sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

AUMENTO NA EMISSÃO DE CARTEIRAS DE TRABALHO

 

 

 

No ano passado, foram emitidas 41,4 mil carteiras para estrangeiros, contra 27,1 mil em 2012.
O número de carteiras de trabalho emitidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para estrangeiros cresceu 53% entre 2012 e 2013 no país. Dados do órgão mostram que, no ano passado, foram emitidas 41,4 mil carteiras para não brasileiros, contra 27,1 mil no ano anterior. Essa é a maior quantidade de documentos do tipo expedidos na última década.

De acordo com o MTE, a principal causa do aumento foi uma maior abertura do país para os haitianos – cuja nacionalidade lidera a emissão de carteiras para estrangeiros. Um levantamento feito pelo G1 aponta que o número de haitianos que conseguiram o documento passou de 5,1 mil para 11,8 mil entre 2012 e 2013, uma elevação de 132%.

A imigração ilegal de pessoas dessa nacionalidade teve início em janeiro de 2010, quando um forte terremoto deixou 300 mil mortos e destruiu grande parte do país.

Do total de carteiras emitidas para haitianos no ano passado, 4,5 mil foram feitas no estado do Acre, principal ponto de entrada desses imigrantes. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Acre, em 2010 o estado recebeu 37 haitianos. Já em 2011, o número aumentou para 1.175 pessoas. Em 2012, pulou para 2.225 e, no ano passado, para 10.779 – um crescimento de 291 vezes nesse período de contagem.

Devido à alta de imigrantes, os municípios de Brasiléia e Epitaciolândia, ambos no Acre, solicitaram situação de emergência em abril do ano passado. Para acelerar a regularização dos estrangeiros, o governo federal montou uma força-tarefa na região, e a Polícia Federal (PF) simplificou o formulário que os haitianos devem preencher ao chegar ao país, o que aumentou o ritmo de emissão de vistos e carteiras de trabalho.


Pedidos de refúgio


De acordo com Marta Cristina de Oliveira, da Coordenação de Identificação e Registro Profissional do MTE, os haitianos conseguem agilizar o pedido da carteira de trabalho através de uma “brecha” na lei. Apesar de não serem considerados refugiados pela lei brasileira – que entende que o abrigo só pode ser concedido a quem provar sofrer perseguição por motivo de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas em seu país –, eles são orientados a procurar a PF e solicitar refúgio.

A documentação então segue para o Comitê Nacional de Refugiados (Conare) e para o Conselho Nacional de Imigração (Cnig), que abrem um processo para avaliar a concessão de residência permanente em caráter humanitário, algo que é concedido em 99% dos casos, segundo Virginius Lianza, diretor-adjunto do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça e coordenador do Conare. O imigrante, porém, não precisa esperar o trâmite terminar para começar a trabalhar, pois o fato de ele estar solicitando refúgio já lhe dá direito a uma carteira de trabalho, com validade de até 180 dias.

A facilidade de solicitar refúgio no país é, inclusive, citada por Diógenes Perez de Souza, chefe do Núcleo de Estrangeiros da Delegacia de Migração da Superintendência de São Paulo da PF, como um dos motivos para o aumento da emissão de carteiras de trabalho nos últimos anos. “É algo extremamente fácil solicitar refúgio no Brasil, e não apenas para os haitianos, mas para todas as nacionalidades”, diz.

É possível perceber essa agilidade dos processos no caso do haitiano João Mavi Aellad, de 32 anos. Há apenas 17 dias no país, ele afirma estar com a documentação pronta para começar a trabalhar no Brasil, pois solicitou refúgio logo ao chegar a Brasiléia. Aellad já havia tentado a sorte na República Dominicana, mas diz que o país não oferecia mais oportunidades de trabalho que o Haiti. Por isso, decidiu fazer uma segunda viagem e vir para o Brasil. “Venho buscar trabalho, pois aqui tem muito”, afirma.

Outro haitiano, Joel Rosius, de 36 anos, também fez uma primeira parada fora de seu país antes de chegar ao Brasil. Ele deixou as duas filhas, de 6 e 8 anos, em novembro de 2010 para ir ao Chile com a mulher. Apenas em dezembro de 2011, decidiu vir para solo brasileiro. “A maioria dos haitianos tem vontade de conhecer o Brasil por causa do futebol”, revela.

Rosius atravessou a fronteira argentina até o Rio Grande do Sul, onde passou apenas um dia e seguiu para São Paulo. Solicitou refúgio à PF e, com a carteira de trabalho temporária, conseguiu trabalho em um restaurante japonês na região dos Jardins, em São Paulo.

Com um visto para estadia de até sete anos no Brasil em mãos, Rosius diz que não pensa em voltar a viver no Haiti. “Se Deus quiser, pretendemos ficar muito tempo aqui. Apenas precisamos conseguir trazer minhas filhas”, destaca.


Outras nacionalidades


Outra nacionalidade que também tenta com frequência a sorte no Brasil é a boliviana. Em todo o país, foram emitidos no ano passado 4.618 documentos para estrangeiros vindos da Bolívia, contra 3.689 em 2012 – um aumento de 25%. Isso faz a nacionalidade ser a segunda que mais conseguiu carteiras de trabalho em solo brasileiro em 2013.

Os bolivianos se enquadram no Acordo Brasil/Mercosul, que facilita a burocracia para a regularização de indivíduos naturais dos países integrantes e associados do bloco. São eles: Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.

Todos os países do acordo estão entre as 16 nacionalidades que mais receberam carteiras de trabalho no Brasil no ano passado – exceto a Venezuela, que ocupa a 21ª colocação, com 241 carteiras emitidas, e o Equador, na 32ª posição, com 110 carteiras.

Entretanto, se depender do Acre, os haitianos devem continuar liderando a nacionalidade de emissão de carteiras de trabalho em 2014. Apenas entre os dias 1° e 27 de janeiro, 1.229 pessoas daquele país entraram no estado. “Quem já está aqui vai chamando os que continuam no Haiti. É um ciclo. Isso se multiplica mais do que dengue”, diz Nilson Mourão, secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre.


Ranking de emissões por país de origem

01. Haiti: 11882
02. Bolívia: 4618
03. Paraguai: 2649
04. Argentina: 2475
05. Portugal: 2389
06. Peru: 1919
07. Bangladesh: 1822
08. Uruguai: 1566
09. Colômbia: 1468
10. Espanha: 1076
11. Senegal: 1044
12. Itália: 901
13. França: 616
14. EUA: 593
15. Chile: 532
16. China: 503
17. Corréia Do Sul: 305
18. Alemanha: 303
19. Guiné Bissau: 258
20. Angola: 242


Clara Velasco & Paula Paiva Paulo
(G1 – 31/01/2014)

Bem-vindo From São Paulo: Introducing the Brasil Post

 



SÃO PAULO -- Olá from Brazil. I'm here for the launch of the Brasil Post, in partnership with the Abril Group, one of Latin America's legendary media companies. For more than half a century, Abril has been telling the story of Brazil, in the pages of iconic magazines like Veja, Claudia and Exame, and in its growing portfolio of online publications. We're delighted to welcome the Brasil Post -- The Huffington Post's first South American edition, putting us on our fifth continent -- and Abril's fabulous team to the HuffPost family.
Brazilians are social by nature, both online and off, making Brazil the perfect place for The Huffington Post to expand our platform, which is all about conversation and engagement. With more than 100 million Internet users and more than 50 million smartphones, Brazil is as hyper-connected as any country in the world. It is now the third largest market in the world for Facebook and the fifth largest for Twitter. In a country as large and diverse as Brazil, the Brasil Post will welcome all voices -- politicians, business leaders and academics alongside students, activists and artists -- and will be a hub where all Brazilians can come to share their passions or simply cross-post from their own blogs and add a new distribution channel to what they're already writing.

My first meeting with the Abril team was a little more than two years ago, in September 2011, when Roberto Civita, who at the time was Chairman and CEO of Abril Group, invited me and Nicholas Sabloff, our executive international editor, to lunch at their offices. Also at the lunch were Fábio Barbosa, who was on the verge of becoming Abril Media's CEO, and Manoel Lemos, the company's chief digital officer. It was one of those moments when everything comes together: we were completely taken with our hosts' hospitality, humor and passion for using all the tools at their disposal to tell the story of Brazil and its people.

A few months later, Roberto, Fábio and Manoel visited us in New York and convinced me more than ever that Abril was the perfect partner for HuffPost in Brazil. Our launch today is tinged with sadness because last May Roberto died unexpectedly from an abdominal aneurysm. Just a few months before, our CEO Jimmy Maymann and I had lunch with him in New York, and we were all full of excitement that everything had been worked out and looking forward to celebrating the launch together in São Paulo. As a young man, Roberto had told his father Victor, Abril's founder, that he wanted to start a weekly magazine in the tradition of TIME -- where Roberto had worked as an intern -- and he went on to shape Brazilian media for more than half a century, publishing both a roster of original magazines and Brazilian editions of Cosmopolitan, InStyle, Men's Health, Women's Health and Playboy, and launching MTV Brasil and the immensely popular women's website MdeMulher. It means a lot to me that Roberto's wife Maria and his sons Giancarlo and Victor will be at the launch. This day is dedicated to him.

So today Abril and HuffPost finally tie the knot, and the lengthy courtship (by today's standards) makes the consummation of this romance all the more exciting. I'm very grateful to Fábio, who was with us from day one and has been so supportive of the partnership. I have learned a lot from Fábio and Manoel on this journey that began over lunch in 2011. Together with Ricardo Anderáos, our editorial director, and Otávio Dias, our editor-in-chief, they bring a deep knowledge of Brazil and its people, and I have learned a lot from them.

Brazil in 2014 is a country at once facing big challenges and brimming with opportunity. In dramatic contrast to what's happening in America, about 40 million people in Brazil have moved from poverty into the middle class in the last decade, fueling a palpable sense that things are getting better. As Otávio put it, "In less than 25 years, Brazil stabilized the economy, strongly reduced inequality and created millions of jobs, giving rise to a new middle class. This is not an achievement of a specific government or president but a result of democracy and a more mature society."

However, many challenges remain, from high unemployment and inequality to corruption, the quality of education and Brazil's infrastructure.

Last week in Davos, together with a small group of journalists from the International Media Council, I met with Dilma Rousseff, Brazil's first female president, after her address at a special session. Seizing on one of the big themes of this year's World Economic Forum, she told us there's a great need for investors to look beyond the short term and focus on Brazil's long-term economic trends and developments. She spoke of Brazil's abundant natural resources, which present big opportunities for sustainable development and improving Brazilians' quality of life: "We will transform a finite resource, petroleum, into a lasting one: an educated population." And in the shortcomings of the country's infrastructure -- roads, train lines, ports and sanitation systems that need upgrading -- she sees a win-win opportunity for Brazilians and foreign investors in the form of public-private partnerships. When I asked her about the country's high youth unemployment (hovering around 20 percent), she focused on the need to improve educational opportunities, and the progress Brazil has made over the last 10 years, lifting 42 million people into the middle class and growing per capita income by 78 percent. In response to a question that assumed she was going to win the October election, she laughed, "No one can predict what happens in a judge's mind, a woman's womb, or a ballot box." And then she quickly corrected herself: "Well, now thanks to modern science, you can tell the sex of a baby, but you still can't tell the other two!"

All these issues will be central to the conversations leading up to the general elections in October to elect the president, congress, state governors and legislatures. And the World Cup, which Brazil will host in June, will not only celebrate the country's proud sporting tradition -- and bring the World Cup to South America for the first time since Argentina hosted in 1978 -- but shine a light on Brazil's split-screen reality, its challenges and its promise.

And the Brasil Post will be covering it all. Through a mix of original reporting and opening up our blogging platform to voices both new and well-known, we will not only tell the stories of the news and events shaping Brazil but also capture the spirit of its people. As we launch new editions internationally -- Brazil is now our 10th country -- we have discovered just how eager our readers around the world are to learn about the lives and traditions of people in countries other than their own. So we'll be putting the spotlight not just on Brazil's political and business life but also on all the ways Brazilians unplug and recharge -- including their active nightlife and tradition of botecos, bars where people gather for drinks, fingerfoods, conversation and music. And of course we'll be covering Brazilians' passion for futebol, and the beach culture of Brazil's many coastal communities.

Beyond publishing, Abril includes the Victor Civita Foundation, which since 1985 has helped to improve basic education throughout the country. Putting the spotlight on what is working in Brazil, including private sector, nonprofit and philanthropic initiatives, will be central to our coverage. Our partnership positions the Brasil Post to combine the best of the old and the best of the new in order to tell the stories that matter most in Brazil -- and just as important, to help Brazilians tell their stories themselves.

And now, a little more about our team. Our editorial director Ricardo Anderáos has been the social media director at the Abril Group and worked as a reporter and editor for several Brazilian outlets, including Estadao.com, where he was editor-in-chief, and MTV Brasil, where he was head of digital. He and I have bonded not just over our agreement on our editorial priorities but over his Third Metric lifestyle. Together with his wife and three children, he lives on the island of Ilhabela and commutes to the office in São Paulo. On the island, he meditates in the Nyingma Tibetan tradition and nurtures his passion for the environment by tending to a nursery of native trees from Brazil's most endangered rainforest, Mata Atlântica.

Brasil Post's editor-in-chief, Otávio Dias, has worked at some of Brazil's most influential newspapers and websites. In 12 years at Folha de S. Paulo, he served as London correspondent and as an assigning editor on the paper's international desk, and at O Estado de S. Paulo he was tech editor and editor of the paper's website. He loves to sing and to practice yoga.

We kick off with blogs from Congressman Marcelo Freixo on the problems of the Brazilian prison system; renowned journalist Gilberto Dimenstein on how to practice journalism in the new media era; popular transgender writer Laerte with a comic strip on how it feels to grow up; the feminist and entrepreneur Bianca Santana on her experience wearing a turban in her daily life; and journalist Renata Rangel on how her decision to move from the city to the countryside was influenced by Third Metric values.

So bem-vindo to the Brasil Post! As always, use the comments section to let us know what you think.

  Publicada por:Arianna Huffington

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

As construtoras mais processadas por clientes em 2013 em SP

PDG, Tecnisa e Camargo Corrêa lideram ranking; atraso na entrega do imóvel é o principal motivo das ações na Justiça


, de o Monteiro/EXAME.com
Obra da PDG no Rio de Janeiro

Obra da PDG: empresa foi a campeã em número de processos em SP, de acordo com levantamento de advogado

São Paulo – A PDG foi a construtora mais processada por clientes em 2013 no estado de São Paulo, com 966 processos, seguida por Tecnisa (464 processos) e Camargo Corrêa (331 processos). Os dados são de um levantamento realizado pelo advogado Marcelo Tapai, especializado em direito imobiliário, com dados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

De acordo com o levantamento, as ações contra construtoras tiveram elevação de 2.600% de 2008 para 2013, passando de 140 para 3.779. “Cerca de 80% dos processos do ano passado foram motivados por atraso na entrega do imóvel”, diz Tapai.

Segundo ele, o atraso em alguns casos chega a superar quatro anos, mas há outros problemas que também motivam ações, ainda que em menor quantidade, como defeitos construtivos, cláusulas abusivas no contrato e a cobrança de taxas indevidas.

Veja o ranking das dez construtoras mais processadas:


Construtora Número de processos em 2013
PDG 966
Tecnisa 464
Camargo Corrêa 331
Trisul 296
Rossi 262
Cyrela 248
MaxCasa 202
Tenda 194
MRV 184
Gafisa 150
Fonte: Tapai Advogados




Metodologia


Embora utilize dados oficiais, é importante frisar que a lista de Marcelo Tapai não é oficial. Segundo o advogado, ele incluiu apenas as ações abertas a cada ano, uma a uma.

Tapai considerou não apenas as ações movidas contra a construtora em si, mas também contra as Sociedades de Propósito Específico (SPEs) formadas pelas construtoras para cada empreendimento.

Segundo o advogado explica, buscas diretas pelo nome das empresas no site do TJ-SP geram poucos processos para cada uma. Isso porque as SPEs formadas por elas são empresas com CNPJ próprio, montadas especificamente para determinada obra e frequentemente com um nome que não remete à construtora que a originou.

Vale lembrar que o ranking traz apenas o número de processos, sem levar em conta o número de clientes de cada empresa. Construtoras com mais clientes podem, naturalmente, ter mais processos que as empresas menores. 

Desfecho dos processos
Segundo Marcelo Tapai, a indenização pelo comprador ser privado do uso do imóvel depois que passa a data de entrega tem sido estipulada em 0,8% do valor do imóvel por mês de atraso. É como se fosse um aluguel que a construtora paga simplesmente por ainda ter o imóvel em seu poder quando já deveria tê-lo entregue ao comprador.

Também cabem indenizações por danos morais por situações que causem constrangimento e problemas pessoais às vítimas. “Há quem marque a data com casamento com vistas à data de entrega do imóvel e não consiga se mudar depois de casar, por exemplo”, diz Tapai.


Direitos do comprador


O atraso na entrega do imóvel causa muita dor de cabeça aos compradores, que podem inclusive cair em armadilhas quando se aproxima a data de pagamento da chamada parcela das chaves.

As construtoras costumam incluir no contrato uma cláusula de 180 dias de tolerância, já considerada ilegal pelo TJ-SP. No Rio de Janeiro já existe até uma lei que obriga a construtora a pagar multa pelo atraso. Até desistir da compra nesse caso o comprador pode.


Outro lado


Líder no ranking, a PDG disse, em nota, que não comenta informações ou pesquisas de fontes não oficiais e acrescentou que trabalha sempre com o objetivo de aprimorar os processos para melhor atender aos seus clientes.

“A incorporadora, há pouco mais de um ano, passou por uma reestruturação interna, o que tem minimizado a cada dia o impacto de antigos projetos dentro da companhia e garantido entregas no prazo e com qualidade”, diz a nota, que reforça ainda o compromisso da PDG com os clientes e com a qualidade dos empreendimentos.

A Tecnisa, a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), a Trisul, a Rossi e a Cyrela optaram por não comentar, uma vez que a fonte do levantamento não é um órgão oficial, segundo as notas que enviaram a EXAME.com.

A MaxCasa alegou, em nota, que não divulga publicamente este tipo de informação, e assegurou que os números divulgados sobre os processos recentes estão significativamente superiores ao número real de processos em curso movidos por compradores de imóveis da empresa.

A MRV Engenharia disse, em nota, que, percentualmente, os índices de reclamação contra a empresa são pequenos se comparados ao número de unidades construídas.

“Em todo o Brasil, a grande população de clientes da MRV tem se mostrado cada vez mais satisfeita com o imóvel adquirido. Mesmo considerando o baixo volume de reclamações, a construtora tem sempre se empenhado para solucionar as demandas que surgem”, diz a nota da construtora.

Finalmente, a Gafisa disse, em nota, não reconhecer os números apresentados pelo advogado, sejam eles relacionados a atraso de obras ou de qualquer outra natureza.

Argentinos invadirão o Brasil durante a Copa de 2014

Entre os 600 mil turistas vindos do exterior, os argentinos deverão integrar a maior torcida estrangeira no evento

Diego Iraheta, do
Wikimedia Commons
Bandeira da Argentina tremula em Buenos Aires

Bandeira da Argentina: apostando na presença em massa dos argentinos, a Anac autorizou 504 novos voos entre o Brasil e a Argentina durante o período da Copa

Os hermanos que amamos odiar — no futebol — vão invadir as ruas e os estádios brasileiros.

Os argentinos deverão integrar a maior torcida estrangeira na Copa de 2014, entre os 600 mil turistas vindos do exterior, conforme expectativa do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). O azul e branco prometem confrontar o verde e amarelo e realizar o maior sonho deles.

E o nosso maior pesadelo nos gramados…
Embora a estimativa oficial de turistas no País só seja divulgada em abril, após o fim da segunda fase de venda de ingressos pela Fifa, relatórios da Embratur mostram que a Argentina é, disparado, o principal emissor de turistas para o Brasil.

Em sete anos, o número de argentinos visitando o País cresceu 79%. Saltou de 933 mil, em 2006, para 1,67 milhão, em 2012. Segundo lugar no ranking de turismo no Brasil, os Estados Unidos mandaram para cá 586 mil pessoas em 2012.

Como são vizinhos e fanáticos por futebol, nossos arqui-inimigos nos gramados deverão bater ponto por aqui a partir de junho, sobretudo no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS), onde a seleção argentina vai jogar na primeira fase da competição.

"A perspectiva de uma nova Copa na América Latina é de longo prazo, daqui a 30 anos; por isso, esta acaba sendo a melhor oportunidade para os argentinos participarem dessa grande festa no Brasil", avalia a chefe de gabinete da Embratur, Kátia Bitencourt.

Apostando na presença em massa dos argentinos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou 504 novos voos entre o Brasil e a Argentina durante o período da Copa. Serão 262 itinerários do Aeroporto Internacional Galeão, no Rio de Janeiro, para o Aeroporto Internacional Ezeiza, em Buenos Aires, e 242 do Galeão para o Aeroparque, também na capital argentina.

De 6 de junho a 20 de julho, a Anac ampliou em quase 90 mil a oferta de assentos nos aviões que vão transportar passageiros da Argentina para o Brasil. A medida faz parte do reforço na malha aérea, promovido pela Anac, com 1.973 voos a mais autorizados em todo o País para a Copa.
Rivalidade


Fã de carnaval e caipirinha, o jornalista argentino Agustin Gonzalez, 28, prepara-se para fazer sua sexta viagem ao Brasil. Ele vem passar mais de 20 dias em Brasília e São Paulo e assistir a pelo menos duas partidas do Mundial. Já garantiu duas entradas para as quartas e oitavas-de-final e agora aguarda a resposta da Fifa sobre o pedido de mais três jogos.

Agustin torce por uma competição sadia entre brasileiros e argentinos na Copa. "Dentro do folclore do futebol, a última seleção que eu quero que ganhe é a brasileira. Se não ganhar a Argentina, que seja o Uruguai, o Chile ou a Colômbia. Como vocês já têm cinco copas, agora é a nossa vez", provoca.

O morador de Buenos Aires brinca que ele e os amigos teriam medo de andar com a camisa da seleção argentina no Brasil em caso de vitória da Argentina. Mas admite que a seleção brasileira está bastante preparada, com jogadores talentosos e aguerridos.

"Vai ser muito duro ganhar do Brasil. Mas temos o Messi, e aí se abre uma porta", diz, esperançoso .

Eletropaulo consegue suspender ordem para ressarcir consumidores

 
 
 
Por Stella Fontes | Valor
 
Divulgação | Eletropaulo

SÃO PAULO  -  A AES Eletropaulo informou nesta quarta-feira que a Justiça concedeu ontem uma liminar, em favor da companhia, suspendendo os efeitos da decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que determinou a devolução de R$ 626 milhões aos consumidores nos próximos quatro reajustes tarifários, a partir de julho deste ano.

Os efeitos da decisão da Aneel estão suspensos até que o pedido de reconsideração apresentado pela empresa à agência reguladora seja julgado. 

A decisão da Aneel foi publicada em 27 de dezembro e, na sequência, a AES Eletropaulo apresentou um pedido de reconsideração administrativo, requerendo também a suspensão de seus efeitos até que o pedido fosse analisado pela agência.

Na última terça-feira, a Aneel publicou um despacho negando o pedido de suspensão dos efeitos da decisão, o que levou a AES Eletropaulo a interpor na mesma data, na Justiça Federal de Brasília, um mandado de segurança com pedido de liminar, para que a Justiça determinasse a suspensão dos efeitos da decisão até que o pedido de reconsideração seja julgado pela Aneel. 

(Stella Fontes | Valor)

O recall e a proteção do consumidor





Publicado por Georgios Alexandridis


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Mesmo com todo o conhecimento técnico-científico do fornecedor aplicado na pesquisa, criação, produção e fornecimento de seus produtos ou serviços, mesmo diante de toda a tecnologia à disposição dos fornecedores, podem, por qualquer motivo (até mesmo imprevisível), um produto ou serviço apresentar um alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança dos consumidores.

Sendo assim, de forma objetiva o CDC busca a proteção do consumidor primeiramente proibindo que o produto e/ou serviço seja inserido no mercado de consumo, contudo, tomando conhecimento posterior do alto grau de periculosidade ou nocividade resta ao fornecedor, ainda que não tenha agido com culpa em sentido amplo, a promoção do recall.

A sua realização visa prevenir a ocorrência de danos aos consumidores, apesar de muitas vezes sua necessidade surgir em razão de ocorrências à vida, saúde e a segurança dos consumidores, visto que o produto e/ou serviço já é disponibilizado no mercado de consumo.

Importa destacar deverá buscar o fornecedor a maior efetividade possível do procedimento do recall, buscando alcançar os consumidores a promover o devido reparo, substituição, ou inutilização do produto e/ou serviço, dado o alto grau de risco ao consumidor.

A campanha é regulamentada pelo Ministério da Justiça, através da Portaria 789/2001, buscando a proteção dos consumidores sob um enfoque difuso (dada potencialidade de atingir outras pessoas equiparadas a consumidores por serem vítimas do acidente de consumo) e também sob o prisma de uma proteção de trato coletivo do interesse individual homogêneo que guarnece todos os consumidores destinatário finais.

Importante destacar que a responsabilidade do fornecedor em realizar o recall é objetiva, visto que o texto legal traz a expressão que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança dos consumidores, ou seja, como o fornecedor detém o conhecimento do sistema de produção de seus produtos e serviços, dos materiais e equipamentos empregados, resta-lhe o dever de zelar pelo consumidor.

Uma vez promovido o recall nos moldes da portaria do Ministério da Justiça o seu encerramento não indica de forma plena a isenção de responsabilidade do fornecedor, visto que o que se mostra na prática é que a amplitude de retorno do chamamento feito não alcança a efetividade plena do procedimento e, desta forma, acidentes de consumo podem vir a ocorrer causando danos aos consumidores e, reflexamente, o dever de indenizar por parte do fornecedor (artigos 12 e 14, do CDC).

Nessa hipótese o fornecedor poderá apenas se valer das excludentes de responsabilidade estabelecidas no CDC com relação a responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, o que pode, por exemplo, em razão da culpa exclusiva do consumidor (dentre as excludentes previstas em Lei) de ter tomado conhecimento efetivo do procedimento do recall e não ter tomado a cautela de procurar o fornecedor para sua proteção, isentando o fornecedor de responsabilidade desta maneira, situação esta que vê ser devidamente comprovada no curso da instrução probatória pelo fornecedor.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Fundo negocia fatia do shopping JK Iguatemi


SHOPPING JK IGUATEMI, EM SP: novo sócio à vista

A construtora WTorre deve anunciar nos próximos dias a venda de sua participação de 50% no shopping JK Iguatemi, em São Paulo, avaliada em 750 milhões de reais. A Iguatemi, empresa de Carlos Jereissati que tem preferência de compra, deverá adquirir 10% do negócio. A outra fatia, de 40%, está sendo disputada pelo fundo de pensão americano Tiaa-Cref e pelo Adia, fundo soberano de Abu Dhabi. Pessoas próximas à operação dizem que o Tiaa-cref despontou como favorito no leilão. O Itaú BBA é o assessor financeiro da WTorre. Procurada, a construtora não quis comentar o assunto.

Merrill Lynch põe Brasil entre os piores mercados de ações

O mercado brasileiro teria seu desempenho prejudicado pelo elevado déficit externo e pela expectativa de queda no ritmo de crescimento dos lucros das empresas

Angelo Pavini, da
Marcos Issa/Bloomberg
Operador da Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa

Bovespa: relatório do Merrill Lynch reforça visão do banco divulgada em dezembro, que mercados de ações de países emergentes vão passar por maus bocados este ano

O Bank of America Merrill Lynch considera o Brasil um dos países em piores condições em termos de potencial do mercado de ações.

Ao lado do Chile e da Tailândia, o mercado brasileiro teria seu desempenho prejudicado pelo elevado déficit externo e pela expectativa de queda no ritmo de crescimento dos lucros das empresas.

Conforme relatório enviado a clientes, o braço de investimentos do banco americano considera os países mais atrativos, por esses critérios, Filipinas, Taiwan*, Rússia e China.

Assinado pelo estrategista de ações para Ásia, Pacífico e Mercados Emergentes, Ajay Singh Kapur, o relatório reforça a visão do banco divulgada em dezembro, que os mercados de ações de países emergentes vão passar por maus bocados este ano, fechando 2014 no máximo com estabilidade, mas com fortes riscos de perdas.

Para o analista, a vulnerabilidade financeira dos mercados emergentes segue elevada, com o impacto da implosão dos “booms” locais de crédito e déficits externos difíceis de financiar. Ele cita como referencial desse aperto financeiro para os emergentes os números das contas externas americanas.

O déficit de contas correntes dos Estados Unidos, que mede os resultados de gastos e receitas de comércio e serviços com o exterior, caiu para 2,4% do PIB no terceiro trimestre do ano passado, para 5,9% do PIB em 2006.

Isso significa que os EUA estão gastando menos no exterior e, portanto, os mercados emergentes terão menos dólares para se financiar. “Melhoras nas contas externas americanas vão aumentar os riscos dos emergentes”, diz o analista.

Essa análise explica a turbulência recente dos mercados emergentes, acentuada pelo receio de desaquecimento da China, grande parceiro comercial dos países exportadores de matérias-primas, como o Brasil.

Ao mesmo tempo, a atratividade dos mercados de ações de países desenvolvidos segue em alta, enquanto o sentimento para os emergentes é de neutralidade.

O banco preferiria esperar o “nível de pânico” para tornar os emergentes atrativos. Mas ressalta que o grau atual da turbulência está longe do da crise de 1997, que sacudiu os países asiáticos e o mundo emergente.

Para a Merrill Lynch, os mercados emergentes ainda não caíram tanto assim, pois a diferença de seu nível atual e a média móvel de 200 dias está em apenas -5,6%. O banco estima que uma queda de 10% a 20% caracterizaria um movimento de pânico que justificaria analisar a entrada nesses mercados.

Há também a questão das projeções para o desempenho das empresas e suas ações. O risco de piora da China está subindo, como sugerem indicadores de atividade e liquidez locais, como renegociações de crédito, preços do setor imobiliário e até preços de vinhos finos, diz a Merrill Lynch.

O risco de crédito na China prossegue elevado, como mostrou o socorro do governo a um fundo de crédito quebrado esta semana, e pode se juntar a outros fatores para influenciar negativamente a economia.

Com as perspectivas para a China piorando, a Merrill Lynch considera que as estimativas de crescimento do lucro por ação das empresas de países emergentes, especialmente na América Latina e na Coreia do Sul, seriam incompatíveis com a realidade atual.

A mudança na política do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de reduzir os incentivos ao mercado financeiro local e à economia, também terá impactos nos mercados emergentes e em suas empresas, que ainda poderão sofrer ajustes.

Para o analista da Merrill Lynch, a expansão monetária promovida pelo Fed está em sua última fase, e sua reversão deve afetar não só países com altos déficits externos como seus mercados de títulos e as empresas que dependem de financiamento de curto prazo.

A alta dos juros com o aperto monetário americano poderia afetar diretamente ações de emergentes ligadas à atividade econômica, populares e caras em relação a seu potencial de ganhos, e que tem alta concentração de risco, pois todos os investidores têm esses papéis em suas carteiras.

“Se houver uma capitulação no mercado de ações, ela deve ser marcada pela venda desses papéis”, afirma o relatório.

Já as empresas estatais baratas têm poucos compradores, pelo ceticismo significante em torno de reformas que possam liberar todo seu potencial de lucro.

O banco de investimentos sugere ao investidor buscar preservar seu capital nos mercados emergentes, e que o momento é bom para deixar o dinheiro em caixa, ou seja, renda fixa de curto prazo.

Empresas com bons balanços e elevada geração de caixa, em países com bons indicadores de crescimento de lucros e déficits externos sustentáveis devem estar no foco. O inverso, empresas com balanços fracos em países com altos déficits representam elevado risco.

Entre as 15 ações do primeiro grupo, mais resistentes aos ajustes, não há nenhuma brasileira. Já entre as 8 de maior risco, está a Eletrobras.

Segundo a Merrill Lynch, o mercado em geral estima um crescimento de 17,2% no lucro por ação das empresas brasileiras nos próximos 12 meses, o quarto maior entre 15 emergentes, atrás apenas do Chile, com projeção de 27,5%, do México, com 21%, e da Coreia, com 19,6%.
* Corrige versão anterior que citava Tailândia no lugar de Taiwan

Fed reduz programa de compra de ativos para US$65 bi ao mês


Banco manteve o plano de remover o estímulo extraordinário apesar da recente turbulência em mercados emergentes

Jonathan Spicer e Jason Lange, da
AFP/Arquivos
Ben Bernanke, antes dirigente do Federal Reserve (EUA)

Ben Bernanke: chairman encerrou sua última reunião do Fomc sem fazer qualquer mudança no plano de manter os juros baixos por algum tempo

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira novo corte de 10 bilhões de dólares, para 65 bilhões de dólares, no programa de compras mensais de títulos e manteve o plano de remover o estímulo extraordinário apesar da recente turbulência em mercados emergentes.

O chairman do Fed, Ben Bernanke, que passará na sexta-feira o comando do banco central à atual vice-chair, Janet Yellen, encerrou sua última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) sem fazer qualquer mudança na outra grande política da autoridade monetária: o plano de manter os juros baixos por algum tempo.

Em comunicado após a reunião, o Fed reconheceu que "a atividade econômica ganhou fôlego nos trimestres recentes" e minimizou o fraco resultado de dezembro sobre abertura de vaga de emprego. 

"Os indicadores do mercado de trabalho foram mistos, mas o balanço mostra melhorias." As perdas nos mercados acionários nos EUA se ampliaram após o anúncio. Já os preços dos papéis da dívida norte-americana subiram e os rendimentos das notas de 10 anos bateram o menor nível desde o fim de novembro. O dólar avançou em relação ao euro, mas caiu sobre o iene.

"A ação do Fed de hoje representa a continuidade de sua determinação decisiva para encerrar (as compras de ativos) durante 2014", afirmou o sócio-diretor da Westwood Capital, Daniel Alpert.

As autoridades mantiveram a promessa de manter os juros próximos de zero até bem depois de a taxa de desemprego norte-americana, atualmente em 6,7 por cento, cair abaixo de 6,5 por cento, especialmente se a inflação permanecer abaixo da meta de 2 por cento. Investidores especulavam sobre a possibilidade de o Fed alterar essa diretriz já que a taxa de desemprego está próxima desse nível.

A decisão recebeu apoio unânime das autoridades do Fed. É a primeira reunião sem divergência desde junho de 2011 --um bom sinal de adeus a Bernanke.

A partir de fevereiro, o Fed comprará 65 bilhões de dólares ao mês, ante os atuais 75 bilhões de dólares. O banco central reduziu igualmente as compras de Treasuries e de títulos hipotecários, para 35 bilhões de dólares e 30 bilhões de dólares mensais, respectivamente.

Sinais de melhora na economia norte-americana sugerem que o Fed manterá a trajetória de redução das aquisições, conforme já previu Bernanke de que o programa será reduzido gradualmente e concluído ainda neste ano.

Vendas generalizadas de moedas e ações de mercados emergentes nos últimos dias e crescimento decepcionante do emprego dos EUA em dezembro não impediram as autoridades do Fed.

Esta reunião é a última de Bernanke antes de Janet Yellen assumir o comando da autoridade monetária.

Bernanke conduziu o Fed em um território desconhecido nos oito anos em que ocupou o posto, construindo um balanço patrimonial de 4 trilhões de dólares e mantendo os juros próximos de zero por mais de cinco anos para afastar a economia do pior revés em décadas. Com crescentes preocupações sobre possíveis impactos negativos da forte liquidez, o Fed decidiu no mês passado promover o primeiro corte nas compras de títulos.

Dados divulgados nas últimas semanas, incluindo gastos do consumidor e produção industrial, foram amplamente otimistas e alimentaram a tese de que a economia está melhorando. Analistas estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu no ritmo de 3,2 por cento no quarto trimestre, acima da tendência, após o avanço de 4,1 por cento apurado nos três meses anteriores.

Atualizado às 18h50 de 29/01/2014, para adicionar mais informações.

Quem é o príncipe saudita que vai investir R$ 1 bi no Brasil


Khaled bin Alwaleed, filho do bilionário mais rico da Arábia Saudita, anunciou construção de uma fábrica de gruas no Ceará


Reprodução/Facebook/Prince Alwaleed bin Talal
Príncipe Alwaleed bin Talal e seu filho, o príncipe Khaled bin Alwaleed, da Arábia Saudita

Príncipes Alwaleed bin Talal e seu filho, Khaled bin Alwaleed, em viagem de família aos Estados Unidos, em 2004: Khaled bin Alwaleed irá investir mais de R$ 1 bilhão no Brasil

São Paulo – O grupo KBW anunciou nesta quarta-feira que irá investir 40 milhões de reais em uma fábrica de gruas no Ceará. Trata-se de uma pequena parte do plano de investimentos de mais de 1 bilhão de reais arquitetado pelo príncipe saudita Khaled bin Alwaleed para o país.

Na última segunda-feira, o conglomerado já havia inaugurado sua sede em Santa Catarina, a KBW Brasil e, no ano passado, começou as obras de um complexo portuário especializado em petróleo, o PetroCity, no Espírito Santo.

Khaled bin Alwaleed é o filho mais velho do príncipe Alwaleed bin Talal, o homem mais rico da Arábia Saudita e o 26º do mundo, segundo a revista Forbes. Em 2013, a fortuna de Alwaleed pai foi avaliada em 20 bilhões de dólares. 

A Kingdom Holding Company, fundada por ele, investe em setores que vão desde o hoteleiro até o imobiliário e em empresas de tecnologia. Alwaleed filho, porém, foi para um caminho diferente.

A KBW é especializada nas áreas de infraestrutura, óleo e gás, mineração, construção e logística. Khaled está se concentrando em empreendimentos de médio e longo prazo no Brasil.

A fábrica no Ceará, por exemplo, servirá para a produção de equipamentos da fabricante italiana de guindastes Raimondi Cranes, recém-adquirida pelo grupo. A cidade que receberá a nova planta ainda não foi escolhida.

“O Brasil é um mercado atraente, que tem crescente demanda em seu mercado interno e oferece grandes oportunidades nas áreas de infraestrutura, petróleo e construção”, afirmou o príncipe em visita ao país em outubro do ano passado. Se depender dele, as relações entre Brasil e Arábia Saudita só vão se estreitar.

A guerra do iogurte grego chegou ao horário nobre americano


Nem só de Jaguar e Mercedes vive o intervalo comercial mais caro do mundo

Pedro Rubens / Veja
Iogurte grego

Iogurte grego: as rivais Oikos e Chobani lançaram prévias de seus comerciais para o Super Bowl, no próximo domingo

São Paulo - O iogurte grego, produto que chegou no Brasil há menos de três anos e virou mania, também gera sua dose fanatismo nos Estados Unidos.

Prova disso é o embate que acontecerá no próximo domingo, durante o Super Bowl, o evento televisivo mais assistido dos EUA.

Nem só de Jaguar e Mercedes vive o intervalo comercial mais caro do mundo, com 30 segundos estimados em 4 milhões de dólares em 2014.  Duas marcas de iogurte grego concorrentes divulgaram esta semana seus vídeos para a final do campeonato de futebol americano.

A Oikos, da francesa Danone, tem o desafio de ofuscar a rival Chobani, fabricante americana e líder do mercado. Para cumprir a missão, a Oikos apelou ao saudosismo e reuniu o elenco do seriado icônico Full House, série conhecida no Brasil como Três É Demais.

No teaser abaixo, os atores Dave Coulier (Joey) e Bob Saget (Danny) atrapalham os planos de John Stamos (Tio Jesse). O vídeo já alcançou 2,3 milhões de visualizações no YouTube.

Já a Chobani preferiu pular a etapa dos teaser e divulgou na terça-feira a íntegra do seu comercial de 60 segundos no YouTube. Ao som de I Want You, do músico Bob Dylan, um esfomeado urso aterroriza consumidores na lojinha de uma cidade pequena. O motivo, como dá para imaginar, é um pote de iogurte grego sabor mel.

Ao final do vídeo, o narrador decreta: "Está cada vez mais difícil encontrar comida feita apenas com ingredientes naturais esses dias"

O Super Bowl acontecerá no próximo domingo, no dia 2 de fevereiro, e será exibido às 21 horas de Brasília. 

Brasil deve ganhar 17 mil novos milionários em 2014


Será o quinto maior aumento percentual do mundo, de acordo com a Wealth Insight; veja o top 10

Raul Junior/EXAME.com
Nota de 100 reais presa em garfo
Nota presa em garfo: Brasil deve ter mais de 200 mil milionários este ano

São Paulo - Mais de 17 mil brasileiros se tornarão milionários em 2014, de acordo com estimativas da consultoria Wealth Insight.

Isso significa uma alta de 8,9% em relação aos 194.300 milionários que o país registrou em 2013.
Será o quinto maior aumento percentual no mundo, atrás apenas de Indonésia, Índia, Nigéria e Estados Unidos.  

Os EUA lideram tanto em número absoluto de milionários (5,2 milhões) quanto em novos integrantes deste grupo em 2014 (496.945).

Chama a atenção o número de novos milionários nos países que formam os MINTs e no Reino Unido, que está crescendo no ritmo mais rápido em 6 anos.


Brasil


De acordo com estimativas do Credit Suisse, o Brasil tinha 221 mil milionários em outubro do ano passado e vai ganhar 186 mil nos próximos 5 anos - um aumento de 84%.

As discrepâncias entre a Wealth Insight e o Credit Suisse são provavelmente resultado de metodologias diferentes na hora de medir o valor de propriedades imobiliárias.

Cinquenta brasileiros são bilionários, de acordo com a Wealth X.

Veja o número de milionários e o aumento de um ano para o outro em cada país, de acordo com a Wealth Insight:
  País Número de milionários (2013) Número de novos milionários (2014) Crescimento no número de milionários
1 Indonésia 37.000 8.362 22,6%
2 Índia 251.000 42.921 17,1%
3 Nigéria 15.900 1.590 10,0%
4 Estados Unidos 5.231.000 496.945 9,5%
5 Brasil 194.300 17.293 8,9%
6 Turquia 94.100 8.000 8,5%
7 China 1.279.800 101.104 7,9%
8 México 145.000 10.150 7,0%
9 Reino Unido 675.100 44.557 6,6%
10 Rússia 159.600 7.661 4,8%

FGV/EESP aponta que taxa de câmbio apresenta desafios para o país

O levantamento revela ainda que “não é possível descartar movimentos mais fortes de depreciação da taxa de câmbio real ao longo de 2014 com uma eventual depreciação para além do equilíbrio da moeda brasileira".
A taxa de câmbio real do Brasil chegou muito perto do câmbio de equilíbrio ao fim de 2013. No entanto, a taxa mais depreciada lança um novo desafio para a formulação de uma política macroeconômica que concilie a aceleração da economia e uma possível pressão sobre a inflação. Estas são algumas conclusões de pesquisa realizada pelo Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo (FGV/EESP) e divulgada hoje no jornal Valor Econômico.

Segundo o estudo, a taxa de câmbio real ficou 13,4% valorizada em 2013, levando em conta a média anual, em relação a um câmbio de equilíbrio frente a uma cesta de moedas relacionadas aos principais parceiros comerciais do país. O desalinhamento médio de 2013 ficou muito próximo ao de 2012 – ano para o qual o mesmo cálculo indica câmbio médio anual valorizado em 14,2%. Os dados mensais, porém, mostram taxa mais próxima do equilíbrio ao fim de 2013, por conta de uma depreciação maior concentrada nos últimos meses do ano.

O levantamento aponta ainda que “não é possível descartar movimentos mais fortes de depreciação da taxa de câmbio real ao longo de 2014 com uma eventual depreciação para além do equilíbrio da moeda brasileira". De acordo com o coordenador do centro, Emerson Fernandes Marçal, há ainda necessidade de um ajustamento na evolução dos preços relativos entre os setores produtores de bens comercializáveis internacionalmente e os de bens não comercializáveis: ao contrário do que vem acontecendo nos últimos anos, os preços dos primeiros precisam ter variação maior que a dos não comercializáveis, a fim de amenizar a pressão sobre lucros e permitir às empresas investimento em produção e expansão.

Já com relação à economia doméstica, Marçal lança um alerta para o risco da desvalorização do câmbio real representar mais uma restrição à política de controle da inflação.

O que é taxa de equilíbrio?

Do ponto de vista do comércio e da produção de um país, a taxa de equilíbrio pode ser entendida como aquela que é neutra para exportadores, importadores e produtores domésticos, e que não favorece uma parte em detrimento de outras.

Clique e saiba mais sobre o estudo da FGV/EESP.

Petrobras é multada em R$ 10 mi pela Justiça do Trabalho


Estatal foi condenada por manter trabalhadores na refinaria de Duque de Caxias durante a greve

Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), a quarta maior da Petrobras

Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), a quarta maior da Petrobras (Paulo Araújo/Ag. O Dia)

A Justiça do Trabalho condenou a Petrobras a pagar 10 milhões de reais por danos morais coletivos por "prática de condutas antissindicais e violação ao direito de greve", por sua conduta durante uma paralisação na refinaria de Duque de Caxias (RJ), em 2009.

A decisão, da 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ), foi unânime e o valor deverá ser revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

A Petrobras foi multada por reter trabalhadores dentro da Reduc, para manter a unidade em funcionamento durante a greve. Os funcionários retidos haviam iniciado turno um dia antes de a greve ser deflagrada. A retenção foi constatada durante inspeção no local feita por procuradores do Trabalho.


Segundo o relator do acórdão, juiz Leonardo Dias Borges, funcionários tiveram frustrado "o exercício de sua liberdade de ir e vir, laborando até a exaustão, sem locais apropriados para descanso".

Além da indenização, a decisão determina que a Petrobras se abstenha de praticar atos que impeçam ou dificultem o exercício do direito de greve. Para cada obrigação descumprida, a multa aplicada será de 100 mil reais, segundo informou o TRT/RJ.

(com Estadão Conteúdo)

Brasil tem poucas razões para reeleger Dilma, diz The Economist


Em especial de 14 páginas, revista britânica aponta os erros cometidos pela administração da presidente que fizeram o Brasil desapontar o mercado e perder credibilidade

Presidente Dilma Rousseff

Presidente Dilma Rousseff: para The Economist, ainda há tempo de fazer reformas (Fernando Bizerra Jr./EFE)
 
Revista ironiza chamando a presidente de 'Dilma Fernández', que é o sobrenome de Cristina Kirchner
De um foguete, representado pelo Cristo Redentor, que apontava para o alto, imponente, para uma aeronave desgovernada nos céus, perto de colidir com o Corcovado. Essa é a comparação feita pela revista britânica The Economist ao tratar da evolução do Brasil nos últimos quatro anos. A edição distribuída na América Latina questiona se o Brasil, de fato, "estragou tudo", depois de ter sido, por um breve período, a estrela dos emergentes. Segundo a reportagem, a presidente Dilma Rousseff tem sido incapaz de enfrentar problemas estruturais do país e interfere mais que o antecessor na economia, o que tem assustado investidores estrangeiros para longe de projetos de infraestrutura e minado a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica. A The Economist é categórica ao afirmar: "até agora, eleitores brasileiros têm poucas razões para dar a Dilma um segundo mandato".

O especial de quatorze páginas sobre o Brasil é assinado pela jornalista Helen Joyce, correspondente da revista no país. "Na década de 2000, o Brasil decolou e, mesmo com a crise econômica mundial, o país cresceu 7,5% em 2010. No entanto, tem parado recentemente. Desde 2011, o Brasil conseguiu apenas um crescimento anual de 2%. Seus cidadãos estão descontentes - em julho, eles foram às ruas para protestar contra o alto custo de vida, serviços públicos deficientes e a corrupção dos políticos", informa a revista, que já chegou a pedir, com certa ironia, a saída de Guido Mantega do ministério da Fazenda.

Rodrigo Constantino: Economist pede mudança de rumo do governo
Leia também: Em NY, Dilma dá aula de como espantar investidores


​Em 2009, em meio à crise econômica mundial, a revista fez também um especial de quatorze páginas para ressaltar os anos de bonança do país, reproduzindo a imagem do Cristo decolando como se fosse um foguete. À época, a economia brasileira patinava, ainda sofrendo o impacto da turbulência nos Estados Unidos. Contudo, indicadores macroeconômicos estáveis acabaram contando mais, para a Economist, do que a retração econômica de 2009, de 0,2%.

Para a revista, a falta de ação do governo Dilma é a principal razão para o chamado "voo de galinha" do país, jargão usado para denominar situações em que países ou empresas têm um crescimento disparado, mas que não se sustenta. "A economia estagnada, um estado inchado e protestos em massa significam que Dilma Rousseff deve mudar de rumo", informa a publicação.

O texto reconhece que outros emergentes também desaceleraram após o boom que teve o auge em 2010 para o Brasil. "Mas o Brasil fez muito pouco para reformar seu governo durante os anos de boom", diz a revista. Um dos problemas apontados pela reportagem é o setor público, que "impõe um fardo particularmente pesado para o setor privado". Um dos exemplos é a carga tributária que chega a adicionar 58% em tributos e impostos sobre os salários. Esses impostos são destinados a prioridades questionadas pela Economist. "Apesar de ser um país jovem, o Brasil gasta tanto com pensões como países do sul da Europa, onde a proporção de idosos é três vezes maior", diz o texto que também lembra que o Brasil investe menos da metade da média mundial em infraestrutura.


Problemas antigos - A publicação reconhece que muitos desses problemas são antigos, mas Dilma Rousseff tem sido "relutante ou incapaz" de resolvê-los e criou novos "interferindo muito mais que o pragmático Lula"."Ela tem afastado investidores estrangeiros para longe dos projetos de infraestrutura e minou a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica, induzindo publicamente o presidente do Banco Central a cortar a taxa de juros. Como resultado, as taxas estão subindo, atualmente, mais para conter a inflação persistente", diz o texto. "A dívida bruta subiu para 60% ou 70% do PIB - dependendo da definição - e os mercados não confiam na senhora Rousseff", completa o texto. A Economist chega a ironizar, chamando a presidente de "Dilma Fernández", que é o sobrenome de Cristina Kirchner, presidente da Argentina.

Apesar das críticas, a revista demonstra otimismo com o futuro a longo prazo do Brasil. "Felizmente, o Brasil tem grandes vantagens. Graças aos seus agricultores e empresários eficientes, o país é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo", diz o texto, que menciona também o petróleo da camada pré-sal. A publicação elogia ainda a pesquisa em biotecnologia, ciência genética e tecnologia de óleo e gás em águas profundas. Além disso, lembra que, apesar dos protestos populares, o Brasil "não tem divisões sociais ou étnicas que mancham outras economias emergentes, como a Índia e a Turquia".

A Economist afirma que a presidente Dilma ainda tem tempo para começar reformas necessárias, fundindo ministérios e cortando gastos públicos, caso esteja disposta a colocar a "mão na massa". Mas, diante do atual cenário, a revista afirma que, ainda que a presidente esteja com foco no possível segundo mandato, os "eleitores brasileiros têm poucas razões para dar a ela a vitória".