segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ações da Embraer atingem maior patamar desde março de 2008


Por Daniela Meibak | Valor
Embraer/Divulgação

SÃO PAULO  -  As ações da fabricante de aeronaves Embraer atingem o maior patamar desde março de 2008, quando considerados valores em reais, corrigido pela inflação. Sem correção, o preço seria o maior valor histórico do papel.

Os ativos estão entre as maiores altas neste ano da BM&FBovespa. Em 2013 a companhia acumula uma valorização de quase 50%, enquanto o Ibovespa recua quase 24%.

Hoje a Embraer divulgou dados de entregas e pedidos. No segundo trimestre de 2013 a empresa registrou uma carteira de US$ 17,1 bilhões e 366 pedidos até junho, na comparação com 200 unidades no mesmo período do ano passado, perfazendo US$ 12,9 bilhões. A reação do mercado era positiva, com uma alta de 0,99% das ações ordinárias por volta das 15h50, a R$ 21,41.

Pedidos

A Embraer mostrou recuperação na sua carteira de pedidos firmes, na opinião de analistas. Os números são destaque, na opinião da equipe de análise da Concórdia. A corretora afirmou que a empresa tem apresentado boa recuperação em sua carteira após o período de redução no valor consolidado, que aconteceu em função da crise econômica global e problemas enfrentados pelo setor aéreo.

“Além disso, a companhia segue focada no desenvolvimento de produtos e serviços voltados ao segmento de defesa e segurança, que vem ganhando representatividade em seu resultado consolidado e possui boas perspectivas futuras”, afirma a corretora. A equipe lembra que a Embraer tende a se beneficiar com a recente variação cambial, uma vez que sua receita é auferida em dólares e apenas parte de seus gastos estão expostos à moeda.

Segundo Sandra Peres, da Coinvalores, os dados vieram positivos e ficaram acima do que era esperado. Para a analista, a surpresa ficou com os jatos executivos. As entregas no segmento subiram 45% no trimestre e avançaram 24,24% nos seis meses iniciais de 2013. Ela explica que o desenvolvimento dos países emergentes está trazendo uma demanda maior por jatos executivos, para realizar pontes aéreas sem depender da aviação comercial.

O Citi está no lado mais pessimista e afirma que a qualidade das entregas foi fraca, com de 22 jatos comerciais no trimestre, ante a estimativa de 27 unidades pelo banco. O analista Stephen Trent afirma que a dependência da empresa com uma única companhia aérea não tem precedentes.

A Embraer, segundo o relatório do banco, tem 38% da sua carteira de pedidos firmes na aviação comercial vindos da SkyWest, com grande parte dessas ordens sem geração de receita por pelo menos sete anos. “Sete anos é muito tempo para uma companhia aérea, é quase uma eternidade.”

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