segunda-feira, 14 de abril de 2014

Cerveja brasileira é eleita uma das melhores do mundo


Cerveja Dubbel, da Wäls, ganhou medalha de ouro na categoria Belgian Dubbel da World Beer Cup. O rótulo Quadruppel da cervejaria levou prata em outra modalidade

Dave Dyet / Stock Xchng
Garrafa e copo de cerveja
Bebidas da cervejaria Wäls conseguiram destaque em duas categorias

São Paulo – Não são apenas Bélgica, Alemanha e Estados Unidos que se destacam entre os países com as melhores cervejas do mundo. Além da tradicional cachaça, o Brasil também ganhou notoriedade recentemente, na World Beer Cup, competição internacional de marcas de cerveja, que se considera as olimpíadas da bebida. Na premiação deste ano, o rótulo tupiniquim Dubbel ganhou a medalha de ouro na categoria “Belgian Dubbel” e o Quadruppel ficou com a medalha de prata no grupo de “Outros Estilos Belgian Ale”.

Ambas as garrafas são produzidas pela empresa Wäls, que fica em Belo Horizonte e distribui produtos principalmente nas regiões Sudeste e Sul, e no Distrito Federal. Ao todo, mais de 1.400 cervejarias de 58 países inscreveram quase 4.800 rótulos para participar do concurso, que engloba 94 modalidades e é organizado pela Brewers Association. 

A Wäls Dubbel, primeiro em seu grupo, é do estilo Belgian Strong Ale Dubbel e se caracteriza pela aparência castanha escura, com espuma densa e duradoura. O aroma é de frutas secas com notas de especiarias e maltes especiais, enquanto o paladar traz persistência do torrado, levemente picante e bastante seco. A bebida é refermentada na garrafa, tem 7,5% de álcool e 26 IBU’s (Unidade Internacional de Amargor).

Já a Wäls Quadruppel, consagrada na segunda posição entre concorrentes de sua categoria, é do estilo Belgian Strong Ale Quadruppel. Isso significa que é feita com quatro tipos de malte, nobre cepa de levedura, lúpulos especiais e diferentes especiarias. Sua aparência é marrom rubi, o amargor é equilibrado e a espuma, aveludada. O aroma é intenso e o sabor é de malte, chocolate toffee, mel e frutas secas. Outra peculiaridade da bebida é que ela é maturada em carvalho francês marinado com cachaça mineira. Além disso, é refermentada na garrafa com teor alcoólico de 11% e 35 IBU’s.

Petrobrás amplia perdas na Bolsa após discurso de Dilma


Presidente disse que não vai permanecer calada enquanto detratores, que têm interesses políticos, ferem a imagem da estatal

14 de abril de 2014

Álvaro Campos - Agência Estado -
 

Graça Foster e Dilma: esse foi o primeiro evento público que as reuniu desde o início das denúncias - Roberto Stuckert Filho/Presidência
Roberto Stuckert Filho/Presidência
 
Graça Foster e Dilma: esse foi o primeiro evento público que as reuniu desde o início das denúncias

SÃO PAULO - O Ibovespa fechou em queda de 0,52% nesta segunda-feira, 14, aos 51.596,55 pontos, puxado, em parte, pela baixa das ações da Petrobrás. Os bancos também ajudaram a levar o índice para baixo.

As ações da Petrobrás ampliaram suas perdas nesta tarde após a defesa feroz da petroleira feita pela presidente Dilma Rousseff em discurso durante cerimônia de viagem inaugural do navio petroleiro Dragão do Mar e batismo do navio Henrique Dias, no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE).

Seguindo orientações do seu mentor e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente defendeu a Petrobrás e disse que não vai permanecer calada enquanto detratores, que têm interesses políticos, ferem a imagem da estatal.

Esse foi o primeiro evento público que reuniu Dilma e a presidente da Petrobrás, Graça Foster, desde o início da onda de denúncias envolvendo a petroleira após o Estado revelar, em março, que a presidente Dilma deu aval à polêmica compra da refinaria de Pasadena com base em um relatório "falho", segundo a presidente.

A Petrobrás ON fechou em queda de 1,60%, cotada a R$ 15,36. Petrobrás PN terminou o dia em baixa de 1,73%, cotada a R$ 15,93. Apesar de terem operado em baixa ao longo de todo o dia, as perdas das ações ordinárias e preferenciais da Petrobrás se aprofundaram após o discurso da presidente Dilma. Antes da fala sobre a companhia, as retrações estavam em torno de 0,40%.

Segundo Dilma, as avaliações sobre a recente queda de valor de mercado da Petrobrás distorcem dados e manipulam análises, transformando eventuais problemas conjunturais de mercado em fatos irreversíveis e definitivos. "Defenderei em quaisquer circunstâncias e com todas as minhas forças a Petrobrás", afirmou. Ela acrescentou que a produção da Petrobrás vem crescendo nos últimos anos e que a empresa é a que mais investe no Brasil.

A presidente lembrou que em 2003, no início do governo Lula, a Petrobrás valia no mercado R$ 15,5 bilhões, e hoje, mesmo com problemas, vale R$ 98 bilhões.

Dilma também falou que os órgãos de fiscalização e controle, como o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União estão sempre atentos para exercer suas funções. "O que tiver de ser apurado será apurado com rigor", comentou. Ela mencionou que a auditoria da Petrobrás, o programa de prevenção à corrupção da empresa e as comissões de apuração "são os mais eficazes mecanismos de controle e fiscalização internos".


Senador Blairo Maggi e mais três familiares são incluídos na lista de bilionários da Forbes


Família fez fortuna com plantações de soja

Redação, www.administradores.com,
Agência Brasil
Senador Blairo Maggi quando era governador do Mato Grosso
 
 
A revista Forbes publicou nesta quinta-feira (10) uma reportagem em que anunciou a inclusão do senador Blairo Maggi (PR/MT) e mais três membros de sua família em sua tradicional lista de bilionários. A publicação levou em conta a participação dos quatro no Grupo André Maggi, avaliado em R$ 13,8 bilhões. Cada um, segundo a Forbes, tem cerca de 16% da holding.

A família fez fortuna no agronegócio e Blairo Maggi chegou a ficar famoso nos anos 1990 e 2000 como “O Rei da Soja”, produto que é o carro-chefe dos negócios da família. A valorização do real frente ao dólar na última década e a alta demanda da China por soja contribuíram para o crescimento da fortuna da família e sua inclusão na lista, segundo a própria Forbes.

Os familiares do senador incluídos na lista foram sua mãe, Lúcia; sua irmã Marli; e seu irmão Itamar, que comanda as operações dos negócios da família.

A Forbes cita ainda que Blairo Maggi foi citado pela National Geographic e outras revistas como um dos responsáveis pelo desmatamento da floresta Amazônica.

No Congresso, o senador, que também já foi governador do Mato Grosso, é um dos nomes mais proeminentes da bancada ruralista.

Graça Foster: “Acreditamos mil vezes na Petrobras”


Por Murillo Camarotto | Valor
 
 
IPOJUCA (PE)  -  Na véspera de sua visita ao Senado, onde prestará esclarecimentos sobre a polêmica aquisição da refinaria de Pasadena, nos EUA, a presidente da Petrobras, Graça Foster, fez nesta segunda-feira uma defesa enfática do governo petista, afirmando que “acredita mil vezes na Petrobras” e pediu apoio.




“Acreditamos mil vezes na Petrobras. Neste momento preciso muito da energia de todos vocês”, disse a presidente da estatal durante solenidade no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE), onde participou do lançamento ao mar de um petroleiro encomendado pela Transpetro.

Graça lembrou do renascimento da indústria naval brasileira e a prioridade à utilização de conteúdo local. “Nada veio por acaso. Estou na Petrobras há 34 anos e conteúdo local sempre foi um desejo, mas só virou realidade em 2003”, disse Graça, ao mencionar o primeiro ano da administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a presidente da Petrobras, foram Lula e a presidente Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia, os responsáveis pela priorização dada ao conteúdo local na indústria do petróleo.

Governo errou em comunicação sobre a Copa, diz Gilberto Carvalho




PORTO ALEGRE E SÃO PAULO  -  O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse, nesta segunda-feira, 14, que o governo federal cometeu um erro ao não priorizar a comunicação com a população sobre os benefícios da Copa do Mundo. Ele afirmou que, como consequência, a oposição e a imprensa tentam transformar o evento em uma "tragédia".

Carvalho está em Porto Alegre hoje para participar de um debate com movimentos sociais sobre o legado do Mundial. O ministro é o principal interlocutor do governo Dilma Rousseff junto a essas entidades.

"[Nós] nos demos conta que cometemos um erro nesse processo todo ao não investir em um processo de comunicação. Deixamos de informar o cidadão sobre o que significa a Copa em sua inteireza", disse a jornalistas, ao chegar ao evento.

Em discurso ao abrir o debate com os ativistas, mais tarde, o ministro afirmou que o governo "só pensa em trabalhar e se esquece de comunicar". "Isso permitiu que, no geral, a grande imprensa e os setores que fazem oposição clara ao governo tentassem transformar a Copa em uma tragédia, com prejuízo ao povo brasileiro."

Ele disse ainda que os protestos devem ser "em cima de fatos reais" e não baseados em quem não quer "que a Copa dê certo". "Querem fazer da Copa uma forma de prejudicar a continuidade do nosso projeto", disse Carvalho, sem especificar a quem se referia.


Atrasos


Sobre as obras para o Mundial, o ministro disse que, se parte delas não ficar pronta a tempo, "pouco importa". "O importante é que sejam entregues. Se não for em junho, que sejam em novembro, dezembro."

O ministro vai participar de encontros com os movimentos sociais nas 12 capitais que receberão os jogos, para receber reivindicações.

No evento, um representante do governo listou benefícios que a Copa deverá trazer para o país, como exposição internacional, geração de empregos e aumento do turismo. Também comparou os gastos na preparação do Mundial com os orçamentos de saúde e educação.

Após discursos de representantes do governo gaúcho e da Prefeitura de Porto Alegre, os líderes dos movimentos se manifestaram. Fizeram críticas, entre outras, à remoção de moradores para obras viárias, à possibilidade de aumento da exploração sexual durante o Mundial e à violência policial em manifestações.


Ingressos adicionais


A última fase da venda de ingressos para a Copa do Mundo, que começa nesta terça-feira, 15, terá diferentes lotes de entradas disponibilizados aos torcedores durante os próximos três meses.
Além dos bilhetes que estarão disponíveis a partir das 7h (de Brasília) de terça, no site da Fifa, novos ingressos podem ser lançados no sistema até dia 13 de julho, data da final do Mundial e último dia de vendas.

Os lotes extras serão formados por bilhetes devolvidos à Fifa por torcedores que se arrependeram da compra e uma carga de proteção que não foi negociada pela entidade, devido ao atraso na entrega dos estádios da Copa.

Apesar de ter recebido o mapa de assentos de todos os 12 estádios que serão usados na Copa, a Fifa teme vender ao torcedor ingresso para um lugar que, na prática, não existe, tem visão prejudicada do campo ou terá de ser desocupado para não prejudicar a transmissão da TV.

Por isso, a entidade faz a contagem manual e a avaliação visual de todos os lugares antes da definição do total de bilhetes à venda.

O Itaquerão, futuro estádio do Corinthians, é um dos palcos da Copa que não passaram pela avaliação, já que não está pronto. Arena Pantanal, em Cuiabá, e Arena das Dunas, em Natal, já entregues, ainda não foram testadas com capacidade plena.

Ante a indefinição, a Fifa vai reter parte da carga dos bilhetes. Há projeções feitas pela entidade. No caso do Itaquerão, a previsão é que existam 67.349 assentos, mas serão comercializados apenas 59.955 ingressos.

Os 7.394 assentos restantes a menos (11%) deixarão de ser vendidos porque a entidade imagina que possuem pontos cegos ou que serão aproveitados para as transmissões televisivas, parcerias comerciais e áreas para jornalistas.

Hoje, a Fifa confirmou à reportagem que os ingressos dessa carga de proteção serão negociados posteriormente caso a avaliação dos estádios determine que eles possam ser comercializados sem dano a torcedores e patrocinadores.


(Folhapress)

IMIGRANTES PODERÃO VOTAR E SEREM VOTADOS

No mundo de hoje a noção de cidadania e de soberania não se confunde necessariamente com as fronteiras nacionais.


Segundo proposta que tramita no Senado, os imigrantes residentes no país terão direito de votar e serem votados nas eleições municipais, para prefeito e vereador.

A atual legislação já permite o voto facultativo e a possibilidade de candidatura em eleições municipais à portugueses e estrangeiros naturalizados brasileiros. Os imigrantes só não podem ser eleitos para à Presidência da República, ocupar a Vice- Presidência e as Presidências do Senado e da Câmara dos Deputados.

O relatório da senadora Lúcia Vânia (PSDB/ Goiás), estabelece que a regra só valera para cidadãos de países que garantem os mesmos tratamentos aos brasileiros, o texto também estende a todos os turistas e trabalhadores estrangeiros em temporada no Brasil, os direitos previstos no artigo 5° da constituição, são eles: igualdade perante a lei, a livre manifestação de pensamento, a liberdade de associação e de crença e a inviolabilidade do direito à vida e a propriedade.

O autor da proposta senador Aluísio Nunes Ferreira (PSDB/ São Paulo), lembra que muitos países já permitem a participação de estrangeiros em suas eleições como Chile, Espanha e Dinamarca.

Ele argumenta que o imigrante colabora com o desenvolvimento das cidades onde vive e a iniciativa busca estimular a cidadania, e complementa ao dizer:

“No mundo de hoje a noção de cidadania e de soberania não se confunde necessariamente com as fronteiras nacionais, nós temos alguns direitos que se sobrepõe as fronteiras nacionais, existe hoje um intercâmbio enorme de pessoas, ideias, valores e culturas. O Brasil tem uma legislação para estrangeiros atrasada, uma legislação ainda do tempo do regime autoritário, que precisa ser modernizada para se tornar generosa e mais aberta a imigração”.

A proposta está em análise na comissão de constituição e justiça, aprovada, a PEC deve passar por dois turnos de votação pelo plenário do senado, antes de ser encaminhada para a Câmara dos Deputados.

George Cardin

Dilma contra-ataca: 'a Petrobras resistiu às tentativas de desvirtuá-la, de reduzi-la e privatizá-la'

Brasil Post  |  De Publicado:

Diante da artilharia da oposição contra possíveis irregularidades na Petrobras, a presidente Dilma Rousseff decidiu contra-atacar. Ela aproveitou a cerimônia da viagem inaugural do navio petroleiro Dragão do Mar, em Ipojuca (PE), para mandar um recado aos adversários políticos e à população brasileira. "Está errado quem diz que a Petrobras está perdendo valor e importância no Brasil", disse. "Não ouvirei calada a campanha negativa daqueles que, por proveito político, não hesitam em ferir a imagem da empresa."

A estatal enfrenta um momento bastante turbulento por causa da série de suspeitas de contratos irregulares, prisão de um ex-diretor e redução em seu valor de mercado. "Não deixarei de combater corrupção, malfeito ou ilícito de qualquer espécie, seja de quem quer que seja", esbravejou Dilma, que prometeu rigor na apuração e, se necessária, a punição de envolvidos.

Além da ameaça de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias na Petrobras, novos indícios de corrupção têm vindo à tona. A Folha de S. Paulo apontou que empresas ligadas à Petrobras faziam repasses de dinheiro a políticos. Segundo a Veja deste fim de semana, o ex-diretor preso pela Polícia Federal (PF) Paulo Roberto Costa está envolvido com políticos em um "consórcio criminoso" que fraudava contratos na Petrobras e financiava partidos.

Paulo Roberto Costa foi preso durante a Operação Lava Jato da PF. Ele chegou a receber um carro de luxo do doleiro Alberto Yousef, figura-chave do esquema de lavagem de dinheiro desmantelado pela operação. As quadrilhas movimentaram mais de R$ 10 bilhões.

O discurso de Dilma adquiriu tom político em outros momentos. A presidente alfinetou o PSDB e insinuou que o governo de Fernando Henrique Cardoso pretendia privatizar a Petrobras. "[Os tucanos] Diziam que havia petróleo demais, riqueza demais e que, por isso, toda essa riqueza não podia ficar nas mãos de uma empresa pública, ou seja, nas mãos do povo. De forma muito sorrateira, prepararam todo um processo que, se não interrompido, acabaria por conduzi-la fatalmente a mãos privadas", disse Dilma.
"De tão requintado esse processo, chegou a fazer parte até a troca do nome, que seria Petrobrax sonegando a sílaba q é nossa identidade e nossa nacionalidade: “bras” de Brasil. Com apoio de todas as pessoas, a Petrobras resistiu às tentativas de desvirtuá-la, de reduzi-la e privatizá-la", contra-atacou.


Graça Foster no Senado


A presidente da Petrobras, Graça Foster, também participou da cerimônia em Ipojuca. Amanhã (14) ela partipará de audiência no senado para tratar do caso Pasadena. A refinaria no Texas, nos Estados Unidos, foi comprada pela estatal em 2006, avalizada pela então ministra Dilma, como presidente do conselho de administração da Petrobras. Graça participaria de um debate na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara sobre Pasadena, mas cancelou essa participação, segundo a Agência Câmara.

Com obras inacabadas e superfaturadas, Brasil é destaque do jornal The New York Times

Brasil Post  |  De Publicado:
Em ano de Copa do Mundo, todos os olhos se voltam para o Brasil. Na edição deste sábado (12), do jornal americano The New York Times, o país virou manchete. Mas, desta vez, não foi o Mundial o assunto em questão, e sim as muitas obras inacabadas e superfaturas que se espalham por aqui. A exposição proporcionada pelo evento tem levado ao mundo os nossos grandes problemas estruturais. 

Intitulada “Grand Visions Fizzle in Brazil” (Grandes visões fracassam no Brasil), a reportagem do jornalista Simon Romero reúne dados, depoimentos e até um vídeo. Ela chama a atenção para a demora na construção da ferrovia Transnordestina, para o abandono de edifícios curvilíneos projetados por Oscar Niemeyer e de parques eólicos, assim como para o rombo orçamentário provocado por projetos luxuosos, como hotéis inacabados no Rio de Janeiro. 

Romero lembrou até do “malfadado” museu de extraterrestres, que começou a ser construído com recursos federais na cidade de Varginha, em Minas Gerais, mas não foi terminado. “Seus restos esqueléticos agora pairam como um navio perdido entre as ervas daninhas", comentou.

E disse mais: “Os projetos da Copa do Mundo são apenas uma parte de um problema maior nacional e lançam uma cortina de fumaça sobre grandes ambições do Brasil: uma série de projetos luxuosos concebidos quando o crescimento econômico foi de afluência que agora estão abandonados, paralisados ou descontroladamente acima do orçamento.”

O jornalista afirma que os empreendimentos foram destinados a impulsionar a economia brasileira, mas agora que o país vive uma “ressaca pós-boom”, eles foram deixados de lado, expondo líderes a críticas fulminantes, alimentando pretensões de gastos desnecessários e incompetência, enquanto os serviços básicos para a população continuam deficientes. 

Alguns economistas ouvidos por ele associaram o problema à “burocracia paralisante, à destinação irresponsável de recursos e à corrupção”. “Os fiascos estão se multiplicando, revelando uma desordem lamentavelmente sistêmica. Nós estamos acordando para a realidade de que imensos recursos foram desperdiçados em projetos extravagantes, quando nossas escolas públicas ainda são uma bagunça e esgoto ainda está em nossas ruas”, disse Gil Castello Branco, diretor do Contas Abertas, um grupo de vigilância brasileiro que analisa os orçamentos públicos.

Leia a matéria completa no site do NYTimes. E assista ao vídeo aqui.

Empresas devem tomar cuidado com traduções simplistas






É comum no ambiente de multinacionais com presença no Brasil que se adotem normas, programas e códigos das matrizes no exterior independente de uma adaptação cuidadosamente planejada e implementada, sob o argumento de que programas globais precisam ser “consistentes”.

Também é comum que se aproveite, no contexto nacional, normas, programas e códigos meramente traduzidos de outras línguas, sobretudo do inglês.

Ocorre que não é pela mera tradução que se consegue consistência, mesmo porque nem tudo pode ou deve ser meramente traduzido.

Numa adaptação de normas, programas e códigos das matrizes no exterior, eventualmente pontos que não podem ser razoavelmente traduzidos deveriam ser omitidos para evitar confusão e a própria inefetividade da aplicação da norma interna, seguindo a linha de raciocínio de que normas efetivas devem ser criadas para refletir os costumes de seus destinatários, inclusive com a participação deles.

Exemplo corriqueiro de caso em que uma mera tradução não cai bem é a tradução do conceito de legislação norte-americana de “pagamentos de facilitação”. O conceito, se não explicado ou se mal compreendido, pode induzir a uma interpretação de que há conivência por parte da empresa com propinas, dentro de padrões subjetivos e de difícil explicação. Novamente, o risco é a inefetividade da aplicação da norma, algo talvez muito mais grave do que inconsistência de um programa global, e não cair bem significa exatamente inefetividade, muito além de qualquer conotação meramente semântica ou de estilo.

Outro exemplo que não deve ser seguido, importado diretamente de países de tradição anglo-saxão, é a previsão de que uma empresa só faz lobby legal. Numa atividade – lobby – que não é regulamentada no Brasil, a mera referência à expressão que tem conotação extremamente negativa pode causar uma má impressão de que a empresa opera por meios escusos.

Quando se trata de compliance é um erro grave presumir que se possa usar rótulos em língua estrangeira num país onde não se fala aquela língua. Recorrer a programas de tradução automática, para reduzir custos, é outro erro grave. Tais programas não têm o vocabulário especializado e customizado necessários sob o ponto de vista legal e regulatório. Qualquer pequeno erro pode, a par de desacreditar toda a iniciativa, atrair uma responsabilidade indesejada para a empresa e até para seus administradores, a depender de situações específicas.

E não é demais reforçar: verter é algo apropriado, ao passo que a mera tradução, sobretudo aquela literal, não é.

A questão é séria. Em situações limites pode haver motivo para que erros provoquem gargalhadas iniciais nos destinatários das normas internas de uma empresa que, por descuido ou desconhecimento, aplique algo que deixa a desejar em termos de compatibilidade com os costumes e cultura local, que varia até regionalmente. E não se trata apenas de uma necessária seriedade com relação às normas escritas em si. Eventual percepção de falta de seriedade pode tolher qualquer possibilidade de efetividade, minando a inicialmente desejada “consistência”, se se estiver a falar de programas globais, e bastando por si só para exigir um cuidado extremo, no caso de programa nacional somente.

É comum que parte significativa dos chamados programas de compliance adotados por multinacionais com sede no exterior (e agora por aquelas com sede no Brasil) prevejam treinamento de diversas ou até mesmo todas as categorias de colaboradores internos e também, por vezes, externos. Tais treinamentos podem ser presenciais, com instrutor experiente, ou não. A capacidade de boa comunicação é essencial para isto e os treinamentos podem ser ministrados online, por DVD ou, por outra mídia ou forma, não presenciais. É aí que pode estar um grande risco à seriedade necessária para o assunto.

Há algo de estranho, por exemplo, em treinamento de compliance com figuras esteriotipadas estrangeiras. Também não há como evitar uma enorme distração e possibilidade de incompreensão no caso de treinamento em língua estrangeira ou mesmo em português que não o do Brasil. E será improvável que mesmo em português do Brasil a distração seja evitada por um sotaque de quem ministra o treinamento, sobretudo em caso de peculiaridades das operações de cada empresa, algumas delas em regiões distantes do das capitais do Sudeste. É possível, por exemplo, que o sotaque errado para o público errado induza a uma percepção equivocada, algo que se pode minimizar com treinamento presencial, customizado.

O que se quer dizer com isso, especificamente, é que o treinamento deve ser sempre adaptado à linguagem local, bem como deve ser modelado para que seja facilmente assimilado pela cultura e questões específicas de cada país, inclusive sensibilidade com relação a pontos relativos à corrupção e fraude, sob a perspectiva da empresa e seus vários níveis de colaboradores, internos e/ou externos.

Falar em redução de custos chama a atenção de qualquer empresa, inclusive multinacionais. Para reduzir custos algumas delas costumam contratar um provedor global de serviços, que pode oferecer os tais “mecanismos e procedimentos internos (...) de incentivo à denúncia de irregularidades”, inclusive hotlines ou helplines. Alguns provedores globais de serviços, por incrível que pareça ainda hoje, desconhecem onde fica o Brasil e que língua falamos. É muito mais do que o clichê de que a capital do Brasil é Buenos Aires e que falamos espanhol. Novamente, a questão é séria e assim deve ser tratada. Não adianta delegar a criação de uma linha direta para denúncia de irregularidades (de ou sem boa fé) para um provedor que use um call center em Cabo Verde, por exemplo, pois grande chance há de que a operadora naquele país fale a língua local, que pouco tem a ver com a nossa que não vai ser facilmente compreendida até por usuários adaptados a interação com estrangeiros. Talvez as empresas ainda que multinacionais mas com sede no Brasil não estejam sujeitas a este tipo de situação, que representa um risco à seriedade de um efetivo programa de compliance, mas devem elas também estar atentas para que copiem modelos falhos.

Em suma, é necessário que qualquer política, código de conduta, programa ou procedimento esteja disponível na(s) língua(s) falada(s) em cada país onde a empresa mantém operações e funcionários. A expressão língua(s), aqui usada, tem um duplo sentido, literal e não literal.

Além disso, deve-se estar atento ao seguinte: políticas globais normalmente estabelecem os princípios orientadores e as regras que a empresa adota para garantir que ela opere em conformidade com as leis em cada país onde atua.

Em virtude dos anos à frente do Brasil em termos de existência de leis relativas ao assunto, os EUA, que adotaram ainda na década de 1970 o FCPA, e mais recentemente o Reino Unido, que adotou lei ampla em 2010, tem uma tradição maior no desenvolvimento de procedimentos internos relativos à matéria. Algumas empresas podem estar sujeitas aos ordenamentos dos dois países acima citados e, agora, também, ao terceiro, brasileiro. Não é tarefa simples compatilizar regras que estejam de conformidade com o ordenamento dos EUA, do Reino Unido e agora do Brasil. E qualquer deslize numa versão brasileira pode expor a empresa a responsabilidades e sanções sob um ou mesmo os 3 ordenamentos, inclusive e sobretudo no quesito de efetividade ou adequação de política, código de conduta, programa ou procedimento.

Vale, portanto, um alerta a todas as empresas sujeitas à Lei 12.846/2013 – e são muitas – a respeito da seriedade com que comunicação e efetividade de programas de compliance devem ser tratadas.

Advogados que admitem não saber tudo são melhores

A Faculdade de Direito de Nova York criou um instituto que se dedicará exclusivamente a discutir as atividades dos “advogados corporativos” (corporate counsel) — ou assessores jurídicos de corporações. É o The Institute for In-House Counsel. Um dos tópicos da conferência inaugural do instituto, de acordo com o site Corporate Counsel, foi o relacionamento das assessorias jurídicas das empresas com os “advogados externos”.

“Os assessores jurídicos devem saber que não sabem tudo e buscar ajuda externa, para o bem da empresa”, disse o diretor jurídico da Zucker Organization e Manhattan Skyline Management Group, Joseph Giamboi.

“Parte do meu trabalho é identificar riscos e ser o gerente de riscos em todas as transações da empresa”, ele explicou. “Mas uma das partes mais importantes é saber o que eu não sei. E eu não sei muita coisa. Assim, preciso ser capaz de identificar a aproximação de problemas, que na minha área podem ser associados, por exemplo, a questões ambientais, e saber onde vou buscar ajuda”, declarou.

O palestrante principal do evento, Richard DeScherer, diretor jurídico da Bloomberg LP, disse que não contrata advogados confiantes demais em seus próprios conhecimentos. “Eles prejudicam o trabalho da equipe e, consequentemente, a empresa, por assumirem uma atitude de quem sabe tudo, o tempo todo”, afirmou.

DeScherer disse que, para construir uma boa equipe jurídica nessa era de mudanças e inovações, é preciso saber contratar advogados. A Bloomberg contrata advogados por sua inteligência, trabalho duro, capacidade de gerenciar, por sua paixão pelas atividades da empresa e, principalmente, por sua capacidade de trabalhar em equipe.

Para ele, uma das obrigações mais importantes do departamento jurídico é avaliar o tamanho certo de sua equipe e as especializações que devem estar disponíveis internamente. “A equipe jurídica deve ser ágil, a contratação de ajuda externa deve ser criteriosa para manter os custos baixos e os problemas precisam ser antecipados”, disse.

Entre os problemas cotidianos de departamentos jurídicos de empresas, segundo disseram os palestrantes a assessores jurídicos, advogados e estudantes de Direito, estão as questões relacionadas a compliance.

DeScherer, que é uma autoridade em compliance, disse que o trabalho de assessores jurídicos, advogados corporativos e profissionais de compliance nunca foi tão importante. “Todos devem ficar atentos para o fato de que os reguladores estão concentrando seu foco na correção, transparência e compliance dos mercados financeiros”, afirmou.

O palestrante informou aos participantes do evento que o departamento jurídico da Bloomberg também investiu alto, nos últimos três anos, na prática de propriedade intelectual, permanecendo sempre em dia com as alterações significativas na lei de patentes nos EUA.

“Além disso, investimos muito na prática de regulamentação de valores mobiliários, porque ocorreram mudanças significativas na legislação dos EUA e na da Europa, que mudaram o panorama regulatório nessas regiões”, afirmou.

O reitor da Faculdade de Direito de Nova York, Anthony Crowell, disse aos participantes que um dos objetivos do instituto é ajudar a todos que atuam nesse mercado a resolver seus problemas do dia a dia e preparar os estudantes de Direito para atuar em assessorias jurídicas de corporações de todos os portes.

“O instituto foi criado para ser uma plataforma única para se discutir e encontrar soluções para os problemas e dificuldades que os assessores jurídicos e os advogados corporativos enfrentam em seu trabalho”, declarou o reitor.

Crowell citou alguns dos problemas práticos que impactam o trabalho dos assessores jurídicos mais profundamente, como um ambiente exacerbado de regulamentações, orçamentos corporativos limitados e uma ênfase crescente em segurança de dados corporativos.

domingo, 13 de abril de 2014

Cenários reais de 'Game of Thrones' levam fãs à Croácia


Estes cenários foram filmados nas cidades de Dubrovnik e Split, duas localidades com um enorme patrimônio monumental

Vesna Bernardic., da
Divulgação
Daenerys Targaryen, uma das personagens da trama "Game of Thrones", exibida pela HBO
No último domingo, nos Estados Unidos, a 'HBO' começou a exibir os capítulos da quarta temporada da série

Zagreb, 13 abr (EFE).- A cidade de Qarth, a Fortaleza Vermelha e a Baía da Água Negra, cenários de algumas das intrigas e batalhas da popular série de televisão 'Game of Thrones', não só existem na realidade como também podem ser visitados pelos mais ardorosos fãs da saga.

Esses cenários, que fazem parte do universo literário criado por George R.R. Martin e que chegaram às telas pela emissora 'HBO', foram filmados nas cidades de Dubrovnik e Split, duas localidades com um enorme patrimônio monumental que aproveitaram a série para oferecer uma nova oferta turística no Adriático croata.

No último domingo, nos Estados Unidos, a 'HBO' começou a exibir os capítulos da quarta temporada da série que já ganhou 11 prêmios Emmy.

'Todos os que compartilham a paixão pela série têm agora a incrível oportunidade de ver por onde Daenerys Targaryen caminhou, onde está a Baía dos Escravos e onde tudo aconteceu', descreve a agência Tours by locals sobre o percurso 'Split-Game of Thrones'.

'Conheça a fictícia cidade do desembarque do rei na companhia de seu guia especialista enquanto explora a parte antiga de Dubrovnik... Suba a muralha da cidade, imagine as sangrentas batalhas, visite a fortaleza de Lovrijenac para descobrir mais sobre as maléficas decisões do rei Joffrey. Siga os passos de Arya Stark...', convida, por sua parte, a agência Viator.

Por preços que vão dos US$ 70 a US$ 344, os fãs da série podem percorrer as mesmas ruas dos personagens e reconhecer paisagens como a da batalha entre Stannis, o candidato ao trono, e as tropas fiéis do clã Lannister.

As muralhas medievais e a parte antiga de Dubrovnik, a ilha de Lokrum, o jardim botânico de Trsteno Arboretum e a Fortaleza Lovrijenac são alguns dos monumentos reais que dão corpo físico aos cenários imaginados por George R.R. Martin.

'Quando olhava a série pensei que se tratava de efeitos especiais, pensava que, de nenhuma forma, poderíamos encontrar um lugar tão formoso. E sim, é real', comentou à 'HBO' o ator chileno-americano Pedro Pascal, que acaba de ser incorporado à série como o príncipe Oberyn Martell, conhecido como 'Víbora Vermelha'.

'Dubrovnik oferece um percurso especial pelos locais das filmagens aos amantes da série', explicou à Agência Efe Jelka Tepsic, funcionária do Escritório de Turismo desta cidade, conhecida como 'a pérola do Adriático'.

Assassinato no Japão é quase zero. Já violência doméstica...


Relatório da ONU mostra que Japão, país com uma das menores taxas de homicídio do mundo, luta para superar violência doméstica e diminuir morte de mulheres por companheiros

Getty Images
Japonesa fazendo compras em Tóquio
Mulheres japonesas caminham em Tóquio: apesar de estar entre os países menos violentos do mundo, Japão não conseguiu superar violência doméstica

São Paulo - O Japão tem uma das menores taxas de homicídio do mundo. Em 2012, último dado disponível, foi registrada 0,3 morte a cada 100 mil habitantes. No Brasil, esse índice é de 25,2. Mas enquanto no mundo os homens são as grandes vítimas da violência, no Japão este papel é ocupado pelas mulheres. Elas representam mais de 50% dos casos.

De acordo com o "Estudo Global sobre Homicídio 2013", divulgado nesta quinta-feira pelo Escritório sobre Drogas e Crime das Nações Unidas (UNODC, na sigla em inglês), 80% das pessoas assassinadas em 2012 em todo o mundo eram homens.

Segundo a ONUos dados sugerem que em países com taxas de homicídio muito baixas, caso do Japão, as vítimas do sexo feminino constituem uma parte crescente das vítimas. 
Isso porque, nesses lugares, ganha peso a violência cometida por parceiros.

Na Ásia, 20,5% dos casos de homicídio foram cometidos por pessoas próximas à vítima.
O percentual é muito maior do que o registrado nas Américas (8,6%) e na África (13,7%). Regiões que, inclusive, têm taxas de homícidio muito maiores que a dos países asiáticos.

Globalmente, 47% das mulheres morrem vítimas de membros da família ou de parceiros íntimos (maridos e namorados). No caso dos homens, apenas 1 em cada 20 casos envolve relações íntimas. 


Japão


O Japão introduziu sua primeira lei de violência doméstica em 2002, quando uma pesquisa realizada a cada três anos pelo governo japonês revelou que 4,4% das mulheres respondeu que a violência sexual sofrida por elas foi forte o bastante para fazê-las temerem por suas vidas. 

Em 2005 e 2008, quando a "Pesquisa sobre a violência entre homens e mulheres" foi refeita, mais de 10% das mulheres casadas disseram ter sofrido "agressão física", "assédio moral ou ameaças assustadoras" ou "coerção sexual" por seu parceiro em "muitas ocasiões."

Além disso, na época, uma em cada 5 mulheres casadas disseram ter sofrido violência doméstica em "uma ou duas ocasiões". Isso faz com que quase um terço das mulheres casadas japonesas tenha sofrido algum tipo de violência dentro de casa. 

Em resposta aos números alarmantes - que contrastam com a baixíssima taxa de homicídios do país -, em 2011 o governo japonês criou diversas leis destinadas a proteger as mulheres.

As melhorias foram principalmente no sistema de notificação e investigação de casos de violência doméstica. O resultado veio rápido: o número de casos reportados cresceu vertiginosamente.

De acordo com o jornal Japan Times, o número de casos relatados cresceu 46% naquele ano. 
Além disso, unidades policiais especiais para casos de violência doméstica foram melhor preparadas para lidar com estes casos, os acompanhando do relatório inicial até o veredito final

As estatísitcas registradas, no entanto, mostram que a situação das mulheres continua preocupante: 26% delas relataram terem levado socos, chutes e empurrões de seus parceiros, outros 14% afirmaram terem sido obrigadas a fazer sexo, e 18% sofreram abusos psicológicos.

Segundo a ONU, o caso japonês mostra que em um contexto de níveis muito baixos de violência, ainda podem ser necessários esforços adicionais para lidar com a violência doméstica.

Inflação é o que mais preocupa investidores, diz jornal


No Brasil, 60% dos investidores consultados demonstraram preocupação com a inflação

Aline Bronzati, do
Stock.xchng
Inflação
Além da inflação, outras questões preocupantes para os investidores incluem erro na tomada de decisões

São Paulo - A inflação é a principal preocupação dos investidores no mundo, principalmente no Brasil e na China, segundo estudo global da gestora de recursos americana Legg Mason publicada pelo jornal britânico Financial Times em sua página na internet. O aumento dos preços foi, na opinião de quase a metade dos 4.320 entrevistados, a principal ameaça para o progresso dos seus investimentos, ocupando o posto de "maior medo" da enquete.

No Brasil, 60% dos investidores consultados demonstraram preocupação com a inflação, seguido por 58% no México, 56% na China, 53% em Cingapura e 51% em Taiwan. Na outra ponta, os menos preocupados estavam na França (11%), Suécia (14%) e Suíça (18%).

"Embora haja uma série de ameaças por aí, é claro que a inflação, especialmente para investidores da América Latina e da Ásia, é a maior preocupação", disse Matt Schiffman, diretor de marketing global da Legg Mason, segundo o Financial Times.

Além da inflação, outras questões preocupantes para os investidores incluem erro na tomada de decisões, para 37% dos entrevistados, aumento da carga tributária, para 31%, o baixo crescimento global, para 30%, juros baixos, para 29%, e redução de estímulo econômico nos Estados Unidos, para 24%.

Excesso de documentos é principal entrave para exportar


Os executivos também reclamaram da falta de comunicação entre os órgãos

Mariana Branco, da
Paulo Fridman/Bloomberg
Contêiner para exportação sendo carregado em um navio
O número médio de órgãos pelos quais o processo para exportação deve passar é 4,3

São Paulo - Para os empresários brasileiros, a quantidade de documentos exigida pelos órgãos de controle alfandegário é excessiva. Além disso, a agilidade dos serviços deixa a desejar. O quadro foi revelado por pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, o excesso de documentos foi considerado o principal entrave para exportar por 53,27% dos participantes. Em segundo lugar, ficou a baixa agilidade para análise da documentação, mencionada em 41,89% das respostas. Em terceiro, a demora na vistoria e inspeção, mencionada por 37,77%.

Os executivos também reclamaram da falta de comunicação entre os órgãos, apontada como um problema em 25,42% das respostas. Uma das consequências dessa falha é que muitos solicitam dados e documentação repetidos, fator indicado como problemático em 12,83% das respostas.

O número médio de órgãos pelos quais o processo para exportação deve passar é 4,3, e a grande maioria das empresas (94,5%) contrata os serviços de despachantes para lidar com a burocracia. O órgão mais citado como tendo impacto negativo nas exportações foi a Receita Federal, em 46,11% das vezes, seguido pelo Ministério de Minas e Energia, com 40% das menções, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), citada em 38,3% das respostas.

“Pesquisas frequentemente colocam o Brasil como um dos países mais custosos para lidar com informações tributárias e outros tipos de burocracia”, disse o economista Marcelo Azevedo, especialista em Políticas de Indústria da CNI. Segundo ele, em alguns setores da economia, a quantidade de órgãos pelos quais o produto deve passar a fim de ser liberado para exportação chega a seis. “Já tem excesso [de documentos solicitados] individualmente. Você ainda soma vários órgãos e fica pior”, comenta.

Segundo ele, a solicitação de informações e documentos repetidos também é um desestímulo significativo. “[O empresário] preenche o mesmo dado para órgãos diferentes. Tem formulários em que você preenche o CNPJ dezenas de vezes. A comunicação entre os órgãos seria importantíssima. Mas se cada órgão simplificar e reduzir a exigência, já melhora”, comenta. A pesquisa da CNI, divulgada este ano, ouviu 640 empresários entre 2012 e 2013.

Começou a briga para aparecer na Copa do Mundo

A disputa para fazer barulho em torno da Copa já foi iniciada — tanto entre as patrocinadoras como para empresas que correm por fora. Nessa briga, vale quase tudo para ofuscar os concorrentes

Germano Lüders/EXAME
Fábrica da Hyundai
Hyundai: prometeu ampliar a garantia dos veículos para seis anos se o Brasil ganhar a Copa e lançou a campanha Hexagarantia Hyundai

São Paulo - Além de recordes menos lisonjeiros, como atraso nas obras e estouro no orçamento, a próxima Copa do Mundo somará a maior arrecadação de patrocínio da história da Fifa. Um time de 22 empresas investiu 1,4 bilhão de dólares para apoiar o evento — valor 10% maior do que o da edição anterior.

O salto é ainda maior no caso dos patrocinadores da seleção brasileira. Neste ano, 14 empresas arrecadaram 300 milhões de reais para apoiar oficialmente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) — 67% mais em relação à última edição do evento. Nessa disputa para vincular o evento à própria marca, as empresas não medem esforços para ofuscar os rivais.

Uma mostra da temperatura do confronto surgiu em março, quando a montadora coreana Hyundai, patrocinadora da Fifa, criou a “hexagarantia”, para ampliar a garantia de seus veículos de cinco para seis anos se o Brasil vencesse, numa alusão ao hexacampeonato almejado pela seleção.

A campanha durou apenas dez dias no ar, até que a concorrente Volkswagen, que pagou 9 milhões de reais para ser a única montadora a ter direitos sobre atividades promocionais ligadas ao futebol brasileiro, pressionou a Confederação Brasileira de Futebol a notificar a concorrente. Procuradas, as montadoras não deram entrevista.

A Hyundai não foi a única a receber uma advertência da CBF. Desde 2013, a entidade notificou 33 anunciantes que usaram de forma indevida a imagem da seleção. É o dobro das ocorrências registradas na Copa da África do Sul, em 2010.

Em geral, o alerta consiste num pedido para tirar a campanha do ar e inclui a negociação extrajudicial de uma multa que pode chegar a até 600 000 reais. “Já esperávamos mais casos neste ano, com a realização da Copa no país”, diz Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF.

O embate se tornou especialmente aguerrido entre as companhias aéreas. Nesse setor, a única que tem os direitos de fazer referência explícita ao evento é a Gol, que em maio de 2013 comprou uma cota de valor estimado em 17 milhões de reais para ter exclusividade no deslocamento da delegação brasileira entre as 12 cidades-sede da Copa.

Mas, neste ano, antes que a empresa começasse a alardear o fato, uma rival se antecipou. No fim de março, a TAM veiculou um comercial com atletas brasileiros que jogam em times europeus, como os zagueiros Thiago Silva e David Luiz, pegando um avião da companhia para vir ao Brasil.

O filme enfatiza que a TAM é a única brasileira a voar para destinos como Londres e Paris. Até o fim desta edição, a CBF preparava a notificação da TAM, e a campanha continuava no ar. “A escalação oficial nem foi anunciada e não mencionamos a Copa”, afirma Eduardo Costa, diretor de marketing da TAM. 

Outra concorrente, a Azul, também entrou no páreo ao pintar dois aviões com as cores da bandeira nacional, o mesmo que a Gol fez na Copa das Confederações, em 2013. “Neste ano, não há como não falar de futebol”, diz Gianfranco Panda, diretor de marca da Azul. Até agora, a empresa não recebeu advertências.


Emboscada


Tentar chamar a atenção pagando menos do que as patrocinadores oficiais é um artifício frequente em eventos esportivos dessa magnitude. Na Copa do Mundo de 2010, em Johannesburgo, a pequena cervejaria holandesa Bavaria, dona das marcas regionais Bavaria Holland e 86, usou a artimanha — conhecida como “emboscada” — ao levar 26 belas loiras vestidas com a cor do país portando bandeirolas com o logotipo da marca nas arquibancadas do estádio Soccer City.

Como a patrocinadora oficial do evento era a Budweiser, da cervejaria AB InBev, a ação foi reprimida por seguranças da Fifa. As mulheres foram retiradas do estádio, e o público descobriu que se tratava de uma jogada de marketing. Proibida, é verdade. Mas que gerou centenas de comentários na internet.

No mesmo torneio, a fabricante de artigos esportivos Nike, patrocinadora das seleções de Brasil, Holanda e Portugal, contornou a proibição de estampar sua marca nas arenas ao instalar um painel de 44 metros no alto de um prédio da capital da África do Sul com imagens de jogadores como o português Cristiano Ronaldo, visível do estádio.

A rival Adidas, apoiadora da Fifa, reclamou — mas não conseguiu enquadrar a artimanha como uma infração. Neste ano, as empresas trocaram os papéis. Desta vez, a incomodada é a Nike, que comunicou sua insatisfação à CBF com a camisa amarela que a Adidas criou para os torcedores do Palmeiras usarem em dias de jogos da seleção. Procuradas, as empresas não deram entrevista.

Alguns casos indicam que é possível chamar a atenção sem passar dos limites. A fabricante de roupas Lupo, que contratou o jogador Neymar há três anos, lançou neste ano a campanha “Cueca da Sorte” com o atacante. Por enquanto, manteve-se longe de polêmicas, sem fazer alusão ao evento.

O banco Bradesco também conseguiu criar uma campanha sem ferir os direitos de seu principal concorrente, o Itaú Unibanco, que pagou cerca de 300 milhões de reais para ser patrocinador tanto da seleção quanto da Copa. A estratégia do Bradesco foi comprar, há dois anos, o patrocínio da Olimpíada de 2016.

Desde então, mantém a campanha “Torcida BRA”, em alusão ao nome do banco e do país, intensificada neste ano. “Queremos nos aproximar dos esportes”, diz Jorge Nasser, diretor de marketing do Bradesco.

Dados mostram que quem corre por fora nem sempre se dá melhor. De acordo com uma pesquisa da consultoria Nielsen, realizada em dezembro, Itaú e Nestlé — as duas únicas que compraram cotas tanto da Fifa quanto da CBF — estão entre as dez empresas que os brasileiros mais relacionam ao evento.

Todas da lista são patrocinadoras. A primeira colocada é a Coca-Cola, apoiadora da Copa do Mundo desde 1978. “Essas empresas aproveitam todas as possibilidades que o evento oferece”, afirma Clarisse Setyon, professora de marketing esportivo da ESPM. Elas só não estão livres do ataque-surpresa das rivais.