sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Nii considera vender Nextel Brasil e México após prejuízo


Ao ser perguntado sobre possibilidade de vender dois dos maiores ativos da Nii, a Nextel México e a Nextel Brasil, CEO confirmou que poderia ser opção

Germano Lüders/EXAME.com
Loja da Nextel

Nextel: vender a Nextel Brasil pode não ser boa ideia. Além de ser negócio com mais receitas e base, foi justamente mercado cujo desempenho promete recuperar crescimento

A Nii Holdings tentou se reposicionar no mercado em 2013 ao vender ativos como torres e as operações no Peru, mas nada disso impediu um ano complicado para a companhia norte-americana, com queda na base, nas receitas e prejuízo líquido de US$ 1,6 bilhão.

Por conta disso tudo, durante conferência para analistas nesta sexta-feira, 28, o CEO da empresa, Steve Shindler, disse estar “claramente desapontado com o desempenho operacional” e afirmou que está avaliando que ações tomar para reverter esse quadro, incluindo uma possível venda da Nextel Brasil.

Ao ser perguntado por um analista sobre a possibilidade de vender dois dos maiores ativos da Nii, a Nextel México e a Nextel Brasil, Shindler confirmou que isso poderia ser uma opção. 

“A percepção é de que a companhia como um todo reconhece os problemas de liquidez. Acho que é certo dizer que vamos avaliar todas as alternativas e vamos ver o que pode acontecer para nós que possa permitir gerar o crescimento”, disse. 

“Não há nada específico, mas estamos abertos ao que for necessário”, completa, especificando que não há ofertas, definição de quais mercados seriam vendidos e tampouco uma avaliação de preços. “Se alguém nos abordar com uma proposta de valor adequado vamos conversar”, disse.

Vender a Nextel Brasil, entretanto, pode não ser uma boa ideia. Além de ser o maior negócio, com mais receitas e maior base, foi justamente o mercado cujo desempenho promete recuperar o crescimento. 

Segundo o COO da Nii e presidente da Nextel Brasil, Goukul Hemmady, o ano de 2013 chegou a ser desafiador para a companhia, mas encerrou com crescimento na base 3G após o lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

“Em 2014, esperamos que a tendência continue com resultados melhores”, disse. A ideia também é lançar o serviço de 4G no Rio de Janeiro (conforme antecipado por este noticiário) e no México.

Outra possibilidade seria se desfazer de operações menores, como na Argentina ou Chile, mas isso obviamente significaria menor retorno.

“Não há nenhum mercado específico que queiramos vender, falamos apenas que no Chile e na Argentina vamos minimizar investimentos e maximizar caixa”, declara Steve Shindler.

“Achamos que teremos liquidez em 2014, mas precisamos tomar atitudes, como moderar o crescimento, vender ativos, procurar aumentar o capital e refinanciar o débito”, explica o CEO, ressaltando a dificuldade em tomar cada uma dessas medidas para melhorar o caixa.

Essa geração de caixa pode ser conseguida também com a venda de ativos menores. No final do ano passado, a Nii vendeu à American Tower 1.940 torres no Brasil por R$ 813,8 milhões, sobrando ainda 850 torres que a empresa espera poder vender "até a metade do ano”.

Mas de uma coisa o grupo não pretende abrir mão: “Espectro é uma peça-chave para nosso crescimento, então não esperamos vender nenhum ativo desses”, declara. 


Perdas 


Os números demonstram bem a insatisfação da diretoria. O prejuízo líquido da companhia foi de US$ 1,649 bilhão, piora de 115,58%.

Pouco menos da metade disso foi no último trimestre, com prejuízo de US$ 745,8 milhões, 25,79% mais do que no mesmo período do ano anterior. O prejuízo operacional foi de US$ 510,9 milhões, quase 20 vezes mais do que em 2012, quando registrou prejuízo operacional de US$ 25,4 milhões.

A Nii Holdings registrou queda de 16,31% nas receitas em 2013, fechando o período com US$ 4,573 bilhões. Somente no quarto trimestre, a queda para a controladora foi de 22,44%, totalizando US$ 1,022 bilhão.

Grande parte disso se deu por conta do recuo de 11,24% nas receitas operacionais no México, que totalizaram US$ 1,873 bilhão, graças ao desligamento de 637,2 mil acessos no país.

Segundo o CEO Steve Shindler, o consumidor mexicano não ficou satisfeito com a qualidade da rede 3G após o desligamento da rede iDEN da Sprint/Nextel nos Estados Unidos, além de impossibilidade de realizar chamadas para os EUA com tarifas locais. 


Brasil 


A Nextel Brasil também observou recuo nas receitas, 23,91%, totalizando US$ 2,208 bilhões. No último trimestre de 2013, a queda foi de 25,24%, total de US$ 502,6 milhões. Os ganhos no segmento durante o ano foram de US$ 311,1 milhões, queda de 53,88%.

Esse desempenho resultou em uma queda de 18,37% (ou US$ 9) no retorno médio por usuário (ARPU), que atingiu US$ 40 em dezembro. Considerando somente os últimos três meses do ano, o ARPU chegou a US$ 34, contra US$ 47 em 2012.

Por outro lado, o churn (fuga de usuários da operadora) diminuiu 0,35 ponto percentual, ficando em 2,64% em 2013. Houve o desligamento de 201,6 mil acessos na rede iDEN no Brasil, compensado inteiramente pela adição de 313,5 mil conexões de WCDMA. Somente no quarto trimestre foram 123,1 mil novos acessos no país.

A Nextel agora possui um total de 3,958 milhões de acessos no mercado brasileiro, sendo a maioria (3,620 milhões) ainda na rede iDEN.

Segundo a Nii, a operadora fechou dezembro com 337,9 mil acessos WCDMA, número acima dos 318,1 mil acessos reportados (pela própria Nextel, diga-se de passagem) no relatório da base de serviço móvel pessoal da Anatel referente a dezembro de 2013. De acordo com esse mesmo levantamento da agência, desse total, 100,3 mil eram de conexões em handsets, e o restante (217,8 mil) de modems e tablets 3G.

Abilio Diniz empolga mercado e faz BRF disparar na Bovespa


Vamos surpreender vocês nos resultados deste ano, disse o empresário em teleconferência


Raul Junior/EXAME.com
Abilio Diniz
"Se compararmos o ano de 2013 com o de 2012, crescemos 38%", lembrou Abilio

São Paulo – As ações da BRF assumiram a ponta positiva do Ibovespa nesta sexta-feira, com uma dispara de 5,6% na máxima do dia. As palavras do presidente do conselho da companhia de alimentos, Abilio Diniz, trouxeram ânimo aos investidores.

Em teleconferência, Abilio afirmou que 2013 foi “ano de arrumar a casa” e que esperava que as medidas adotadas afetassem de alguma forma os resultados da empresa.

O lucro líquido da BRF recuou 60% no quarto trimestre de 2013, para 208 milhões de reais, por gastos financeiros e despesas operacionais mais elevados em um ambiente de vendas mais fracas no mercado interno. As ações da companhia chegaram a desvalorizar 1,2% no início dos negócios, mas depois ganharam forte fôlego.

"Se compararmos o ano de 2013 com o de 2012, crescemos 38%. Vamos surpreender vocês nos resultados deste ano", disse Abilio Diniz.

Os papéis da BRF encerraram a semana com alta de quase 7%, enquanto o Ibovespa, principal referência da bolsa brasileira, terminou o período com leve queda de 0,60%.



Depois que Barbosa sair, advogados querem anular mensalão


Defensores dos condenados pretendem entrar com pedido de revisão criminal, o que poderia levar, em último caso, à anulação completa das penas, segundo Folha de S. Paulo

Nelson Jr./SCO/STF
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, durante julgamento dos embargos infringentes sobre o crime de formação de quadrilha no processo do mensalão

Presidente do STF, Joaquim Barbosa: advogados pensam em fazer pedido de revisão criminal depois que ele se aposentar

São Paulo – Os advogados de condenados do mensalão não se contentaram com a exclusão do crime de formação de quadrilha para oito réus do processo, em decisão tomada nesta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A medida reduziu consideravelmente o tempo de prisão de figuras importantes como José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, mas parece não ter sido suficiente para a defesa.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, os advogados já se articulam para usar um novo artifício legal em busca da anulação das condenações: a revisão criminal do julgamento.

Diferente dos embargos infringentes - recursos finais que permitem mudança de posição do tribunal em casos que tenham havido ao menos quatro votos pela absolvição -, a revisão criminal é uma nova ação, que pode levar até à anulação completa do julgamento.

De acordo com a Folha, a possibilidade de sugestão da revisão criminal foi levantada pelo próprio ministro do STF Gilmar Mendes. Os criminalistas esperariam, então, a aposentadoria do presidente Joaquim Barbosa, que é também relator da ação, para entrar com o pedido.

Desde o início do julgamento, o ministro é um dos que defendem mais ferrenhamente a punição dos réus do processo. “Esta é uma tarde triste para o STF”, disse, por exemplo, após a decisão de ontem sobre a formação de quadrilha.

Apesar de estar longe dos 70 anos estabelecidos pela corte para aposentadoria compulsória de seus membros, Barbosa, aos 59, já indicou diversas vezes que não pretende ficar por muito mais tempo no cargo.

Com a vaga de Barbosa aberta na Corte, criminalistas enxergam um cenário mais favorável para então ingressar com a nova ação alegando erro judiciário e pedindo que sejam anuladas as condenações, segundo o jornal.

De acordo com o STF, a revisão criminal pode ser ajuizada individualmente pelos condenados quando já não cabe nenhum outro recurso, e há indicações de que a sentença foi injusta.

No entanto, o tribunal só aceitará o pedido nos seguintes casos: quando a sentença for contrária ao texto expresso na lei penal ou à evidência dos autos; quando a sentença condenatória se basear em provas falsas; ou quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine diminuição especial da pena.

Se tudo fosse azul, o azul não existiria

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Franquia de mini-sanduíches e nove negócios que apostam nos salgados e custam a partir de R$ 69 mil


Vininha quer atingir 100 unidades até o fim do ano

Estadão PME


Reprodução
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Abrir uma franquia Vininha custa entre R$ 125 mil e R$ 185 mil

Ao perceber que comer pizza ou cachorro quente em encontros informais era trabalhoso e fazia sujeira, o gaúcho Rodrigo Miranda encontrou uma oportunidade de negócio ao criar o Vininha, uma rede que vende mini-sanduíches. O nome da marca foi inspirado em como os curitibanos chamam a salsicha, de vina - recheio do primeiro mini sanduíche da rede.

Miranda investiu R$ 180 mil em 2002 para abrir a empresa, que começou com três funcionários. O diferencial da rede foi apostar em praticidade com a entrega dos produtos em caixas com embalagens individuais.
O negócio começou a expansão por franquias em 2011. A expectativa é chegar a 100 unidades até o fim do ano. O investimento inicial para abrir uma loja varia entre R$ 125 mil e R$ 185 mil. Confira as informações sobre as franquias. 


Vininha


Investimento total (inclui taxa de franquia, estoque, marketing, giro e instalações): entre R$ 125 mil e R$ 185 mil dependendo do tamanho da cidade
Taxa de Franquia: R$ 39 mil
Taxa de Royalties: 6% do faturamento bruto
Taxa de Publicidade: 2%
Capital de Giro: de R$ 5 mil a R$ 15 mil
Faturamento Médio: de R$ 30 mil a R$ 50 mil
Retorno: entre 24 e 36 meses
Site: www.vininha.com.br

Salgados do Brasil
Quiosques ou lojas compactas
Taxa de franquia: R$ 26 mil
Móveis/equipamentos/informática: R$ 95 mil a R$ 125 mil
Abertura de empresa: R$ 2 mil
Marketing de inauguração: R$ 5 mil
Capital de giro: R$ 15 mil
Estoque inicial: R$ 10 mil
Total: R$ 163 mil a R$ 193 mil
Site: www.salgadosdobrasil.com.br

Salgado Mania
Investimento estimado: R$ 69 mil (quiosque), R$ 99 mil (loja box) e R$ 139 mil (food truck)
Taxa de franquia: R$ 30 mil
Capital de giro: R$ 10 mil
Royalties: 5%
Taxa de propaganda: 3%
Prazo de retorno: 10 a 18 meses
Faturamento médio mensal: R$ 55 mil a R$ 65 mil de acordo com o modelo de negócio
Porcentagem de lucro: 15% a 20%
Site: www.salgadomania.com

Box 30
Conceito "Compre 30 Leve 60 (Venda em dobro a partir de 30 unidades)
Investimento total (obras civis, equipamentos e decoração): a partir de R$ 300 mil
Taxa de franquia: R$ 45 mil
Royalties: 5%
Taxa de publicidade: 4%
Retorno: a partir de 24 meses
Site: www.box30salgados.com.br

Casa da Empada
Quiosque
Investimento total: R$ 120 mil
Taxa de franquia: R$ 7,5 mil (quiosque dependente) ou R$ 20 mil (quiosque independente)
Faturamento: R$ 20 mil a R$ 30 mil, de acordo com o tamanho do quiosque
Retorno: entre 10 a 12 meses
Royalties: 5% (sobre o total de compras)
Publicidade: 5% (sobre o total de compras)
Site: www.casadaempada.com.br

Cia da Empada
Quiosque
Taxa de franquia: R$ 40 mil
Investimento inicial: R$ 85 mil
Total: R$ 125 mil
Site: www.ciadaempada.com.br

Empada Brasil
Quiosque
Investimento: R$ 72,7 mil (fora o ponto comercial) - incluída taxa de franquia de R$ 30 mil
Faturamento médio: R$ 22 mil
Royalties: valor equivalente a receita de 200 empadas
Retorno: 24 meses
Site: www.empadabrasil.com.br

Procura-se a empadinha
Investimento inicial: a partir de R$ 70 mil
Capital de giro: R$ 10 mil
Estoque inicial: R$ 8 mil
Taxa de Franquia: R$ 15 mil
Site: www.procuraseaempadinha.com.br

Quickies
vendas de salgados por meio de vending machines.
Investimento inicial: entre R$ 120 mil a R$ 174,5 mil
Site: www.quickies.com.br

Coxinha Du Chef
Investimento total (com Taxa de franquia): R$ 110 mil
Taxa de Franquia: R$ 30 mil
Taxa de Royalties: 5% sobre o faturamento bruto
Taxa de Propaganda: 2% sobre o faturamento bruto
Capital de Giro: R$ 20 mil
Faturamento médio mensal: R$ 40 mil
Lucratividade: 15%
Prazo do retorno do investimento: 18 meses
Site: www.coxinhaduchef.com.br 

Brasil pode perder US$ 2 bilhões com crise argentina


Segundo associação, país vizinho dificulta a entrada de produtos estrangeiros. Setor automotivo será um dos mais prejudicados

No ano passado, as exportações brasileiras para a Argentina somaram US$ 19,6 bilhões
No ano passado, as exportações brasileiras para a Argentina somaram US$ 19,6 bilhões (Eraldo Peres/AP)

A crise cambial na Argentina pode reduzir em quase 2 bilhões de dólares o saldo da balança comercial brasileira, afetado principalmente pelas exportações do setor de material de transporte, que incluem automóveis, caminhões e autopeças. A afirmação é uma projeção preliminar da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Nas contas do presidente da AEB, José Augusto de Castro, a Argentina deve cortar neste ano em 5 bilhões de dólares as suas importações de todos os países, sendo que o Brasil deve responder por 2 bilhões a 3 bilhões de dólares desse total. Com isso, o saldo da balança brasileira, inicialmente estimado ao redor de 7 bilhões de dólares, deve recuar para algo em torno de 5 bilhões de dólares.

Projeção semelhante é feita pelo departamento econômico do Bradesco. A estimativa é de redução de 3,9 bilhões de dólares nas vendas de produtos brasileiros ao país vizinho. No ano passado, as exportações brasileiras para a Argentina somaram 19,6 bilhões de dólares, alta de 9% em relação às vendas de 2012.

A balança comercial brasileira acumula em fevereiro déficit de 2,041 bilhões de dólares - as exportações somaram 7,214 bilhões de dólares e as importações, 9,255 bilhões de dólares. As exportações de manufaturados foram as que mais pesaram negativamente, ao cair 16,8%, por causa da queda nas vendas de automóveis, óxidos e hidróxidos de alumínio, autopeças, pneumáticos, bombas e compressores, calçados e motores e geradores elétricos. 


Argentina

 - Diante da escassez de dólares, não é de hoje que o governo argentino vem dificultando as importações. Um dos mecanismos usados tem sido a demora na liberação da Declaração Juramentada Antecipada de Importação (Djai), documento obrigatório às compras externas. Em setores como o de porcas e parafusos o atraso na liberação da Djai é superior a um ano, informa o diretor do Departamento de Relações Internacionais da Fiesp, Thomaz Zanotto.

Nas últimas semanas, mais um obstáculo foi imposto aos importadores. De acordo com Zanotto, o governo vinculou a liberação da Djai à obtenção de financiamentos às importações pelas próprias companhias argentinas no mercado internacional. Segundo ele, isso deve dificultar ainda mais as exportações brasileiras para a Argentina porque mesmo que o importador argentino tenha os pesos para quitar a compra, ele terá de obter um financiamento no mercado internacional para poder fechar o negócio e ter a Djai liberada.

O banco central argentino não fará a troca de pesos por dólares para efetivar importação. "O governo argentino está ganhando tempo até a entrada de divisas com a exportação da safra, que deve ocorrer nos próximos meses", diz Zanotto.

Um estudo encomendado pela Fiesp a uma consultoria argentina mostra que os setores da indústria brasileira mais afetados pela medida serão o automotivo, o metalúrgico (aço e alumínio), o pneumático e o eletrônico. Já os segmentos ligados a setores de saúde, infraestrutura, cultura e atividades essenciais estão fora dessa restrição.

O setor automotivo, o país vizinho fica com cerca de 85% das exportações de veículos do Brasil. Porém, em dezembro, a Argentina anunciou que cortaria as importações do Brasil em 27%. Em 2013 foram exportados 475 mil veículos para a Argentina.

Só a General Motors deverá reduzir suas vendas ao país vizinho de 70 mil para 50 mil unidades este ano, informa o presidente da montadora na América do Sul, Jaime Ardila.

Com esse cenário, a Anfavea, associação que reúne as montadoras, prevê para 2014 que as exportações totais do setor cresçam apenas 1,6%, ante as 566 mil unidades de 2013. Na comparação com 2012, as vendas externas aumentaram 26,5%, justamente puxadas pelas importações argentinas.

Governo Kirchner coloca em prática mais uma medida para travar importações


Para evitar a saída de dólares e preservar as reservas do país, bancos só podem pagar importações no valor máximo de 200 mil dólares — acima deste valor, será preciso autorização do BC argentino

Nos dois primeiros meses do ano, a Argentina perdeu quase US$ 3 bilhões de suas reservas e a moeda local se desvalorizou em 23%
Nos dois primeiros meses do ano, a Argentina perdeu quase US$ 3 bilhões de suas reservas e a moeda local se desvalorizou em 23% (Divulgação)

As importações argentinas acima de 200 mil dólares estão praticamente paralisadas, segundo o Diretor de Assuntos Institucionais da Câmara de Importadores da República Argentina (Cira), Miguel Ponce. Para controlar o fluxo de saída de divisas e preservar as reservas domésticas, o governo argentino agregou uma dificuldade extra aos importadores, além das Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI), que funcionam como licenças generalizadas no país.

Os bancos usados pelo importador para realizar as operações de comércio exterior só podem pagar importações no valor abaixo de 200 mil dólares. Quantias entre 200 mil dólares e 300 mil dólares requerem autorização expressa do Banco Central. Para as somas acima de 300 mil dólares, o importador terá de ir pessoalmente ao BC e dar entrada ao pedido de autorização para realizar o pagamento.

"Mesmo tendo as declarações juramentadas (DJAI) autorizadas, os importadores precisam de uma autorização do BC para importar quantias acima desses valores. Ou seja, passamos todo o tempo realizando trâmites para poder importar qualquer tipo de mercadoria", queixou-se Ponce. Ele detalhou que as restrições não eximem as mercadorias provenientes dos sócios do Mercosul (Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela).

            
Financiamento externo 

- O analista da consultoria Abeceb, Dante Sica, explicou que o governo argentino está tentando fazer com que os importadores consigam financiamento externo para pagar suas importações e evitem gastar dólares das reservas até chegar, pelo menos, aos meses de março e abril, quando aumenta a entrada de moeda americana no país proveniente das exportações agrícolas.

A medida quebra uma promessa feita em dezembro pelo secretário de Comércio, Augusto Costa, aos importadores do país. Ele garantiu a liberação das importações de insumos para a indústria nacional. Há aproximadamente três semanas, Costa e o ministro de Economia, Axel Kicillof, realizaram uma reunião com as setenta maiores empresas do país para pedir que adiassem o pagamento de suas compras externas e para avisar que deveriam buscar financiamento externo para suas importações.

O esquema de autorizações de importações por valores entrou em vigor na semana passada sem qualquer medida escrita que o ampare, a exemplo de normas verbais nos tempos do ex-secretário de Comércio Guillermo Moreno, demitido em novembro passado.

         
Indisposição 

- As novas barreiras criaram uma forte indisposição com as empresas da Câmara de Importadores, que pediram uma reunião na próxima quarta-feira, às 14 horas (de Brasília), com o secretário Costa. "Vamos explicar que a indústria pode ficar paralisada sem as importações dos insumos usados na fabricação de produtos que abastecem o mercado interno e são destinados às exportações", detalhou Ponce. 

As reservas do Banco Central argentino estão em 27,6 bilhões de dólares, conforme último dado disponível pela autoridade monetária. Nos dois primeiros meses deste ano, o BC perdeu quase 3 bilhões de dólares das reservas e a moeda local sofreu uma forte desvalorização de 23%.

(com Estadão Conteúdo)

Falha em válvula provoca inclinação de plataforma da Petrobras

Ninguém ficou ferido no incidente; estatal nega risco de afundamento

Uma falha na válvula do sistema de estabilização provocou a inclinação, de cerca de 3,5 graus, na plataforma SS-53, na madrugada desta sexta-feira (28), na Bacia de Campos. Segundo a Petrobras, com o problema, houve alagamento de um dos tanques da plataforma e o consequente adernamento da unidade.

Ninguém ficou ferido no incidente, mas 77 pessoas tiveram que ser evacuadas da plataforma. Apenas 36 técnicos especializados ficaram no local para estabilizá-la. Mais cedo, a Petrobras havia informado que não há risco de afundamento. 
A plataforma é operada pela empresa Noble do Brasil, que está no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, a serviço da Petrobras. Segundo informações disponibilizadas no site do Ibama, a SS53 foi construída em 1998, sendo caracterizada como uma embarcação semi-submersível de posicionamento dinâmico para perfuração, completação e intervenção em poços de petróleo. A empresa operadora da plataforma informou que, apesar da inclinação, não houve danos ao poço, nem poluição.  

Nesse tipo de posicionamento não há ligação física da plataforma com o fundo do mar, exceto pelos equipamentos de perfuração. O problema ocorre em meio a recentes notícias de que a Petrobras poderia enfrentar novas paralisações em suas plataformas de produção na Bacia de Campos caso não resolvesse questões de segurança, conforme noticiado pelo jornal Folha de S.Paulo no domingo.
No início da semana, a Petrobras informou que órgãos de fiscalização haviam auditado diversas plataformas da empresa, apontando não conformidades e pontos de melhoria das condições operacionais, que segundo a estatal, têm recebido adequado tratamento.


Avibras melhora desempenho e registra lucro de R$ 13,7 mi

Teste com o sistema Astros-2, principal produto da Avibras atualmente. Foto: Divulgação

Em balanço anual, empresa ressalta que aumento da receita operacional e do lucro demonstra a solidez da companhia 

São José dos Campos

A Avibras, sediada em São José dos Campos, reverteu no ano passado o prejuízo financeiro registrado em 2012 e melhorou o seu desempenho operacional, segundo balanço divulgado ontem pela companhia.

Considerada uma das empresas estratégicas do setor nacional de defesa, a Avibras obteve no ano passado lucro líquido de R$ 13,7 milhões ante prejuízo de R$ 32,7 milhões uma ano antes.

De acordo com o balanço, a companhia registrou incremento de 75,8% na receita operacional líquida, que passou de R$ 169,8 milhões em 2012 para R$ 298,7 milhões no ano passado.

O resultado operacional antes das despesas e receitas financeiras pulou de R$ 6,7 milhões em 2012 para R$ 91,5 milhões um ano depois, crescimento de 1.251%.

A empresa reporta no balanço que o aumento da receita operacional e do lucro operacional no ano passado ante o anterior demonstra “a solidez da companhia e tem propiciado geração de caixa para equacionar seus passivos tributários e o investimento imprescindível em tecnologia de ponta, investimento este fundamental para a manutenção da competitividade internacional da companhia”.

No plano interno, a Avibras destaca que no ano passado obteve do governo federal a classificação de Empresa Estratégica de Defesa.

Reporta a indústria no balanço o programa Astros 2020 com sua inclusão no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Defesa proporcionou e proporcionará “importante carteira comercial”.

Na prática, o governo federal vem aportando recursos na empresa para o desenvolvimento desse programa, considerado estratégico para o Exército Brasileiro.

A Avibras menciona ainda que contratos firmados com a Marinha, Exército e Aeronáutica faz a empresa ser parceira das Forças Armadas na área de tecnologia de ponta.


Vendas.


No plano externo, a companhia menciona que a entrada em vigor de “expressivo contrato, possibilitou a geração de empregos”.

A empresa não menciona detalhes do contrato. No ano passado, a Avibras fechou contrato no valor de R$ 900 milhões com a Indonésia para fornecimento de lançadores de foguetes de artilharia Astros-2.

No balanço, a indústria reporta que ainda no primeiro semestre de 2014 deverá fechar novos contratos no Brasil, com países do Golfo Pérsico e da América Latina.

Saiba mais

Positivo
A Avibras reverteu no ano passado o prejuízo registrado em 2012, informa o balanço da empresa divulgado ontem

Resultado
A companhia registrou em 2013 lucro líquido de R$ 13,7 milhões ante prejuízo de R$ 32,7 milhões em 2012

Operacional
O resultado operacional da empresa demonstra bom desempenho da Avibras em 2013

Contratos
No balanço, a companhia informa que o resultado foi influenciado por contratos firmados no Brasil, sobretudo com as Forças Armadas, e de um contrato firmado no exterior

Previsão
A empresa deve fechar novos contratos este ano

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Brasil lidera pior desempenho da Telefónica em 2013


As receitas em euro da filial brasileira diminuíram 10,3% em 2013, o pior desempenho no ano passado entre todas as filiais da América Latina

Fernando Nakagawa e correspondente, do
Angel Navarrete/Bloomberg
Escritório da Telefônica
Prédio da Telefônica em Madri: de acordo com o balanço, o Brasil gerou 12,217 bilhões de euros em faturamento no ano passado

Londres - A desvalorização do real voltou a prejudicar o desempenho da filial brasileira do grupo espanhol Telefônica. Balanço divulgado nesta quinta-feira, 27, pela controladora da Vivo no Brasil mostra que as receitas em euro da filial brasileira diminuíram 10,3% em 2013 na comparação com 2012. Esse foi o pior desempenho no ano passado entre todas as filiais da Telefônica na América Latina.

De acordo com o balanço, o Brasil gerou 12,217 bilhões de euros em faturamento no ano passado. A cifra mostra contração das receitas de 1,4 bilhão de euros na comparação com 2012, quando o valor alcançou 13,618 bilhões de euros.

"Durante o exercício de 2013, a variação das taxas de câmbio impactou negativamente as principais métricas da conta de resultados fundamentalmente pela desvalorização do bolívar venezuelano e a depreciação do real brasileiro e do peso argentino ante o euro", destaca o balanço.

A contração de 10,3% das receitas no Brasil foi a maior entre todas as nove filiais da América Latina. Em euros, o faturamento na Colômbia recuou 3,4% e foi o segundo desempenho mais fraco entre as subsidiárias latino-americanas. Entre as demais filiais da região, as receitas em euro subiram 2,3% no Peru, caíram 0,4% na Argentina e recuaram 1% no México.

Mesmo em moeda local, o desempenho das receitas no Brasil não foi um grande destaque positivo. Em reais, o faturamento aumentou 2,2% no ano. Entre as demais filiais, as receitas em moeda local cresceram 38,7% na Venezuela e América Central, 23,2% na Argentina, 8,1% no Peru e 3,7% na Colômbia. O Brasil ficou apenas à frente do México, onde houve ligeira contração de 0,8%.

Em termos operacionais, o grupo espanhol destacou especialmente a ampliação da rede de fibra ótica no Brasil, onde o serviço já chega à porta de 1,4 milhão de residências. Outro país em destaque é a Espanha, onde a fibra ótica alcança 3,5 milhões de endereços.

Segundo o balanço, a Telefônica alcançou 92,7 milhões de clientes no Brasil em 2013, universo 2% maior que o registrado em 2012. "Apesar da aplicação de critérios mais restritivos no cálculo de clientes pré-pagos", destaca o balanço. O número de clientes do serviço celular alcançou 77,2 milhões em dezembro, alta de 1% no ano, mostra o balanço.

O que o livro "A Arte da Guerra" ensina aos administradores modernos


Lida e relida exaustivamente, essa obra milenar continua atual e é uma base interessantíssima para todo administrador na hora de traçar estratégias

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O livro "A Arte da Guerra", do filósofo e general estrategista Sun Tzu, foi escrito cerca de 500 anos a.C. Dividida em 13 capítulos, a obra mostra diversas maneiras de encarar conflitos, enfrentar inimigos, atacar a fraqueza do adversário evitando a força, além de estratégias, planejamento etc.

Nos fundamentos de Sun Tzu, está a compreensão de que o conflito é parte inexorável da vida humana, devendo ele ser bem administrado para que não traga sérias consequências. Abordando as diversas estratégias que fazem um exército vencer, Sun Tzu fala da cautela que se deve ter antes de entrar em uma guerra, visto que nela são determinados a vida ou morte.

Como evitar o fracasso


Trazendo isso para as empresas, nota-se que é indispensável o conhecimento da empresa concorrente antes de competir, pois assim como um mau planejamento conduz o exército à desgraça, conduz a empresa à falência.

Para que isso não aconteça, um bom administrador deve sempre recorrer a estratégias, pesquisas, conhecer os pontos fortes e fracos do concorrente, para com isso buscar soluções eficazes para driblar todo e qualquer problema que possa afetar negativamente a  empresa.

Na guerra, o objetivo principal é a vitória e, para que isso aconteça, é salutar que seja ágil, pois com a vitória, o líder obtém respeito e confiabilidade, cabendo aos administradores estar atentos às oportunidades que o mercado tem a oferecer, observar os fatores de sucesso da empresa e potencializá-los, levando a empresa a obter destaque e vantagem competitiva.

No que diz respeito às propagandas, o autor alerta sobre a questão da campanha demorada que o exército faz, dizendo assim que, com a demora, o estado acaba os recursos. Por isso, a empresa deve fazer campanhas publicitárias que definem o produto com clareza e rapidez, evitando, com isso, o esquecimento  da empresa e garantindo o alcance dos  objetivos traçados.

Assim como o comandante de uma guerra, o administrador deve traçar metas que diferenciam a empresa das outras, garantir a qualidade, o prestígio, ser eticamente responsável, buscar conquistar seus clientes, garantindo a preferência e a durabilidade da empresa.

Dirceu não era chefe de quadrilha; mas o que isso muda?


Até ontem, José Dirceu era o chefe da quadrilha do mensalão. Quem dizia era o STF. Hoje, o ex-ministro e mais sete condenados foram absolvidos. Veja o que isso significa

Antonio Cruz/ABr
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu
José Dirceu: ele não chefiou quadrilha - até porque não existiu uma, decidiu o STF. Mas eles se reuniram e praticaram crimes, de qualquer modo

São Paulo – O Supremo Tribunal Federal reverteu, agora há pouco, a condenação de oito réus por formação de quadrilha no processo do mensalão. A decisão acaba com uma das linhas de raciocínio do Ministério Público, que dizia há anos que José Dirceu era o chefe da quadrilha do “mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção” do Brasil.

Mas antes que o ex-ministro da Casa Civil e os demais comecem a propagar a própria inocência aos quatro ventos, vale lembrar: o STF entendeu que todos eles efetivamente infringiram a lei  - mais de uma vez, aliás - entre 2003 e 2005 (veja tabela ao final com o que muda para cada um deles).

Mesmo os ministros do Supremo que votaram pela absolvição afirmaram que os envolvidos se reuniram para praticar crimes. Só não chegaram a formar uma associação.

“'O que houve aqui foi a reunião de pessoas para práticas criminosas. Não está demonstrada a presença do dolo especifico da criação de crime de quadrilha”, afirmou hoje o ministro Teori Zavascki.

O voto dele e de Luís Roberto Barroso – ambos os mais novos magistrados a entrar na Corte e os únicos que não haviam votado nas sessões de 2012, que na época terminaram com um placar de 6 a 4 pela condenação – foram os responsáveis por reverter a balança.

Trocando em miúdos o que disse o ministro: os réus se reuniram e cometeram crimes, mas não chegaram a formar uma quadrilha. Disso – e apenas disso - saem agora ilesos.

“Você não pode mais atribuir a eles o crime de formação. Eles não fizeram parte de associação criminosa. Sempre que se fizer referência a ‘quadrilha’ como algo técnico, não se poderá inclui-los no comentário”, afirma o professor de Direito Penal da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Alexis Couto de Brito.

Dentre os beneficiados com a decisão, estão também os petistas José Genoino e Delúbio Soares. Ambos cumprem pena em Brasília em regime semiaberto por corrupção ativa.

O professor da área penal lembra, contudo, que a palavra quadrilha é usada, cotidianamente, de forma bem menos rigorosa que a determinada pelo Código Penal

“A utilização leiga da palavra quadrilha ocorre mais na acepção de ‘Alibabá e os 40 ladrões’”, acredita o professor.

O artigo 288 do código estabelece que o crime de formação depende necessariamente da união de três ou mais pessoas com o específico fim de cometer delitos.

A palavra “quadrilha” chegou a ser utilizada 42 vezes na acusação final da Procuradoria Geral da República, segundo os advogados de defesa dos agora absolvidos

Esta versão, para o STF, não ficou provada. E, portanto, deixa de valer. Mas é conceitual, no entendimento da ministra Rosa Weber, que hoje reiterou o mesmo voto apresentado em 2012.

“Eu reconheci que os réus praticaram juntos delitos. O ponto central da minha divergência é conceitual. É necessário que esta união se faça para a específica prática de crimes”, disse ela nesta quarta.

O crime de formação de quadrilha, aliás, nem existe mais: uma lei sancionada no ano passado fez com que ele seja chamado agora de “associação criminosa”.

Veja abaixo o que mudou para cada condenado.

  Condenação que restou Quanto era a pena Como fica agora
José Dirceu Corrupção ativa 10 anos e 10 meses (fechado) 7 anos e 11 meses (semiaberto)
José Genoino Corrupção ativa 6 anos e 11 meses  (semiaberto) 4 anos e 8 meses (semiaberto)
Delúbio Soares Corrupção ativa 8 anos e 11 meses (fechado) 6 anos e 8 meses (semiaberto)
Marcos Valério Corrupção ativa, peculato, lavagem e evasão de divisas 40 anos e 4 meses (fechado) 37 anos e 4 meses (fechado)
Kátia Rabello Gestão fraudulenta, evasão de divisas e lavagem 16 anos e 8 meses (fechado) 14 anos e 5 meses (fechado)
Ramon Hollerbach Corrupção ativa, lavagem, evasão e peculato 29 anos e 7 meses (fechado) 27 anos e 4 meses (fechado)
Cristiano Paz Corrupção ativa, lavagem e peculato 25 anos e 11 meses (fechado) 23 anos e 8 meses (fechado)
José Roberto Salgado Lavagem, evasão de divisas e gestão fraudulenta 16 anos e 8 meses (fechado) 14 anos e 5 meses (fechado)

PIB pode cair R$30 bi com feriados da Copa, diz FecomercioSP


Para assessor da FecomercioSP, cálculo tomou por base produção diária em vários segmentos econômicos, incluindo comércio, serviços, indústria e agricultura

Marli Moreira, da
Dado Galdieri/Bloomberg
Propaganda da Copa do Mundo 2014 no aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro
Propaganda da Copa do Mundo: em empresas onde não houver dispensa de funcionários em dias de jogos, gastos adicionais na folha de pagamento poderão atingir R$135 bi

Um estudo feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que o Brasil pode deixar de produzir, em um mês, o equivalente a R$ 30 bilhões durante os 64 feriados previstos para as 12 cidades que vão sediar os jogos da Copa do Mundo, em junho e julho deste ano.

"Para cada 10% de pessoas [trabalhadores] que ficarem em casa [de folga em dias de jogos], haverá perda correspondente a 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto)”, disse o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina.

De acordo com ele, o cálculo tomou por base a produção diária nos vários segmentos econômicos, incluindo o comércio, os serviços, a indústria e a agricultura.

O levantamento da Fecomercio SP também indicou que, nas empresas onde não houver dispensa de funcionários em dias de jogos, os gastos adicionais na folha de pagamento poderão atingir R$ 135 bilhões. 

O valor inclui os encargos trabalhistas e as horas extras em dias de feriados, quando os empregados têm direito a receber o dobro do que ganham em dia normal de trabalho.

Brasil pode cair para 9ª posição entre maiores economias


Com baixo crescimento e desvalorização do real, Brasil pode cair da sétima para a nona posição entre as maiores economias mundiais, de acordo com EIU

Getty Images
Moedas de Real - dinheiro
Moedas de Real: Brasil pode cair no ranking das maiores economias mundiais

São Paulo - Até o final de 2014, o Brasil pode cair da sétima para a nona posição entre as maiores economias do mundo em termos nominais.

A estimativa é da Economist Intelligence Unit (EIU), braço de inteligência da revista The Economist, e foi revelada hoje por uma reportagem do site de Veja.

Se o Brasil crescer 1,7% este ano, como estimado pelo mercado, e o dólar ficar em uma média de R$ 2,44, como prevê o governo no Orçamento, o PIB do país vai cair de US$ 2,2 trilhões para US$ 2,1 trilhões.
Isso colocaria o Brasil atrás da Índia (US$ 2,15 trilhões) e da Rússia (US$ 2,24 trilhões), que devem crescer 6% e 2,8% este ano, respectivamente, de acordo com as projeções atuais.

Em meados de 2012, o Brasil chegou a ocupar brevemente a sexta posição no ranking, na frente da Grã-Bretanha.

Da mesma forma que o câmbio sobrevalorizado inflava a posição do país no passado, o câmbio mais fraco agora derruba a posição do país em dólar.

Com base no conceito de paridade de poder de compra, que estima o valor da moeda com base em uma determinada cesta de produtos, o Brasil já é a nona maior economia do mundo, de acordo com os últimos dados consolidados do Banco Mundial.

Brasil teve terceiro maior crescimento do mundo… ignorando-se dez países!




Rodrigo Constantino

Análises de um liberal sem medo da polêmica



Escrevi um comentário sobre o resultado medíocre de nossa economia em 2013, e logo começaram a surgir respostas iguais de alguns leitores, todos repetindo a mesma mentira: como pode ter sido ruim se foi o terceiro maior crescimento do mundo em 2013?

Espantado com a falácia, fui procurar a fonte, e a encontrei, em um blog do Estadão. A manchete está lá: Brasil tem o 3º maior crescimento econômico do mundo em 2013. Chamada bastante, como direi?, tendenciosa. E cerca de 10 mil pessoas (petistas?) já tinham curtido e recomendado o absurdo. Eis o quadro:
Fonte: IBGE, Estadão
Fonte: IBGE, Estadão

Como petista aceita a valor de face mentiras que ajudam o governo, não é mesmo? Quando fui ver os países da lista, qual não foi minha surpresa ao notar a ausência de simplesmente todos aqueles que cresceram mais que o Brasil?! Comparar com países europeus em meio a uma grave crise é barbada, não? Por que os demais emergentes não estão na lista? E os países da Aliança do Pacífico? Que critério estranho de escolha foi esse?

O autor responde: são dados de 13 economias que já apresentaram seus resultados, selecionadas pelo IBGE. Ou seja, somente aqueles países que já divulgaram os dados fechados para 2013 estão na lista. E os petistas saem por aí repetindo que fomos a terceira economia que mais cresceu? Sério?

Como sou chato (pela ótica petista), resolvi fazer um novo quadro, dessa vez com 10 países simplesmente ignorados no quadro anterior, pois ainda não entregaram os dados oficiais do ano todo. Usei, nesses casos, o crescimento de setembro de 2013 contra setembro de 2012, o que dá uma ideia bem fiel do crescimento do ano. Vejam:


Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg

O leitor notou alguma diferença entre ambos? Pergunto: o que levou tanta gente a celebrar o resultado encontrado no blog do Estadão a ponto de vir no meu blog me acusar de medíocre, em vez de reconhecer o desempenho medíocre de nossa economia? Pois é…


Rodrigo Constantino

Loja colaborativa leva conceito da web 2.0 a negócio físico




Óculos escuros, canecas, vestidos, camisetas, miniaturas, brincos, colares, chapéus, ímãs de geladeira, cinzeiros, chaveiros, lenços, anéis. Cada item de uma marca, a poucos passos de distância do outro e sem nenhum vendedor para apresentá-lo. Com a proposta de ser uma “loja colaborativa”, a Endossa vem conquistando clientes e empreendedores graças a um modelo que aplica princípios do e-commerce a um estabelecimento concreto.

“A Endossa é fruto de diversas tentativas de adaptar conceitos da web 2.0 para um negócio físico. Buscamos criar um modelo que ajudasse as pessoas a ‘publicar’ seus produtos, e que ao mesmo tempo incorporasse mecanismos de ‘ranking e sugestão’ comuns em sites e e-commerces”, explica Carlos Margarido, um dos sócios do empreendimento.

Na prática, a loja funciona como uma ponte entre pequenos fabricantes e consumidores. O espaço é formado por vários pequenos nichos em forma de quadrado, que são alugados para diferentes produtores exporem seus produtos. Cada locatário é responsável por customizar o seu quadrado. Já o consumidor circula livremente pelo estabelecimento, escolhe o que é do seu agrado e paga diretamente no caixa, onde o item é liberado para deixar o local sem disparar o alarme da entrada.

“Ao assinar contrato com a loja, o empreendedor se compromete a bater determinada meta de vendas. Caso ele não atinja o ‘endosso’ do consumidor por três meses consecutivos, será substituído por outro vendedor na lista de espera. Somos construídos pelas ideias de quem vende e pelas escolhas de quem compra”, afirma Helena Napoleone, gerente do check-in (administração da entrada de produtos) da loja.

A Endossa surgiu em São Paulo, em março de 2008, criada por três estudantes de publicidade e marketing. Pensada como um espaço para transformar ideias em negócios concretos e colocar novas marcas no mercado, ela hoje é uma franquia com quatro lojas: duas em São Paulo (uma na rua Augusta, com 201 boxes, e outra no Centro Cultural São Paulo, que abriga 102 marcas); uma em Curitiba, com 47 nichos; e uma em Brasília, com 93 espaços expositivos.

“O expositor não precisa de funcionários ou burocracia. Ele acompanha as vendas em tempo real pela internet e tem todas as vantagens de um ponto de varejo físico para divulgar seus negócios”, acrescenta Carlos.

Os empreendedores interessados em participar da iniciativa têm de se cadastrar no site da Endossa para entrar em uma fila de espera. De acordo com o sócio, quem se cadastrar hoje na Augusta terá de aguardar cerca de 1 ano para conseguir um espaço. Já nas outras unidades, a espera é de no máximo dois meses. No entanto, a paciência promete ser bem recompensada. “Temos um público muito diversificado, na sua maioria jovem. Todos adoram o ambiente, tanto pela música como pela variedade de produtos que temos a oferecer, o que faz com que a concorrência seja grande para participar”, afirma Helena.

As lojas da franquia funcionam todos os dias da semana. De segunda a quinta, elas ficam abertas das 12h às 20h; na sexta e no sábado, das 12h às 22h; e no domingo, das 15h às 22h.

A empresa não tem ponto, como cobrar horas extras?


Especialista explica como receber o pagamento pelas horas extras mesmo quando a empresa não registra os horários da jornada de trabalho

Editado por Talita Abrantes, de
Divulgação
Relógio da marca Patek Philippe
A empresa deve ser responsável por registrar suas jornadas. Se não o faz, a sua versão é pressuposta como verdadeira perante a justiça

Trabalhei como CLT por oito meses sem nenhum tipo de registro de horário. Trabalhava cerca de 60 horas semanais. Posso cobrar essas horas-extras?

Resposta do advogado Marcelo Costa Mascaro Nascimento, sócio majoritário do escritório Mascaro Nascimento Advocacia Trabalhista.
Sim, você tem direito a todas as horas extras trabalhadas mesmo neste caso. E mais: quem teve sua jornada ampliada deve receber um adicional de no mínimo 50% sobre o valor do salário-hora para cada hora extra. Caso tenha trabalhado no domingo (ou no dia determinado para seu descanso), o acréscimo é maior, de 100%.

Agora, o que fazer se a empresa não faz registros de horários? Primeiro, é necessário entrar com uma ação na Justiça do Trabalho e requerer que a empresa junte cartões de pontos que comprovem a sua jornada de trabalho.

Se a companhia tiver mais de dez funcionários, cabe a ela controlar a jornada de trabalho de cada profissional e apresentar os registros ao juiz. Se ela não faz isso, a justiça entende como verdadeiro aquilo que foi descrito pelo funcionário.

Para dar mais peso à ação, é importante conseguir testemunhas que confirmem as horas extras declaradas por você perante o juiz. No máximo, escolha três pessoas que prestem este depoimento.

Dê preferência a colegas que trabalharam todo período com você, principalmente aqueles que o presenciaram executando as horas extras. (Conforme está descrito no Artigo 74 da CLT e na Súmula 338 do TST).

Por outro lado, se a sua empresa possui banco de horas regulamentado com o sindicato e caso você tenha compensado as horas trabalhadas a mais por descansos dentro das regras do banco de horas, não cabe este tipo de pagamento.