumprimento da lei. A BRF lamentou ter "seu nome exposto em lista de origem desconhecida, tratando de empresas supostamente investigadas" e adiantou que "tomará todas as providências necessárias para resguardar seus interesses em todos os âmbitos". A Marcopolo informou em nota divulgada no domingo (29) que desconhece a investigação. Além disso, alegou manter um "programa de compliance que assegura rigorosos padrões éticos e legais na condução de todos os seus relacionamentos com entes da administração pública". O Grupo Évora não se pronunciou até o momento.


O procurador do Ministério Público Federal (MPF), Federico Paiva, pedirá ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, a quebra do sigilo nas investigações da Operação Zelotes. O juiz Ricardo Leite inicialmente decretou sigilo do caso. "Alguns investigados já tiveram amplo acesso à investigação, é um direito deles. Vou pedir ao juiz que reconsidere a decisão que decreta o sigilo. Ela abre espaço para o vazamento seletivo", afirmou Paiva ao jornal O Globo. Em entrevista ao jornal Zero Hora desta segunda-feira (30), Paiva declarou que “a lista [publicada pelo Estado de São Paulo] pode ter alguma verossimilhança” com a verdadeira. Ele preferiu não dar mais detalhes, pois a Zelotes ainda corre em segredo de justiça.  

Contribuinte
Débito em discussão

(em R$ milhões)
Santander
3.300
Bradesco e Bradesco Saúde
2.700
Ford
1.700
Gerdau
1.200
Light
929
Banco Safra
767
RBS
672
Camargo Corrêa
668
Mitsubishi MMC
505
Carlos Alberto Mansur
436
Cervejaria Petrópolis
406
Marcopolo
260
Cimento Penha
109
Bank Boston
106
Coopersucar
62
Petrobras
53
Évora
48
Embraer
12
CF Prestadora de Serviços
9,6
Nardini Agroindustril
9,5
Via Concessões
3

*Nos casos das empresas BR Foods, Banco Pactual, Dascan,
Holdenn, Kanebo Silk, Ometto e Viação Vale do Ribeiro,
os valores ainda estão sendo investigados.
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Empresas do sul podem ser alvo da Operação Zelotes

Lista divulgada pelo Estadão traz algumas das maiores companhias da região

Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br

A edição de sábado (28) do jornal O Estado de S. Paulo apontou os nomes de 29 empresas (veja lista aqui) que fariam parte da relação de 70 grupos investigados pela “Operação Zelotes”. A investigação anunciada pela Polícia Federal na semana passada denuncia a formação deorganizações criminosas que atuariam junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF (foto) manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos. Segundo a Polícia Federal, estão no alvo da “Zelotes”, além de grandes empresas, cerca de 15 escritórios jurídicos e de consultoria. As manobras envolveriam pagamento de propinas a membros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, uma espécie de tribunal administrativo da Receita Federal, para obtenção de decisões favoráveis a empresas bancos que sustentam dever menos do que o fisco lhes cobra. A PF sustenta já ter comprovado um prejuízo ao erário da ordem de R$ 5,7 bilhões, e cogita que o montante das perdas sofridas pela Receita Federal pode chegar a R$ 19 bilhões.
Na lista parcial divulgada pelo “Estadão” (veja relação abaixo) constam grandes companhias com sede na região sul, como o Grupo Gerdau (que contesta no âmbito do CARF débitos no valor de R$ 1,2 bilhão) e o grupo RBS – que tenta obter na via administrativa da Receita redução de R$ 150 milhões de um total de débitos de R$ 672 milhões, de acordo com valores publicados na reportagem.
O Grupo RBS informou que "desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal". A Gerdau também afirmou que não foi contatada por nenhuma autoridade pública a respeito da Operação Zelotes. "A empresa reitera que possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos", informou, por meio de nota.
No caso da fabricante de ônibus Marcopolo, os débitos que estão sob investigação poderiam chegar a R$ 260 milhões, informou a reportagem de sábado de O Estado de S. Paulo. No caso do Grupo Évora, o valor das dívidas que a empresa estaria procurando reduzir, no recurso ao CARF, chegaria a R$ 48 milhões.
A catarinense Brasil Foods ainda estaria sob investigação. Por essa razão, não é possível ainda estimar o valor do débito. A Brasil Foods afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto e que suas atividades sempre se pautaram pelo cumprimento da lei. A BRF lamentou ter "seu nome exposto em lista de origem desconhecida, tratando de empresas supostamente investigadas" e adiantou que "tomará todas as providências necessárias para resguardar seus interesses em todos os âmbitos". A Marcopolo informou em nota divulgada no domingo (29) que desconhece a investigação. Além disso, alegou manter um "programa de compliance que assegura rigorosos padrões éticos e legais na condução de todos os seus relacionamentos com entes da administração pública". O Grupo Évora não se pronunciou até o momento.

O procurador do Ministério Público Federal (MPF), Federico Paiva, pedirá ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, a quebra do sigilo nas investigações da Operação Zelotes. O juiz Ricardo Leite inicialmente decretou sigilo do caso. "Alguns investigados já tiveram amplo acesso à investigação, é um direito deles. Vou pedir ao juiz que reconsidere a decisão que decreta o sigilo. Ela abre espaço para o vazamento seletivo", afirmou Paiva ao jornal O Globo. Em entrevista ao jornal Zero Hora desta segunda-feira (30), Paiva declarou que “a lista [publicada pelo Estado de São Paulo] pode ter alguma verossimilhança” com a verdadeira. Ele preferiu não dar mais detalhes, pois a Zelotes ainda corre em segredo de justiça.

Contribuinte Débito em discussão
(em R$ milhões)
Santander 3.300
Bradesco e Bradesco Saúde 2.700
Ford 1.700
Gerdau 1.200
Light 929
Banco Safra 767
RBS 672
Camargo Corrêa 668
Mitsubishi MMC 505
Carlos Alberto Mansur 436
Cervejaria Petrópolis 406
Marcopolo 260
Cimento Penha 109
Bank Boston 106
Coopersucar 62
Petrobras 53
Évora 48
Embraer 12
CF Prestadora de Serviços 9,6
Nardini Agroindustril 9,5
Via Concessões 3
*Nos casos das empresas BR Foods, Banco Pactual, Dascan,
Holdenn, Kanebo Silk, Ometto e Viação Vale do Ribeiro,
os valores ainda estão sendo investigados.
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Empresas do sul podem ser alvo da Operação Zelotes

Lista divulgada pelo Estadão traz algumas das maiores companhias da região

Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br

A edição de sábado (28) do jornal O Estado de S. Paulo apontou os nomes de 29 empresas (veja lista aqui) que fariam parte da relação de 70 grupos investigados pela “Operação Zelotes”. A investigação anunciada pela Polícia Federal na semana passada denuncia a formação deorganizações criminosas que atuariam junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF (foto) manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos. Segundo a Polícia Federal, estão no alvo da “Zelotes”, além de grandes empresas, cerca de 15 escritórios jurídicos e de consultoria. As manobras envolveriam pagamento de propinas a membros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, uma espécie de tribunal administrativo da Receita Federal, para obtenção de decisões favoráveis a empresas bancos que sustentam dever menos do que o fisco lhes cobra. A PF sustenta já ter comprovado um prejuízo ao erário da ordem de R$ 5,7 bilhões, e cogita que o montante das perdas sofridas pela Receita Federal pode chegar a R$ 19 bilhões.
Na lista parcial divulgada pelo “Estadão” (veja relação abaixo) constam grandes companhias com sede na região sul, como o Grupo Gerdau (que contesta no âmbito do CARF débitos no valor de R$ 1,2 bilhão) e o grupo RBS – que tenta obter na via administrativa da Receita redução de R$ 150 milhões de um total de débitos de R$ 672 milhões, de acordo com valores publicados na reportagem.
O Grupo RBS informou que "desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal". A Gerdau também afirmou que não foi contatada por nenhuma autoridade pública a respeito da Operação Zelotes. "A empresa reitera que possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos", informou, por meio de nota.
No caso da fabricante de ônibus Marcopolo, os débitos que estão sob investigação poderiam chegar a R$ 260 milhões, informou a reportagem de sábado de O Estado de S. Paulo. No caso do Grupo Évora, o valor das dívidas que a empresa estaria procurando reduzir, no recurso ao CARF, chegaria a R$ 48 milhões.
A catarinense Brasil Foods ainda estaria sob investigação. Por essa razão, não é possível ainda estimar o valor do débito. A Brasil Foods afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto e que suas atividades sempre se pautaram pelo cumprimento da lei. A BRF lamentou ter "seu nome exposto em lista de origem desconhecida, tratando de empresas supostamente investigadas" e adiantou que "tomará todas as providências necessárias para resguardar seus interesses em todos os âmbitos". A Marcopolo informou em nota divulgada no domingo (29) que desconhece a investigação. Além disso, alegou manter um "programa de compliance que assegura rigorosos padrões éticos e legais na condução de todos os seus relacionamentos com entes da administração pública". O Grupo Évora não se pronunciou até o momento.

O procurador do Ministério Público Federal (MPF), Federico Paiva, pedirá ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, a quebra do sigilo nas investigações da Operação Zelotes. O juiz Ricardo Leite inicialmente decretou sigilo do caso. "Alguns investigados já tiveram amplo acesso à investigação, é um direito deles. Vou pedir ao juiz que reconsidere a decisão que decreta o sigilo. Ela abre espaço para o vazamento seletivo", afirmou Paiva ao jornal O Globo. Em entrevista ao jornal Zero Hora desta segunda-feira (30), Paiva declarou que “a lista [publicada pelo Estado de São Paulo] pode ter alguma verossimilhança” com a verdadeira. Ele preferiu não dar mais detalhes, pois a Zelotes ainda corre em segredo de justiça.

Contribuinte Débito em discussão
(em R$ milhões)
Santander 3.300
Bradesco e Bradesco Saúde 2.700
Ford 1.700
Gerdau 1.200
Light 929
Banco Safra 767
RBS 672
Camargo Corrêa 668
Mitsubishi MMC 505
Carlos Alberto Mansur 436
Cervejaria Petrópolis 406
Marcopolo 260
Cimento Penha 109
Bank Boston 106
Coopersucar 62
Petrobras 53
Évora 48
Embraer 12
CF Prestadora de Serviços 9,6
Nardini Agroindustril 9,5
Via Concessões 3
*Nos casos das empresas BR Foods, Banco Pactual, Dascan,
Holdenn, Kanebo Silk, Ometto e Viação Vale do Ribeiro,
os valores ainda estão sendo investigados.
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